sábado, 1 de setembro de 2012

Introdução itens - VII e VIII

LE 004
Para muita gente, a oposição das corporações científicas constitui, senão
uma prova, pelo menos forte presunção
contra o que quer que seja. Não somos dos que se insurgem contra os
sábios, pois não queremos dar azo a que
de nós digam que escoiceamos. Temo-los, ao contrário, em grande apreço e
muito honrado nos julgaríamos se
fôssemos contado entre eles. Suas opiniões, porém, não podem representar,
em todas as circunstâncias, uma
sentença irrevogável. Desde que a Ciência sai da observação material dos
fatos, em se tratando de os apreciar e
explicar, o campo está aberto às conjeturas. Cada um arquiteta o seu
sistemazinho, disposto a sustentá-lo com
fervor, para fazê-lo prevalecer. Não vemos todos os dias as mais
opostas opiniões serem alternativamente
preconizadas e rejeitadas, ora repelidas como erros absurdos, para logo
depois aparecerem proclamadas como
verdades incontestáveis? Os fatos, eis o verdadeiro critério dos nossos
juízos, o argumento sem réplica. Na ausência
dos fatos, a dúvida se justifica no homem ponderado. Com relação às coisas
notórias, a opinião dos sábios é, com
toda razão, fidedigna, porquanto eles sabem mais e melhor do que o vulgo.
Mas, no tocante a princípios novos, a
coisas desconhecidas, essa opinião quase nunca é mais do que hipotética,
por isso que eles não se acham, menos
que os outros, sujeitos a preconceitos. Direi mesmo que o sábio tem mais
prejuízos que qualquer outro, porque
uma propensão natural o leva a subordinar tudo ao ponto de vista donde
mais aprofundou os seus conhecimentos:
o matemático não vê.
O ESPIRITISMO E OS FENÔMENOS ESPIRITAS:
"Os fenômenos espíritas repousam na ação de inteligências dotadas de vontade
 própria e que nos provam a cada instante não se acharem
subordinadas aos nossos caprichos.
As observações não podem, portanto, ser feitas da mesma forma; requerem
condições especiais e outro ponto de
partida".
"O Espiritismo esta todo na existência da alma e no seu estado depois da
morte."
FALIBILIDADE DA RAZÃO: "O homem que julga infalível a sua razão esta bem
perto do erro. Mesmo aqueles,
cujas idéias são as mais falsas, se apóiam na sua própria razão e é por
isso que rejeitam tudo o que lhes parece
impossível. Os que outrora repeliram as admiráveis descobertas de que a
Humanidade se honra, todos endereçavam
seus apelos a esse juiz, para repeli-las. O que se chama razão não e
muitas vezes senão orgulho disfarçado e quem
quer que se considere infalível apresenta-se como igual a Deus.
Dirigimo-nos, pois, aos ponderados, que duvidam
do que não viram, mas que, julgando do futuro pelo passado, não crêem que
o homem haja chegado ao apogeu nem
que a Natureza lhe tenha facultado ler a ultima pagina do seu livro." .
ESTUDO ÚTIL DA DOUTRINA ESPIRITA: "Acrescentemos que o estudo de uma
doutrina, qual a Doutrina
Espírita, que nos lança de súbito numa ordem de coisas tão nova quão
grande, só pode ser feito com utilidade por
homens sérios, perseverantes, livres de prevenções e animados de firme e
sincera vontade de chegar a um resultado.
Não sabemos como dar esses qualificativos aos que julgam a priori,
levianamente, sem tudo ter visto; que não
imprimem a seus estudos a continuidade, a regularidade e o recolhimento
indispensáveis."
"Abstenham-se os que entendem não serem dignos de sua atenção os fatos.
Ninguém pensa em lhes violentar a
crença; concordem, pois, em respeitar a dos outros."
.CARACTERÍSTICA DA SERIEDADE DE UM ESTUDO: "O que caracteriza um estudo sério e a continuidade que se lhe dá.
Será de admirar que muitas vezes não se obtenha nenhuma
resposta sensata a questões de si mesmas graves, quando propostas ao acaso e a queima-roupa, em meio de uma aluvião de outras extravagantes? Demais,
sucede freqüentemente que, por complexa, uma questão, para ser elucidada,
exige a solução de outras preliminares ou complementares. Quem deseje tornar-se versado numa ciência tem que a estudar metodicamente, começando
pelo principio e acompanhando o encadeamento e o desenvolvimento das
idéias.
Que adiantaria aquele que, ao acaso, dirigir a um sábio perguntas acerca de uma ciência cujas primeiras palavras ignore? Poderá o próprio sábio, por maior que seja a sua boa-vontade, dar-lhe resposta satisfatória? A resposta isolada, que der, será forçosamente incompleta e quase sempre por isso mesmo, ininteligível, ou parecera absurda e contraditória. O mesmo ocorre em nossas relações com os Espíritos. Quem quiser com eles instruir-se tem que com eles fazer um curso; mas, exatamente
como se procede entre nos devera escolher seus professores e trabalhar
com assiduidade".
CONDUTA DOS ESPÍRITOS SUPERIORES: "Dissemos que os Espíritos superiores
somente as sessões serias
acorrem, sobretudo as em que reina perfeita comunhão de pensamentos e de
sentimentos para o bem. A leviandade
e as questões ociosas os afastam, como, entre os homens, afastam as
pessoas criteriosas; o campo fica, então, livre
a turba dos Espíritos mentirosos e frívolos, sempre a espreita de
ocasiões propicias para zombarem de nos e se
divertirem a nossa custa".
"Se quereis respostas sisudas, haveis de comportar-vos com toda a
sisudez, na mais ampla acepção do termo, e
de preencher todas as condições reclamadas. Só assim obtereis grandes
coisas. Sede, alem do mais, laboriosos e
perseverantes nos vossos estudos, sem o que os Espíritos superiores vos
abandonarão, como faz um professor com
os discípulos negligentes".
QUESTÕES PARA ESTUDO
1 - Por que Kardec afirma que as observações dos fenômenos espíritas
diferem dos métodos comumente
usados pela ciência?
2 - Como deve ser o estudo do Espiritismo, segundo recomendação de Allan
Kardec?
3 - Como podemos saber se uma comunicação provém de um espírito de ordem
superior?

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