quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

Sinais de Alarme


Há 10 sinais vermelhos, no caminho
da experiência, indicando queda
provável na obsessão;
Quando entramos na faixa da impaciência;
Quando acreditamos que a nossa dor é a maior;
Quando passamos a ver ingratidão nos amigos;
Quando imaginamos maldades
nas atitudes dos companheiros;
Quando comentamos o lado menos feliz
dessa ou daquela pessoa;
Quando reclamamos apreço e reconhecimento; quando supomos que nosso trabalho
está sendo excessivo;
Quando passamos o dia a exigir esforço,
sem prestar o mais leve serviço;
Quando pretendemos fugir de nós mesmos, através da gota de álcool
ou da pitada de entorpecente;
Quando julgamos que o dever
é apenas dos outros.
Toda vez que um desses sinais venha a surgir
no trânsito de nossas idéias, a Lei Divina
está presente, recomendando-nos
a prudência de parar no socorro
da prece ou na luz do discernimento.

Scheilla

A Lição das Folhas

Sonda-me, ó Deus, e conhece o meu
coração, prova-me e conhece os meus
pensamentos; vê se há em mim algum
caminho mau e guia-me pelo caminho eterno.
Salmo 139:23 e 24.
Num dia luminoso e agradável eu caminhava
pelo bosque. Comecei a juntar folhas
coloridas que tinham caído das árvores
ao meuredor. Vez após vez eu me abaixava,
pegava uma folha que me houvesse
chamado a atenção e, se fosse suficientemente
perfeita, acrescentava-a e defeitos óbvios,
como acontecia com mais freqüência, eu
a jogava fora. Muitas folhas eram marrons
e mortas e tinham sido pisoteadas.
Eu nem mesmo olhava para elas.
Então senti o Senhor falando ao meu coração.
"Por que você rejeita as imperfeitas?
Não são criação Minha também?
Elas servem a um propósito diferente
do que só encher seus olhos de beleza.
Eu criei todas."
Eu sabia, lógico, que o Senhor não estava
falando das folhas. Entendi que
muitas vezes lido com as pessoas da mesma
maneira como estava lidando com
folhas de outono menos bonitas.
Meu coração ficou apertado. Quantas vezes
rejeitei uma potencial amiga por causa de
alguma falha interior, real ou
imaginária? Quantas vezes julguei
alguém por não entender seu
comportamento ou circunstâncias?
Quantas pessoas? Machucadas,
pisadas a pés, mastigadas e cuspidas
pela vida, como eu ? têm me procurado
em busca de compreensão
e amor, mas devido ao meu medo de chegar
perto demais, deixo-as ali com a sua
dor? Quantas pessoas tenho magoado
através da minha rejeição? E quanto
tenho sofrido eu mesma por não permitir
que essas pessoas me enriqueçam a
existência? Olhei para cima, para as
árvores, depois para as folhas com as
quais o chão do bosque se vestia. Lá
no alto, as folhas formavam um dossel de cores ?
Não havia duas exatamente da mesma
tonalidade? Pintando uma tapeçaria de
intrincada beleza. Embaixo, as folhas
formavam um carpete que ia perdendo
os tons vivos, transformando-se numa
capa protetora que nutriria as próprias
árvores que as haviam lançado para o
chão. Notei uma folha cheia de manchas,
da qual um inseto se havia
alimentado. Curvei-me, peguei a
folha e cuidadosamente a coloquei na minha
coleção. Pai, por favor, perdoa-me por ter
praticado a rejeição. Ajuda-me a ser mais
sensível às necessidades
dos meus irmãos e irmãs.
Quer façam parte da linda abóbada lá
em cima, quer sejam parte do nutritivo
carpete aqui embaixo.
Lynda Mae Richardson




ACORDE PARA VENCER

Não deixe que nada afete seu espírito. Envolva-se
pela música, ouça, cante e comece a sorrir mais cedo.
O bom humor é contagiante espalhe-o, fale de
coisas boas, de saúde de sonhos, de amor.
Ajude as outras pessoas a perceberem o que
há de bom dentro de si. Tudo que merece ser feito,
merece ser bem feito. Torne suas obrigações
atraentes, tenha garra e determinação. Mude,
opine, ame o que faz. Não trabalhe só por dinheiro
e sim pela satisfação da missão cumprida.
Lembre-se de que nem todos têm a mesma
oportunidade. Pense no melhor, trabalhe pelo
melhor espere sempre o melhor.
Você pode tudo que quiser. Perdoe!!
Seja grande para os aborrecimentos, pobre para
a raiva, forte para vencer o medo. O trabalho é
uma das contribuições que damos à vida,
mas não se deve jogar nele todas as nossas
expectativas de realizações. E finalmente,
ria das coisas à sua volta, de seus problemas,
de seus erros, ria da vida. E... ame.
Antes de tudo, a você mesmo!


(autor desconhecido)






segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

A Resposta

O homem desesperado alcançou, um dia,
a presença do Cristo e clamou:
- Senhor que fazer para sair do labirinto
da Terra? Tudo sombra...Maldade e
indiferença, angustia e aflição dominam
as criaturas que , ao meu ver, se debatem
num mar de trevas... Senhor ,onde o
caminho que me assegura a libertação?
Jesus afagou o infeliz e respondeu
generosamente:
- Filho, ninguém te impede de acender

a própria Luz

EMMANUEL
do Livro, Sinais de Rumo
psicografado por Chico Xavier

sábado, 25 de dezembro de 2010

Memórias de um Toxicômano (Cap.2)

Do Tráfico ao Despertar

No caminho, logo percebi que voltávamos para o ambiente da crosta. Naquele momento, eu já tinha me conscientizado de meu desencarne, embora não me conformasse com ele nem conseguisse precisar em que momento de minha vida ele havia ocorrido.
José me levou para uma festa em que havia muitos jovens. Tratava-se de uma festa careta, com jovens comportados, onde só havia sucos e refrigerantes. Observei bem o ambiente e logo reclamei para José.
_ o que nós vamos fazer aqui? Eu não tenho nada a ver com este papo careta que está rolando.
José não me disse nada. Apenas sinalizou com a mão para que eu o acompanhasse e começou a andar entre os convidados.
Havia muitas rodinhas de jovens, todos entre doze e dezesseis anos, José parava próximo de cada roda para ouvir a conversa. Na primeira, falavam sobre as provas da escola. José se aproximou de cada um dos componentes. Fixou o olhar para a cabeça de cada um, como quem estivesse analisando alguma coisa, e logo se afastou, dizendo:
-Aqui ainda não está no ponto.
E assim procedeu em três outras rodas, com igual reação.
Na quinta roda da qual se aproximou, percebíamos que também conversavam sobre a escola, principalmente sobre a semana de prova que havia terminado no dia anterior.
Fiquei quase satisfeito ao observar que estava rolando um papo careta. Assim, José desistiria logo daquilo ali, para que pudéssemos ir a um lugar mais badalado.
José foi observando um por um, até que se deparou com um garoto que se mantinha alheio a toda a conversa sempre calado, percebia-se que olhava insistentemente para uma garota que estava na roda. Falante e gesticulando muito, Karina era, com certeza, uma das garotas mais bonitas e mais atraentes da festa.
Depois de analisar detidamente, José me apontou o rapaz que estava calado e me explicou.
-Esse aqui satisfaz as nossas necessidades. Nutre pensamentos de posse sexual com relação àquela garota – apontou-me Karina - e é bastante tímido para enfrentá-la num papo careta.
Eu olhei para ele e levantei os ombros, como quem diz: e o que é que eu tenho com isso?
Foi aí que José me explicou:
- Sua função é iniciar no uso das drogas o maior número possível de jovens. Assim, precisamos primeiro encontrar alguém, cuja personalidade ou anseios nos possibilitem induzi-lo a consumir droga.
E foi aí que eu entendi menos ainda, e fui logo dizendo:
- Mas eu conheço outros lugares onde poderemos encontrar outros jovens muito mais fáceis de persuadir. É só dar um empurrãozinho e pronto. Para que vamos ficar perdendo tempo aqui?
- Nós precisamos de adeptos em todos os lugares. – disse-me José – a organização para a qual trabalhamos precisa expandir suas ações, senão perderá espaço para as organizações concorrentes.
Este aqui é um espaço novo que ninguém está explorando, por enquanto. Quem chegar primeiro, bebe água limpa.
- Mas qual a diferença de viciarmos um jovem daqui ou outro que já esteja nas rodas de fumo? – indaguei.
- Aqueles que já estão em alguma roda de fumo já se encontram sob o domínio de alguma organização. Estes aqui estão livres. Quem chegar primeiro é dono.
- Não entendi nada.
-Cada organização tem sua área de atuação. Onde uma está, a outra não entra. É um código de ética respeitado por todos para evitar guerras entre nós. Assim, aquele jovem que chega sozinho em uma roda de fumo ou de pó pertencerá à organização que domina aquela roda. É uma regra que todos respeitam. Mas, vamos ao trabalho – disse-me ele.
- O que devo fazer?
-Veja este garoto. Percebo que ele não tira os olhos desta jovem. Analisando-o, percebi que é bastante tímido e deseja conquistá-la para se firmar como homem para si mesmo e perante os colegas.
Faria qualquer coisa para conquistar Karina, que é o nome da garota.
- Mas quem poderá trazer droga para ele, se ninguém tem o bagulho aqui neste lugar? – indaguei.
E José foi logo me relatando o plano de ação:
- Karina já pensou em usar drogas algumas vezes. Até se aproximou de uma roda de fumo, mas como não conhecia ninguém, ficou sem ambiente e caiu fora. Se fizermos com que os dois comecem a conversar e se afastem da roda, ficará fácil. Temos que induzir Karina a confessar para Pedro – este era o nome do garoto – que gostaria de experimentar algum tipo de droga. Com Pedro, vamos trabalhar diferente. Temos que induzi-lo a se mostrar para Karina como usuário de drogas, experiente, e que pode arrumar o “bagulho” a qualquer hora.
Eu ouvia atentamente, mas duvidava que aquilo pudesse dar certo. Como poderíamos induzir as pessoas assim? Mas José continuou:
- Karina vai logo se interessar pelo rapaz, achar que é o melhor garoto da festa. Vai ficar com ele por agora, mas depois só ficará com a droga que ele poderá fornecer para ela.
- Mas como ele vai arruma droga? – perguntei – careta como ele é?
- Pedro se sentirá forte, o mais forte entre os colegas. Por outro lado, os próprios colegas lhe darão tapinhas nas costas, reconhecendo o seu grande feito, ao conquistar Karina. Isso vai fazer com que ele faça qualquer coisa no mundo para não perder Karina. Aí é fácil. É só aproximar um dos nossos de Pedro, para que possa lhe ensinar como comprar e como usar a droga.
Aparentemente, o plano era perfeito, mas ainda não conseguia compreender como poderíamos fazer para iniciar toda aquela conversa. E foi José quem me esclareceu:
- Se você se fixar firmemente na mente de qualquer pessoa, conseguirá saber o que ela está pensando . Terá que aguardar um momento propício, no qual a pessoa esteja pensando em coisas do nosso interesse. É nesse momento que ela nos escutará. Aí é só se achegar no ouvido da pessoa e começar a dizer aquilo que queremos que ela faça.Quase sempre dá certo. E quando não dá, é só insistir.
Bom, diante daquilo, já tinha idéia de como seria o trabalho. Mas aquilo poderia demorar muito e eu já não estava mais agüentando ficar ali naquele lugar careta e reclamei para José.
- Mas por quanto tempo eu vou ficar “de cara”, neste lugar careta?
E José me respondeu:
- Aí é que entra o melhor da história. Quando você fizer Karina e Pedro usarem droga, ganhará o seu quinhão também. Será a sua comissão no negócio.
- Mas, se eu não conseguir? – Perguntei.
- Se não conseguir, não terá comissão. – disse-me José.
Já fui logo erguendo a voz. Afinal, não era aquilo que havíamos combinado. José me havia dito que, trabalhando para a organização, eu teria toda a droga de que necessitasse e agora vinha com esse papo furado de comissão. Mas José foi ríspido e acabou logo com a minha reclamação.
- Eu disse que se trabalhasse, teria droga. Então trabalhe e não reclame. Basta os dois aí experimentarem um baseado e você terá o seu pagamento. Agora, pare de discutir e mãos à obra. Quando os dois estiverem no jeito, você me chama que eu trarei um dos nossos para vender a droga para Pedro.
Foi assim que eu comecei a me afundar mais. Se antes eu era responsável por minha própria decadência, a partir daquele momento comecei a me tornar responsável também pela decadência de muitos.
Karina e Pedro foram a maior moleza, Karina já alimentava esse desejo de experimentar droga há algum tempo e Pedro faria qualquer coisa para conquistá-la.
Naquela noite, induzi Pedro a abusar da bebida alcoólica e o encorajei a se aproximar de Karina, ainda na roda com os outros. Quando alguns se afastaram, aproveitei o momento. Usando de sua vaidade, induzi Pedro a se mostrar para Karina como um homem sem medo de nada e a insinuar a ela que ele usava drogas.
Foi muito fácil. Quando vislumbrou a possibilidade de usar droga, os olhos de Karina brilharam. Desenvolta, como era, foi ela mesma quem tomou a iniciativa de retirar Pedro da roda, e ambos foram para um local mais escuro e afastado dos demais.
Mais alguns goles, e não foi difícil fazer Pedro se comprometer a arrumar droga para que usassem juntos.
Inicialmente, queriam marcar um encontro para o dia seguinte, e foi aí que eu fiquei desesperado. Eu não suportaria até o dia seguinte para receber a minha comissão. Tratei de induzir Pedro a convidar Karina para saírem juntos depois da festa, comprometendo-se a levar droga.
Ambos tinham compromisso com o horário de retorno ao lar. Então, induzi-os a inventarem uma história por telefone, primeiro de que iriam se atrasar, e depois, e foi o que deu certo, de que iriam dormir na casa de um colega. Cada um se acertou com a sua família, o que não foi difícil. Seus pais, embora tenham reclamado de início, até gostaram da idéia porque poderiam dormir tranqüilos, sem esperar ninguém chegar.
Tudo arrumado, chamei José. Rapidamente, ele trouxe um traficante e arrumamos para que ele cruzasse com Pedro na esquina. Assim, fiz com que Pedro saísse da festa para ligar para seus familiares do telefone da esquina, aproveitando a sua timidez em pedir o aparelho da casa emprestado. O traficante ouviu a conversa de Pedro ao telefone e logo percebeu que ele não dormiria em casa de amigo nenhum. Queria mesmo era ir para uma noitada daquelas.
Assim que Pedro desligou o telefone, o traficante se aproximou e ofereceu o bagulho. Para Pedro, que pensava em arrumar uma desculpa para Karina, por não ter conseguido droga, aquela oferta caiu do “céu”.
Não só comprou a droga, mas também obteve uma explicação de como faria para usá-la.
E foi assim que Pedro e Karina se iniciaram na droga. Pedro não durou muito. Logo tomou uma overdose e, quando eu consegui sair, ainda o deixei na Colônia do Pó.
Karina também não teve muita chance. Foi logo experimentando todos os tipos de droga que lhe apareciam, prostituiu-se e também foi para a Colônia do Pó em razão de uma overdose. Trata-se da mesma Karina que agora está em nosso grupo.
Pedro e Karina foram apenas os primeiros. Eu me dei “muito bem” naquele serviço. Tinha grande facilidade em induzir as pessoas ao consumo de drogas. Eu as iniciava e as acompanhava até estabelecer a dependência. Nesse estágio, aproximávamos a pessoa de uma das nossas rodas já estabelecidas. A partir daí, ela era cuidada pelo responsável por aquela roda. E eu partia para a conquista de novos adeptos. E sempre os conseguia.
O meu sonho era me tornar responsável por uma roda de jovens já dependentes. Isso porque a comissão era maior e eu poderia ter mais droga à minha disposição.
O responsável pela roda não podia deixar ninguém ficar com pensamentos caretas, querendo sair da turma e deixar de consumir droga. E isso era um trabalho muito fácil. Também cabia a ele induzir os componentes da roda a usarem drogas mais fortes e em doses cada vez maiores, até chegarem à overdose.
Isso já dava um trabalho a mais. É que nem sempre os jovens tinham dinheiro disponível para aumentar a dose a ser consumida, ou mesmo para comprar uma droga mais cara.
Assim, o responsável da roda induzia os componentes a praticarem crimes para conseguirem o dinheiro para comprar drogas. Iniciavam com pequenos furtos e chegavam, até mesmo, aos assaltos à mão armada e seqüestro.
Mas eu nunca consegui aquela posição. José sempre me dizia que eu era o melhor para iniciar as pessoas no uso das drogas, chegou a aumentar a minha comissão, mas não permitiu que eu mudasse de função.
Fiquei assim por um longo tempo, até que o serviço começou a ficar entediante. Comecei a pensar que aquela busca incessante pelo prazer já estava formando um vazio em mim. Eu iniciava as pessoas, recebia a minha comissão ficava doidão, para logo em seguida sair desesperado atrás de mais uma vítima, e o ciclo se repetia.
Certo dia, me deu vontade de visitar os meus familiares. Fiquei com aquilo na cabeça por muito tempo, até que resolvi dar uma chegada em casa.
Quando cheguei lá, vi que algo estava errado. Os móveis eram outros, havia uma empregada na cozinha, o que eu deduzi em razão do uniforme que ela usava.
Estava na sala, quando logo veio um garoto dos seus seis a oito anos de idade, correndo atrás de uma bola. Chegou até a porta da área de serviço e gritou:
-Mãe, vou até o campinho jogar bola. De lá uma voz respondeu:
- Não demora, que a mamãe vai levar a vovó ao médico.
Tratava-se de uma voz nada familiar. Cheguei até a porta e percebi uma senhora dos seus trinta e cinco anos cuidando da roupa. Eu não a conhecia.
Pensei que minha família tinha se mudado e já ia saindo quando me deparei com a minha mãe. Como ela havia envelhecido! Estava em uma cadeira de rodas, com os cabelos grisalhos e a aparência de enferma.
Eu olhava para ela e uma lágrima brotou em meus olhos. Ela estava, pelo menos, uns trinta anos mais velha do que a última vez em que a vira. “Será que havia passado tanto tempo?” Eu pensava.
Comecei a recordar de minha vida em família, das brincadeiras com meus irmãos, dos carinhos de minha mãe e até do mau humor do papai. Tudo aquilo foi me dando uma grande saudade, quando José apareceu, acompanhando de dois outros, e foi logo falando:
- O que é que você está fazendo aqui? E o seu trabalho? Vai virar careta agora? Esqueceu de sua promessa de fidelidade para com a organização?
Eu estava tão emocionado e fiquei confuso. Não sabia o que responder. Por muito tempo em minha vida, aquele era um momento em que eu não estava pensando em droga. Fiquei olhando para José sem saber o que responder, e ele foi logo dizendo:
-Já sei. Você está precisando é de um descanso. Bem que você merece. Tem trabalhado bem todos esses tempos. Pois bem, você terá direito a quinze dias na Colônia do Pó, com toda a droga que conseguir consumir. E mais, mulheres à vontade.
Aquilo já não me soou tão bem como antes, mas, como aquela era a minha vida e José logo me entregou uma grande quantidade de cocaína, fui para as minhas férias.

OBS: Procurem orientar os JOVENS!

quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

O Espiritismo na Bíblia

O teólogo e professor universitário paraibano Severino Celestino da Silva não aceita críticas sem fundamentos lógicos. Cansado de ouvir falar que a Bíblia condena o Espiritismo consultou 16 Bíblias e ali encontrou disparidades de conteúdo. Lembrou-se das palavras de São Jerônimo: “A verdade não pode existir em coisas que divergem”. Decidiu mergulhar na fonte hebraica da Bíblia, comparou com as versões em grego e latim, e descobriu que as traduções apresentam conceitos políticos e pessoais dos seus tradutores, que comprometeram sua autenticidade. Debruçou-se na pesquisa, teve a idéia de reunir o resultado no livro Analisando as Traduções Bíblicas, que aponta as distorções ocorridas nos textos sagrados de Moisés até hoje. A obra teve tamanha repercussão pelo Brasil afora e até no exterior (três edições em menos de dois anos), que já recebeu proposta para editá-lo em espanhol e esperanto.
Ele consultou ainda 103 referências bibliográficas, que colocam o Espiritismo no seu devido lugar perante a Bíblia, provando também que os fenômenos mediúnicos, a reencarnação e as bases do Espiritismo, ressaltam dos textos sagrados. Precavido, ainda foi buscar o aval do israelense Gad Azaria, que revisou os textos em hebraico. Celestino revela que na Bíblia se encontra toda a crença da reencarnação, por parte dos profetas e do povo hebreu, em todas as épocas, e do próprio Cristo que pregava sobre o retorno do espírito noutro corpo, inclusive afirmando, textualmente, que João Batista era o Elias que já vivera no tempo dos Reis de Israel e que havia voltado reencarnado no corpo de João Batista. Dos 23 capítulos do livro, oito se referem à reencarnação na Bíblia.
Celestino considera a Bíblia o livro mais fantástico do universo, por possuir um conteúdo moral, religioso e de relacionamento do homem com Deus indiscutível, porém constata que ainda é muito incompreendida pelo homem. “A Bíblia hoje em português representa uma verdadeira ‘Torre de Babel’ e se perde aquele que busca entender a sua mensagem. Este foi o motivo que me levou a escrever este livro que traz verdades importantes para quem quer seguir um Deus único, misericordioso, infinitamente justo e bom e sobretudo Amor. É um livro que mostra ainda a inexistência de religiões na Bíblia, bem como a inexistência de condenação à Doutrina Espírita. Ele leva você a refletir sobre o amor, a prática da caridade, o amor ao próximo e que a fé sem obras em si é morta”, explica.
As religiões tradicionais costumam argumentar que a Bíblia não se refere ao Espiritismo, mas Celestino tem a resposta: “Realmente a Bíblia não apresenta, em nenhuma de suas páginas, referência ao Espiritismo, de onde logicamente se conclui que não poderia proibir a sua prática ou condená-lo. Seria até uma incoerência. A Doutrina Espírita foi codificada por Allan Kardec em 1857, já a Bíblia foi escrita há quatro mil anos atrás, como poderia condenar uma doutrina que surgiria tanto tempo depois? O que encontramos em todas as suas páginas são fenômenos mediúnicos incontestáveis e realizados pelos profetas que eram, na verdade, grandes médiuns”.
Esclarecendo Deuteronômio
Celestino ainda aponta o discurso dos opositores do Espiritismo, que se utilizam do Deuteronômio para ilustrar e justificar suas posições discriminatórias em relação à doutrina kardecista. Ele esclarece essa utilização do livro bíblico. “O Deuteronômio é um livro fantástico. É nele que existe um maravilhoso e incontestável legado para a humanidade: os Dez Mandamentos. Foi nele que Deus registrou a Primeira Aliança. Mas, as pessoas querem ligar as recomendações de Moisés, feitas para o povo Judeu há quatro mil anos no deserto do Sinai, como se fossem dirigidas para os espíritas, que nem existiam naquela época. Eu tenho o maior respeito pelo Deuteronômio, mas é um livro do Judaísmo e sendo o Espiritismo uma religião cristã, como pode ser condenado por uma religião judaica?
“Examinando-se com atenção o Deuteronômio em sua língua original, você vai observar que ele apresenta, com relação à proibição de consulta aos mortos, o mesmo rigor e respeito apresentado por Alan Kardec no Livro dos Médiuns, (questões 273, 274 e 275). Portanto, qualquer coisa fora disto é desconhecimento ou má fé de quem assim se pronuncia”.
Para as pessoas que insistem em afirmar que o Espiritismo não é uma religião cristã, ele reage: “Só quem não conhece o Espiritismo pode fazer tal afirmativa. Os postulados da Doutrina Espírita são todos baseados em princípios cristãos. O Espiritismo complementa o Cristianismo e nos mostra ainda claramente de onde viemos, o que estamos fazendo na terra e para onde iremos. Toda a prática espírita é gratuita, dentro do princípio do Evangelho: ‘Dai de graça o que de graça recebeste’ (Mt. 10,8). A moral que o Espiritismo prega é a moral cristã, ditada pelo Cristo, o maior espírito que habitou o nosso planeta.
“O Espiritismo nos ensina que somos espíritos imortais e quer estejamos na terra, quer no mundo espiritual, trabalhamos ativamente para alcançar a perfeição. O Espiritismo respeita todas as religiões, valoriza todos os esforços para a prática do bem e trabalha pela confraternização entre todos os homens, independentemente de sua origem, cor, nacionalidade, crença, nível cultural ou social. Reconhece, ainda, que o verdadeiro homem de bem é o que cumpre a lei da justiça, do amor e da caridade, na sua maior pureza. O Espiritismo nos demonstra que a justiça divina é rigorosamente cumprida, havendo recompensa para os bons e cobrança para os maus. (Mt. 5,25; Efé. 6,8 e 9; Col 3,25; Tia.2,13; Gál. 6,6-8). E nos mostra também que não há penas eternas. O espírito culpado, logo que se arrependa do mal que praticou, obtém a condição de repará-lo. Neste sentido, é preciso trabalhar para corrigir o mal que foi praticado contra o semelhante”.

E ainda, com relação às confusões feitas pelos opositores do Espiritismo, Celestino esclarece: “O Espiritismo não possui hierarquia religiosa, não tem sacerdotes, nem rituais ou formas de culto exterior e nem queima de incenso ou velas, não usa amuletos ou similares, altares, imagens, andores, velas, procissões, sacramentos, concessões de indulgência, paramentos, bebidas alcoólicas ou alucinógenas, incenso, fumo, talismãs, amuletos, horóscopos, cartomancia, pirâmides, cristais, búzios ou quaisquer outros objetos. Em resumo, o Espiritismo é o Evangelho redivivo de Jesus”.

As provas da reencarnação
Dos 23 capítulos do livro de Celestino, oito se referem à reencarnação na Bíblia. Eis algumas considerações: “O rabino Arieh Kaplan afirma que: ‘Não é possível entender a Cabalá sem acreditar na eternidade da alma e suas reencarnações’.Com o nome de ‘Transmigração das Almas’, todo o povo judeu, inclusive a corrente ortodoxa hassídica, acredita que depois da morte a Alma reencarna numa nova forma física. Aqueles judeus hassídicos característicos, de chapéus pretos, tranças (peot) e longos casacos negros são pessoas que acreditam na reencarnação. O hassidismo é uma forma de Judaísmo fundada na Polônia em meados do século XVIII pelo rabino Israel Baal Shem Tov (1700-1760) que começou sob a liderança de Dov Baer De Mejirech. Israel Baal Shem Tov extraiu elementos da Cabalá e espalhou por toda Europa oriental.
“A reencarnação é uma crença fundamental do hassidismo. Seus conceitos constam dos livros Sefer Ha-Bahir(Livro da Iluminação), primeiro livro da Cabalá judaica e do Zohar (Livro do Esplendor). Ambos os livros atribuem grande importância à doutrina da reencarnação, usada para explicar que os justos sofrem porque pecaram em uma vida anterior. Nele, o renascimento é comparado a uma vinha que deve ser replantada para que possa produzir boas uvas. A ‘Transmigração’ emprestou um significado novo a muitos aspectos da vida do povo judeu, pois o marido morto voltava literalmente à vida no filho nascido de sua mulher e seu irmão, num casamento por Levirato. A morte de crianças pequenas era menos trágica, pois elas estariam sendo punidas por pecados anteriores e renasceriam para uma vida nova. Pessoas malvadas eram felizes neste mundo por terem praticado o bem em alguma existência prévia”.
“Prosélitos do judaísmo eram almas judaicas que se haviam encarnado em corpos gentios ou pagãos. Ela também permitia o aperfeiçoamento gradual do indivíduo através de vidas diferentes. O Zohar afirma ainda que a redenção do mundo acontecerá quando cada indivíduo, através de ‘Transmigração das Almas’ (reencarnações), completar sua missão de unificação. Ele nos diz que o termo bíblico ‘gerações’ pode ser substituído por ‘encarnações’. Baseados nestes conceitos, os cabalistas desenvolveram a sua própria interpretação sobre a aliança que Deus fez com Abraão e sua semente. Deus disse: ‘Estabelecerei o meu concerto entre mim e ti, e a tua semente depois de ti, nas suas gerações, por concerto perpétuo’. Acreditavam que Deus havia feito esta aliança com a semente de Abraão não apenas por uma vida, mas por milhares de encarnações”.

- E para os que não acreditam na visão da Cabala, como é que fica?
- O Antigo Testamento, responde Celestino, apresenta várias referências sobre a reencarnação. Citaremos aqui a passagem em que Deus diz ao profeta Jeremias que o conhecia antes dele ser concebido. ‘Antes mesmo de te formar no ventre de tua mãe, eu te conheci; antes que saísses do seio, eu te consagrei; Eu te constitui profeta para as nações’. (Jer. 1,5). Esta passagem sugere que a alma de Jeremias já existia antes de seu nascimento no século VI antes de cristo. Na Bíblia, se encontra toda a crença na reencarnação por parte dos profetas, de David, do povo hebreu em todas as épocas e do próprio Cristo que nunca negou a reencarnação. Pelo contrário, em Mateus 11,13 e 14 Ele afirma textualmente que João Batista era o Elias que já vivera no tempo dos Reis de Israel e que havia voltado reencarnado no corpo de João Batista . Veja os versículos na íntegra: ‘Porque todos os profetas bem como a Lei profetizaram até João. E, se quiserdes dar crédito, ele é o Elias que devia vir’. Mt. 11,13 e 14. Palavras do Cristo. Quem quiser que as negue, eu não me atrevo. Temos ainda em toda a Bíblia passagens do Gênesis ao Apocalipse que mostram a certeza na volta da alma ou espírito em outro corpo e que tanto os profetas como os judeus ortodoxos até hoje ainda acreditam.

Passagens da Ressurreição
Segundo Celestino, a Ressurreição, em princípio, é definida como o retorno da alma ao corpo que parecia estar morto. “Na Bíblia existem oito casos de ressurreição. Três casos ocorrem no Velho Testamento, o primeiro é narrado no I livro dos Reis cap. 17 vers. 21 e 22, (a ressurreição do filho da viúva por Elias). O segundo no II livro dos Reis 4,32-37 (a ressurreição do filho da mulher Sunamita por Eliseu) e o terceiro também no II livro dos Reis 13,20 e 21. (ressurreição de um homem cujo cadáver tocou nos ossos de Eliseu) No Novo Testamento temos outros cinco casos de ressurreição. Três foram realizados por Jesus, o Cristo, como está narrado nos Evangelhos: ressurreição da filha de Jairo, o chefe da Sinagoga, narrado em Mateus 9,18-25; a ressurreição do filho da viúva de Naim (Lucas 7, 11-17) e a ressurreição de Lázaro (João 11, 1-43). As outras duas ressurreição foram realizadas por Pedro e por Paulo respectivamente, narrados nos Atos dos Apóstolos 9,36-42 e 20, 7-12. Existe uma corrente que prega a ressurreição como ocorrendo no último dia e com o mesmo corpo que se viveu. Isto não é verdadeiro.
“Na verdade, o que se traduz como ressurreição na Bíblia, com exceção dos casos citados, significa reencarnação, pois a ressurreição ocorre com o perispírito ou corpo espiritual como fala Paulo aos Coríntios na sua I carta, cap. 15, 35 a 53. A Igreja Católica recita todos os dias na missa, o Credo de Nicéia, que ao ser criado em 325 da nossa era, aceitava a reencarnação e por isso cita ‘creio na ressurreição da carne’. O mesmo ocorre com outras passagem bíblicas que foram adaptadas aos conceitos e crenças pessoais de quem as traduziu. No entanto, Paulo de Tarso foi bem enfático ao afirmar que ‘a carne, e o sangue não podem herdar o Reino de Deus’. Orígenes, discípulo de São Clemente de Alexandria, analisando a Paulo, concluiu que quem ressuscita é o perispírito ou corpo espiritual. O corpo material é entregue a terra para ser destruído e o espírito ou alma vai a Deus”.

A sobrevivência do espírito
Celestino afirma que a imortalidade da alma também consta na Bíblia, sendo uma crença dos gregos, dos egípcios, hindus, chineses e outros povos. Nos Salmos de David existem muitas citações, que expressam sua crença no Sheolou Inferno, só que como uma passagem temporária, jamais como uma região de tormentos eternos. David lançou, juntamente com os profetas, o conceito de ‘Olam ha-bá’ que significa ‘Mundo por Vir’, que era o mundo espiritual da alma, após a morte, no celestial Jardim do Éden. David foi ungido rei por Samuel, filho de Ana e de Elcana. No I livro de Samuel cap. 2,6, encontra-se o cântico de Ana onde está escrito: ‘O Senhor dá a morte e a vida, faz descer ao Sheol e de lá voltar. David cita em vários dos seus Salmos este conceito. O Cristo nos Evangelhos mostra claramente e em muitas citações a certeza da existência e sobrevivência da alma após a morte. ‘Ora é esta a vontade daquele que me enviou: que Eu não deixe perecer nenhum daqueles que me deu, mas que os ressuscite no último dia’ (João 6,39). Existe, neste evangelho, de uma maneira geral, a promessa e a certeza de que todos chegarão um dia à Deus. A parábola do homem rico e Lázaro é uma prova da sobrevivência do espírito (Lc. 12,13). O juízo final em Mateus 25, 31-46 é outra, e assim sucessivamente.

O Evangelho Segundo o Espiritismo
Muitos questionam por que a Doutrina Espírita criou o livro O Evangelho Segundo o Espiritismo ao invés de seguir a Bíblia. Celestino tem a resposta: “Este é mais um conceito errôneo de quem não conhece o Espiritismo. O Evangelho Segundo o Espiritismo é uma coletânea de versículos extraídos da Bíblia e interpretados pelos espíritos. É um livro de orientações maravilhosas para as dificuldades da vida. Possui 28 capítulos, onde setenta por cento dos ensinamentos foram extraídos do Sermão do Monte, o maior legado que Cristo nos deixou e composto por ensinamentos que são aceitos por todos os cristãos. Os outros versículos são retirados dos Evangelhos e até da Primeira Aliança (Antigo Testamento), pois o seu XIV capítulo, ‘Honrar Pai e Mãe’, foi retirado do Êxodo 20,12. Portanto, não se trata de uma Bíblia dos Espíritas, mas de um roteiro moral e de muita luz retirados diretamente das páginas da Bíblia.

A Terceira Revelação
Sobre o fato do Espiritismo ser considerado a terceira revelação, Celestino explica que existem três revelações divinas no universo: “A primeira revelação foi feita através de Moisés no Monte Sinai que são os ‘Dez Mandamentos’. Na seqüência, os profetas predisseram a vinda do Cristo que nos legou a segunda revelação que foi o Evangelho. E foi o próprio Cristo quem predisse a terceira revelação: o Espiritismo. No capítulo 14 do Evangelho de João, em suas despedidas registrando nos versículos 15 a 17, Jesus deixa uma das suas mensagens finais: ‘Se me amais, guardareis os meus mandamentos. E eu rogarei ao Pai, e ele vos dará um outro Paráclito, para que fique eternamente convosco. É o Espírito da Verdade, que o mundo não pode receber, porque não o vê nem o conhece: mas vós o conhecereis, porque permanecerá convosco e estará em vós’.Cita ainda o Cristo nos versículos 12 a 14 do capítulo 16 do Evangelho de João: ‘Muitas coisas ainda tenho a dizer-vos, mas não as podeis suportar agora. As verdades do Espiritismo ainda não são aceitas por muitos. Quando vier o paráclito, o Espírito da verdade, ensinar-vos-á toda a verdade, porque não falará por si mesmo, mas dirá o que ouvir, e anunciar-vos-á as coisas que virão. Ele me glorificará, porque receberá do que é meu, e vô-lo anunciará’.
“O profeta Joel, que viveu 750 anos A.C. (cap. 3, 1 a 5) (algumas Bíblias traduzidas, trazem Joel 2,28) foi quem primeiro profetizou a chegada dos dons da profecia, ou seja, da mediunidade e do Espiritismo. O texto é o seguinte: ‘Depois disto derramarei o meu espírito sobre toda carne: vossos filhos e vossas filhas profetizarão; vossos velhos terão sonhos, e vossos jovens terão visões; e também derramarei o meu espírito sobre os escravos e as escravas. Tudo isto é predito também pelo Cristo, como vimos acima, e o fato ocorre com os discípulos na reunião do Pentecostes e está narrado em Atos 2, 1-21”.

A salvação segundo o Espiritismo
Celestino analisa a questão da salvação sob a ótica espírita como sendo uma conquista diária. Esclarece: “Nós preparamos o nosso caminho todos os dias para o nosso reencontro com Deus. É lógico que, em princípio, a salvação é para todos, porém segundo o nosso proceder, uns chegam primeiro outros depois, porém todos chegam. ‘Abandone o ímpio o seu caminho, e o homem mau os seus pensamentos, e volte para Deus, pois terá compaixão dele, e para o nosso Deus, porque é rico em perdão’ (Is. 55,7). Cristo acrescenta: ‘Assim é a vontade de vosso Pai celeste que não se perca um só destes pequeninos’ (Mt. 18,14). ‘Em verdade vos digo, os publicanos e as meretrizes vos precedem no reino de Deus’ (Mt.21, 31). Aqui o Cristo deixa bem claro que todos entrarão no reino dos Céus, até os publicanos e as meretrizes. Entrarão depois, mas que entrarão não se tem a menor dúvida”.
Fátima Farias.

terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Visão Espírita na Homosexualidade e bisexualidade

O Espiritismo vê o sexo como algo mais amplo do que a mera relação corporal, representando sublime manifestação de amor e troca de vibrações superiores, entretanto, para que assim seja, é necessário que se compreenda o amor como sentimento elevado e não simplesmente como o desejo, a libido ou o ato sexual. Portanto, sexo demanda amor, responsabilidade e comprometimento. Raros são os habitantes da Terra que aqui estão em missão, a grande maioria tem na experiência corporal, a oportunidade de aprendizado e crescimento. Na área do sexo também é assim. Temos que superar os excessos que trazemos conosco. A bissexualidade e a homossexualidade são experiências muitas vezes dolorosas, em que um espírito (normalmente por abusos na área do sexo, provenientes de reencarnações passadas) não se encontra totalmente ajustado a sua forma física e que por isso muitas vezes é alvo da incompreensão e do desprezo da sociedade e várias vezes até da própria família. O Espiritismo por reconhecer essas situações, vê nessas experiências, provas ou expiações, que o indivíduo deve vivenciar para transformar o excesso do passado em aprendizado para o futuro. Essa vivência necessita, como nos diz Raul Teixeira: "Um regime de imperiosas disciplinas em sentido amplo, capazes de ensejar à alma, se atendidas, benção de venturas crescentes a projetarem luzes de paz, de harmonia para o amanhã". Ainda segundo Teixeira:
"Se um companheiro ou uma companheira percebe em si as inclinações homossexuais, que procure identificar nisso os gritos da expiação, induzindo à educação para que a vida seja vitoriosa." Ou seja O Espiritismo recomenda, sem espírito de condenação, que as pessoas que identifiquem em si essas tendências, e mesmo tendências a práticas heterossexuais abusivas, que canalizem essas energias para outras áreas, como as artes ou as atividades de ajuda ao próximo. A para todos aqueles que observam tendências dessa natureza em companheiros reencarnados citamos Emmanuel: "É forçoso se lhes dê o amparo educativo adequado." Com respeito e compreensão aos irmãos, que assim como todos nós, estamos neste planeta para superar nossas limitações e corrigir os equívocos do passado.

Caso você deseje aprofundar o tema, sugerimos a leitura dos livros:

Vida e Sexo, Emmanuel, psicografado por Chico Xavier; Educação & Vivências, Camilo, psicografado por Raul Teixiera; Loucura e Obsessão, Manoel Philomeno de Miranda, psicografado por Divaldo Franco Artigo Homossexualismo de Luís de Almeida, na Revista de Espiritismo nº 39, abril-maio-junho 1998

Poema das Mãos

Amélia Rodrigues

Esqueça as próprias dores e deixe que as mãos de Jesus lhe penetrem a alma no sacerdócio do socorrer.
Enxugue o pranto dos olhos anônimos e pense as feridas dos estranhos nos caminhos por onde seguem os infelizes.
Distenda a parcela de pão, levando aos lábios alheios a porção de alimento mensageiro da vida.
Ofereça o remédio calmante, conduzindo o bálsamo portador da saúde.
Recorra ao passe salutar, renovando a água pura com a aplicação de energias superiores para a recuperação dos aflitos.
Não se faça desatento nem demore indiferente ante o espetáculo afligente que se dilata ante os seus olhos.
Jesus necessita das suas mãos para o ministério da vida abundante.
Deixe-se penetrar por Ele, esquecendo-se dos problemas que o escravizam ao poste da inutilidade.
De pouca valia serão as suas lágrimas se apenas expressam um abandono que não existe mas no qual você acredita.
Sem significação redundam os seus sofrimentos, se eles somente refletem a solidão onde você se refugia, deixando-se arrastar por injustificável pessimismo.
Para quem foi agraciado pela excelência da fé imortalista, não há como deter-se na contabilidade das dores pessoais, longe da renovação que surge em cada instante como porta aberta à glória do bem.
Suas mãos no trabalho, médiuns das mãos de Jesus, são um poema de invencível amor.
Ofereça assim, os recursos da própria pequenez e permita que as divinas mãos do Cristo operem pelas suas.
Doe as horas excedentes dos seus dias à jornada abençoada com que o Mestre honra a sua vida, desde que foi iluminada pela mensagem da Doutrina Espírita, que desdobra para o seu entendimento a epopéia da Cruz como lição viva de libertação dos penates da carne.
Emoldure sua existência com as bênçãos resultantes das suas mãos compondo o poema da fraternidade em derredor dos sofredores da Terra.
Suas mãos podem ser as alavancas do amor construindo o mundo novo.

Livro: Sementes de Vida Eterna. Psicografia de Divaldo P. Franco.

O Natal porque 25 de Dezembro?

A Bíblia não apresenta nenhuma referência relativa à data do nascimento de Jesus Cristo. Não é uma questão de esquecimento, e muito menos de ser tratado como um fato irrelevante. Pelo contrário! Na realidade os antigos calendários romanos eram muito pouco confiáveis, e Roma, através de Júlio César tinha recém apresentado em 45 AC, um novo modelo, que incluía o mês de Julho, em sua própria homenagem. Posteriormente o Imperador Augusto, que o sucedeu, incluiu Agosto, também com 31 dias, por se considerar igualmente importante. Por isso até hoje Fevereiro, órfão no inverno europeu, tem menos dias que os demais meses do ano. Os antigos calendários romanos tinham às vezes, semanas de quinze dias e meses de dez dias, de acordo com o humor do Imperador reinante.
Os antigos, não tinham o privilégio de saberem as datas de nascimento, casamento ou falecimento, pois estas simplesmente não estavam disponíveis para os menos abastados. Esses registros só são tratados de forma sistemática, pela Igreja Católica, a partir de 1640. Não existem registros históricos a respeito de ”Festas de Aniversário” na Antigüidade. Não é de se supor que existissem. Pelo menos nada contribui para que assim se pense.

Além disso, o tempo era tratado de forma cíclica e repetitiva, sob a perspectiva lunar voltada mais para a agricultura, e a pequena criação de animais domésticos. Sob esse aspecto, os solstícios da Primavera e do inverno, eram reverenciados com certo grau de importância. Os Celtas, descendentes provavelmente dos Hititas e que imigraram do Oriente Médio para o norte da Europa em duas levas, entre 7.000 e 5.000 AC, tratavam o Solstício do Inverno, em 25 de dezembro, como um momento extremamente importante em suas vidas. O ingresso no túnel longo e escuro do inverno, não dizia quem regressaria da viagem insólita. Longas noites de frio, por vezes com poucos gêneros alimentícios e rações, para si e para os animais com que conviviam num mesmo cômodo, para manter a temperatura mais amena. Ao grande banquete de despedida, no dia 25 de dezembro, seguiam-se 12 dias de festas terminando no dia 6 de Janeiro.

Esses rituais pagãos receberam, no decorrer dos tempos, outros nomes, em outras sociedades.

Em Roma, o Solstício do Inverno era celebrado, muitos séculos antes do nascimento de Cristo. Os Romanos o chamavam de Saturnálias (Férias de Inverno), em homenagem a Saturno, o Deus da Agricultura, que permitia o descanso da terra. Em 274, o Imperador (270-275) Aureliano (214-275), proclamou o dia 25 de dezembro, como “Dies Natalis Invicti Solis” (O Dia do Nascimento do Sol Inconquistável). O Sol reinando com seu calor no espaço, muito acima do frio inverno na Terra.

O Papa (337-352) Júlio I (280-352), decretou em 350, que o nascimento de Cristo, deveria ser comemorado no dia 25 de Dezembro, pois o calor do seu amor eterno, era mais importante do que qualquer outra forma de proteção.

Santo Agostinho (354-430), filho de Santa Mônica, e Bispo na Numídia, no norte da África, foi o primeiro grande Teólogo da Igreja Católica, e que escreveu “Cidade de Deus” e “Confissões”, foi o primeiro sacerdote da Igreja Católica a dedicar-se ao estudo do tempo, sob a perspectiva platônica. Suas analogias entre a “Cidade de Deus” e a “Cidade dos Homens”, guiaram o pensamento da cristandade até a Idade Média. São Tomás de Aquino, apenas reorientou-o, embasado na lógica aristotélica.

No entanto o Calendário Juliano, elaborado sob a orientação do Cônsul Romano Júlio César, tinha o defeito de perder um dia a cada 128 anos, fazendo o “Ano Tropical” se deslocar cada vez mais para trás.

Posteriormente o Papa (1572-1585) Gregório XIII (1502-1585) através da Bula Papal, "Inter Gravissimus", assinada em 24 de fevereiro de 1582 apresentou um novo calendário, com um “Ano Tropical”, de 365,2524 dias (365 97/400), fazendo com que o erro de um dia fosse diluído por 3.300 anos. A proposta foi formulada Aloysius Lilius, um físico napolitano, e aprovada no Concílio de Trento (1545/1563). O erro foi corrigido, fazendo com que ao dia 4 de outubro de 1582, sucedesse imediatamente o dia 15 de outubro do mesmo ano.

Onze dias de erros acumulados, desapareceram do mapa! Nesses período de tempo, ninguém nasceu, casou ou faleceu nas Penínsulas Itálica e Ibérica, incluindo ai as colônias portuguesas e espanholas nas Américas. Outros países o adotaram posteriormente. România em 1919 e Rússia em 1918, foram os últimos.

Mas o fato interessante desta correção, é que a distribuição do erro pelo decorrer do ano, fez com que o Solstício do Inverno, mudasse de data, passando a acontecer, dependendo do ano, entre o dia 21 e o dia 23 de dezembro. Esta era a razão fundamental para comemoração do Nascimento de Jesus, no dia 25 de Dezembro, a porta de entrada da estação do inverno no Hemisfério Norte.

O Natal continuou a ser comemorado no dia 25 de Dezembro!

Outros problemas persistem ainda sem solução. Inclusive o do ano em que vivemos atualmente. Quando Cristo nasceu, estávamos sob o Calendário Juliano, que só começou a ser seguido fielmente a partir do ano 8. Hoje em dia, sabemos que há pelo menos uma diferença de no mínimo 6 anos, em relação ao ano correto do nascimento de Cristo. Antigamente os anos eram contados a partir da fundação de Roma. Mas a data da fundação de Roma, não é corretamente conhecida. A mais comumente aceita, é 21 de Abril do terceiro ano, da 6a Olimpíada, que corresponderia a 753 AC, segundo os cálculos de Varro (116-27 AC). Na era Varroniana, 753 AC é conhecido como o ano 1 AUC, “Ab Urbe Condita” (desde a fundação da cidade).

Dionysius Exiguus, que viveu no 6o século DC, procurou estabelecer uma sucessão seqüencial dos governantes romanos, para fixar o ano do nascimento de Cristo. Cometeu no entanto dois grandes erros conhecidos;

não computou que Caesar Augustus, sobrinho-neto de Julius Caesar, governou quatro anos sob o nome de “Otaviano”, como parte de um triunvirato.
considerou como ano anterior ao ano 1 DC, o ano 1AC. Com isto mais um ano, o “ano zero”, deixou de ser incluído na contagem.
Portanto o Natal não é comemorado no dia do Solstício do Inverno, como se pretendia, nem estamos no ano 2001! Conseqüentemente Cristo nasceu, segundo se sabe até agora, no ano 6 AC, o que é uma grave incoerência. Mas o que importa é o que nossos corações estão dispostos a oferecer de amor. Esta é a verdadeira lição que Ele nos legou.

Siga Feliz

Viva em paz com a sua consciência.
Sempre que você se compare com alguém, evite orgulho e desprezo, reconhecendo que em todos os lugares existem criaturas, acima ou abaixo de sua posição.
Consagre-se ao trabalho que abraçou realizando com ele o melhor que você possa, no apoio ao bem comum.
Trate o seu corpo na condição de primoroso instrumento, ao qual se deve a maior atenção no desempenho da própria tarefa.
Ainda que se veja sob graves ofensas, não guarde ressentimento, observando que somos todos os espíritos em evolução na Terra, suscetíveis de errar.
Cultive sinceridade com bondade para que a franqueza agressiva não lhe estrague belos momentos no mundo.
Procure companhias que lhe possam doar melhoria de espírito e nobreza de sentimentos.
Converse humanizando ou elevando aquilo que se fala.
Não exija da vida aquilo que a vida ainda não lhe deu, mas siga em frente no esforço de merecer a realização dos seus ideais.
E, trabalhando e servindo sempre, você obterá prodígios no tempo, com a bênção de Deus.

(Do livro "Momentos de Ouro", pelo Espírito André Luiz, Francisco Cândido Xavier)

Natal

"Glória a Deus nas Alturas, paz na Terra e boa-vontade para com os homens.” — (Lucas 2, v. 14.)

As legiões angélicas, junto à Manjedoura, anunciando o Grande Renovador, não apresentaram qualquer palavra de violência.
Glória a Deus no Universo Divino.
Paz na Terra.
Boa-vontade para com os Homens.
O Pai Supremo, legando a nova era de segurança e tranquilidade ao mundo, não declarava o Embaixador Celeste investido de poderes para ferir ou destruir.
Nem castigo ao rico avarento.
Nem punição ao pobre desesperado.
Nem desprezo aos fracos.
Nem condenação aos pecadores.
Nem hostilidade para com o fariseu orgulhoso.
Nem anátema contra o gentio inconsciente.
Derramava-se o Tesouro Divino, pelas mãos de Jesus, para o serviço da Boa-Vontade.
A justiça do “olho por olho” e do “dente por dente” encontrara, enfim, o Amor disposto à sublime renúncia até à cruz.
Homens e animais, assombrados ante a luz nascente na estrebaria, assinalaram júbilo inexprimível ...
Daquele inolvidável momento em diante a Terra se renovaria.
O algoz seria digno de piedade.
O inimigo converter-se-ia em irmão transviado.
O criminoso passaria à condição de doente.
Em Roma, o povo gradativamente extinguiria a matança nos circos. Em Sídon, os escravos deixariam de ter os olhos vazados pela crueldade dos senhores. Em Jerusalém, os enfermos não mais seriam relegados ao abandono nos vales de imundície.
Jesus trazia consigo a mensagem da verdadeira fraternidade e, revelando-a, transitou vitorioso, do berço de palha ao madeiro sanguinolento.
Irmão, que ouves no Natal os ecos suaves do cântico milagroso dos anjos, recorda que o Mestre veio até nós para que nos amemos uns aos outros.
Natal! Boa Nova! Boa-Vontade!
Estendamos a simpatia para com todos e comecemos a viver realmente com Jesus, sob os esplendores de um novo dia.

(Do livro "Fonte Viva", cap. 180, Emmanuel, Francisco C. Xavier, edição FEB)
Feliz Natal a todos!

terça-feira, 23 de novembro de 2010

Atendimento Fraterno

O Atendimento Fraterno é porta de serviço edificante aberta a todas as criaturas que perderam o rumo ou se perderam em si mesmas.
Ouve sem cansaço, todos os problemas, com capacidade de entendimento e tolerância.
Não se afadiga; nunca se exaspera; permite que cada qual viva conforme sua capacidade intelectomoral; no entanto, se propõe a ajudá-lo a ascender.
Não anui com aquele que erra; todavia combate o erro; não se levanta contra o criminoso; antes, o ampara, invectivando contra o crime.
O atendimento fraterno é campo de trabalho solidário entre quem pede e aquele que doa. Graças a ele irmanam-se os indivíduos, compartem suas dores e repartem suas alegrias.
É da Lei que, aquele que mais possui deve multiplicar os bens, repartindo-os com aqueloutros que sofrem carência.
O atendimento fraterno objetiva acender luz na treva, oferecer roteiro no labirinto, proporcionar esperanca no desencanto.
Felizes aqueles que se encontram a serviço da fraternidade, atendendo aos seus irmãos em sofrimento e contribuindo com segurança para sua elevação.
Jesus foi o exemplo superior do atendente fraterno, por excelência.
Não carregou o fardo das pessoas, porém ensinou-as, com seu sacrifício, a conduzirem os próprios grilhões a que se prendem voluntariamente, para que os arrebentem no calvário da imolação.
Abre-te, desse modo, ao atendimento fraternal, doando as tuas horas excedentes aos sofredores do caminho e auxiliando-os a entender o significado da vida e das existências corporais.
Nao te escuses jamais, recordando-te d’Aquele que jamais se negou a ajudar fraternalmente.
rquivot

Crianças que Bebem

Marcos Santos, de 16 anos, experimentou cerveja pela primeira vez aos 11, numa festa. Ele lembra que não gostou do sabor, mas começou a consumir a bebida sempre que saía com os amigos.
Com o tempo, passou a usar outras bebidas, como tequila. Quando se deu conta, já estava
bebendo álcool com mais freqüência do que gostaria. E, quando seus pais viajavam, convidava os amigos e não hesitava em abrir garrafas do bar.
Há seis meses, bebeu tanto no aniversário de uma amiga que desmaiou no banheiro e saiu carregado para o pronto-socorro. Foi quando seus pais perceberam que precisava de ajuda.
- Ele começou a beber por influência dos amigos e perdeu o controle da
situação - conta Márcia, mãe de Marcos.
A história de Marcos é não um fato isolado.
Pesquisa feita pelo Centro Brasileiro de Informações sobre Drogas Psicotrópicas (Cebrid) com 15.503 estudantes do Primeiro e Segundo graus, em dez capitais, mostra que o álcool é a droga preferida entre esses jovens, com discreto predomínio do sexo masculino.
E o início é precoce.
Cerca de 50% dos alunos entre 10 e 12 anos já consumiram bebidas alcoólicas.
Outro dado preocupante é que 28,6% beberam pela primeira vez em casa e, em 21,8% dos casos, as bebidas foram oferecidas pelos pais.
Os amigos também influenciam. O estudo do Cebrid revelou que 23,81% dos estudantes beberam pela primeira vez devido às pressões do grupo de amigos e 28,9% já usaram álcool até se embriagar.
Segundo médicos e psicólogos, o alcoolismo entre os jovens está se tornando incontrolável. De acordo com o questionário do Cebrid, 11% dos estudantes brigaram após beber e 19,5% faltaram à escola.
O psiquiatra e psicoterapeuta Mario Biscaia, especialista em dependência química, tem uma pesquisa recente sobre o alcoolismo entre os jovens e está preocupado.
- O uso do álcool entre os jovens aumenta o número de acidentes,
prejudica o rendimento na escola e contribui para o início precoce do
alcoolismo, que pode estar associado a outras drogas - diz Biscaia.
Numa pesquisa com 170 adolescentes atendidos na Casa do Lins (um centro especializado em usuários abusivos de drogas), a equipe constatou que 7% dos adolescentes usavam álcool associado à maconha e à cocaína.

(fonte: jornal O GLOBO)

Os Vícios e o Perispírito

"Entre os vícios, qual o que podemos considerar radical?

- Já o dissemos muitas vezes: o egoísmo. Dele deriva todo o mal. Estudai todos os vícios e vereis que no fundo de todos existe egoísmo. Por mais que luteis contra eles, não chegareis a extirpá-los enquanto não os atacardes pela raiz, enquanto não lhes houverdes destruído a causa. Que todos os vossos esforços tendam para esse fim, porque nele se encontra a verdadeira chaga da sociedade. Quem nesta vida quiser se aproximar da perfeição moral, deve extirpar do seu coração todo o sentimento de egoísmo, porque o egoísmo é incompatível com a justiça, o amor e a caridade: ele neutraliza todas as outras qualidades ."
(Allan Kardec. O Livro dos Espíritos. Livro Terceiro. Capítulo XII. Perfeição Moral. Pergunta 913.)

F. Worm - Vícios como o cigarro e os tóxicos actuam também no perispírito da pessoa?

Divaldo - Sem dúvida. Tudo o que de bom ou de mau façamos, imprime como que uma matriz no perispírito, qual se fora um filme virgem que mais adiante irá revelar a exacta imagem colhida pela objectiva da câmara; Além disso os vícios do cigarro e dos tóxicos atuam nos centros vitais e nas correntes magnéticas do organismo, alterando a constituição da aura da pessoa. Viciações e excessos são, também, formas disfarçadas de autocídio.

Extraído do livro "Moldando o Terceiro Milénio" – Vida e obra de Divaldo Pereira Franco, autoria de Fernando Worm, Ed. LEAL

Os Pais perante os Jovens que Começam o Uso de Drogas

Antes das reprimendas e desesperos, vale uma pausa para meditar nas possíveis causas dessa desafortunada escolha do jovem.
A droga representará uma fuga para aqueles atormentados em si próprios, desassistidos no lar, muitas vezes, vivendo em gaiolas douradas, onde os pais sempre lhes deram tudo de material, sem lhes oferecerem o coração compreensivo, os ouvidos atentos, os olhos vigilantes. Muitos saíam e voltavam, sem que seus pais soubessem onde e com quem estavam, nas fases de estruturação do carácter, quando pesam influências exteriores às do lar, mormente quando as do lar não primaram pelo acompanhamento, pelo diálogo, pela leitura atenta dos discursos silenciosos dos adolescentes.
Nesses casos, que se abra mão do orgulho perturbador, que se busque o auxílio médico e a ajuda espiritual no seu campo de crença. Caso não tenha um ponto de apoio espiritual definido, que lhe garante sustento na fase difícil, as Instituições Espíritas, quando bem orientadas pela Codificação Kardequiana, muito lhes poderá socorrer por meio da oração, da sua fluidoterapia, das técnicas dialogais e da desobsessão, pois os casos de adentramento nos vícios de quaisquer naturezas acabam por atrelar-se a processos obsessivos.
Verificar quanto à possibilidade de procurar a inestimável ajuda que os grupos dos Alcóolicos-Anónimos (Al-Anon) ou dos Narcóticos-Anónimos (NarAnon), costumam prestar à sociedade, com sua dinâmica de envolver pais, amigos e familiares dessa criatura vitimada pela infelicidade da drogadição.
Ante os filhos assinalados pela dependência química, junto a todas as providências médico-espirituais, jamais desistam do amor, do envolvimento afectivo e maduro, lúcido e bom, confiando na Providência de Deus, e pondo em Suas Mãos, os seres que vieram para um destino abençoado na reencarnação, e que, por um ou por outro motivo, deixaram-se arrastar pela viciação.

Do livro "Desafios da educação", pelo espírito Camilo ditado a J. Raul Teixeira, pág. 46/47,
Editora FRATER

Oração para sair da Depressão

Ó Espiritualidade, que tudo sabe e tudo vê sinto-me muito deprimido que não consigo nem orar direito. Mas sei de seu poder e por isso te peço, por favor liberta-me deste cativeiro. Acredito, em teu poder libertador, expulse de mim o maligno espírito de depressão, de ódio, de medo, de auto-piedade, de opressão, de culpa, de falta de perdão e qualquer outra força negativa que tenha investido contra mim. Peço amarre todas as causas de meu sofrimento com o nó do amor que é o mais forte e indestrutível que existe.

Espiritualidade Protetora, arrebente todas as cadeias que me prendem. Te peço que voltes comigo até o momento em que esta depressão me atacou e me liberte das raízes deste mal. Cura todas as minhas lembranças dolorosas. Enche-me com o Teu amor, a Tua paz, a Tua alegria. Te Peço que restaure em mim a alegria de me sentir amado.
Espiritualidade Sagrada, permita que a alegria jorre como um rio das profundezas do meu ser. Traga ao meu pensamento todas as coisas pelas quais posso agradecer-Te. Ajuda-me a manter meus olhos postos em Ti e não nos problemas. Eu Te agradeço, por me mostrar diariamente que vale apena continuar a lutar por minha felicidade e por guia-me até a saída do vale. Muito Obrigado


Amém.

Sinopse do Livro Nosso Lar


Título: "Nosso Lar" - (50 capítulos - 281 páginas)
Autor: Espírito André Luiz (pseudônimo espiritual de um consagrado médico que exerceu a Medicina no Rio de Janeiro)
Psicografia: Francisco Cândido Xavier (concluída em 1943)
Edição: Primeira edição em 1944, pela Federação Espírita Brasileira (Rio de Janeiro/RJ). Neste trabalho: 48ª Edição/1998.
Prefácio: Espírito Emmanuel.
Introdução: Do próprio autor espiritual (André Luiz).
Nota: Em 2003 a obra alcançou a expressiva marca de 1,5 milhão de exemplares.

Conteúdo doutrinário
a. O Autor narra sua experiência após a desencarnação, descrevendo minuciosamente o sofrido estágio no Umbral, detalhando-o também;
b. A seguir, conta a emoção de ter sido socorrido e ser levado para uma cidade espiritual denominada "NOSSO LAR"...
c. A partir daí, o livro abre um leque de informações absolutamente inéditas sobre o Plano Espiritual.

Estrutura da Cidade Espiritual "NOSSO LAR"
Fundação: No século XVI, por portugueses distintos, desencarnados no Brasil.
Localização: Sobre a cidade do Rio de Janeiro.
Governador: a Governadoria está num edifício, "de torres soberanas que se perdem no céu".
Ministérios: 6 (seis), a saber: Ministério da Regeneração, do Auxílio, da Comunicação, do Esclarecimento, da Elevação e da União Divina.
Ministros: cada Ministério é administrado por 12 (doze) Ministros.
População: homens e mulheres, jovens e adultos (desencarnados), em número de um milhão, segundo dados fornecidos pelo Autor, em 1943.
Construções, dependências e lugares especiais: Grande muralha protetora da cidade, com baterias de proteção magnética, conjuntos habitacionais, praça central (que acomoda até um milhão de pessoas), fontes luminosas, jardins, parques arborizados, o Bosque das Águas, o Rio Azul, o Campo da Música, a Câmara de Retificação (para enfermos), etc.
(Umbral = região com várias escalas morais, sendo a mais infeliz denominada de "Trevas").

Citações especiais:
"Aérobus": veículo de transporte, de grande comprimento, deslocamento veloz e aéreo.
Coral: 2.000 vozes (Hinos: "Sempre Contigo, Senhor Jesus", "A Ti, Senhor, Nossas Vidas").
Globo de Cristal: de 2m de altura (utilizado em reuniões mediúnicas com encarnados)
“Bônus-Hora”: forma de pagamento por serviços beneméritos prestados — cada hora de trabalho corresponde a um bônus-hora.

SINOPSE - Capítulo a capítulo

Cap 1 – Nas Zonas Inferiores – Descrição fantástica do local onde o Autor Espiritual se encontrou após a desencarnação. Sentia-se permanentemente em viagem... Pouca claridade. Pavor por chacotas vindas de desconhecidos. Dificuldade para obter a bênção do sono. Lágrimas permanentes. Esteve próximo à loucura, prestes a perder a razão. Via seres monstruosos, irônicos, perturbadores... Recordações da existência terrena, quando gozava de prosperidade material e pais “extremamente generosos”.

Cap 2 – Clarêncio – Seres maldosos e sarcásticos gritavam a A.Luiz: “suicida, criminoso, infame”. Em vão tentou revidar. Com a barba hirsuta e roupa rompendo-se sofria mais pelo abandono que o envolvera. Não se conformava em ser acusado de suicida, pois sabia que não o fora, lembrando-se de haver morrido no hospital, após cirurgia intestinal. Sentia fome. Saciava-se com lama... Amiúde via manada de seres animalescos. Médico, sempre detestara as religiões, mas agora experimentava necessidade de socorrer-se de alguma delas. Estando já no limite das forças, orou (!). Em resposta, das neblinas surgiu o benfeitor Clarêncio, acompanhado de dois auxiliares. Foi conduzido para o “Nosso Lar”.

Cap 3 - A oração coletiva - Descrição de “Nosso Lar” e do ambiente de oração coletiva. Ao crepúsculo, um Espírito coroado de luz (o Governador Espiritual), seguido de 72 outros Espíritos (seus Ministros), entoam harmonioso hino. A.Luiz reconfortou-se.

Cap 4 – O médico espiritual – Hospitalizado, A.Luiz é atendido por um médico espiritual que comprova o “suicídio inconsciente” que praticou. É lição-alerta imperdível e inédita quanto a essa característica do comportamento da maioria dos encarnados.

Cap 5 – Recebendo assistência – Há pungente informação de Espíritos internados no “Nosso Lar” e que têm órbitas vazias (olhos gastos no mal...); outros são paralíticos ou não têm as pernas (locomoção fácil em atos criminosos...); outros em extrema loucura (por aberrações sexuais...). São citados os “germes de perversão da saúde divina”, agregados ao perispírito (!).

Cap 6 – Precioso aviso – A.Luiz “desabafa” com Clarêncio, que o ouve pacientemente. Recorda da esposa e dos filhos: onde e como estarão? Após ouvi-lo, Clarêncio sugere-lhe a auto-reforma de pensamentos e o silêncio das lamentações próprias. Diz-lhe: “No “Nosso Lar” dor significa possibilidade de enriquecer a alma”...

Cap 7 – Explicações de Lísias – A.Luiz descreve sua dificuldade de adaptação à “nova vida”. No “Nosso Lar” a natureza apresentava-lhe aspectos melhorados, em relação à Terra: grandes árvores, pomares fartos, jardins deliciosos, cores mais harmônicas. Todos os edifícios com flores à entrada. Lindas aves cruzavam os ares. Entre árvores frondosas, animais domésticos. Lísias explica que há regiões múltiplas, segundo hierarquia moral. A.Luiz pergunta pelos pais, que o antecederam e até agora não o procuraram... Lísias então lhe informa que sua mãe, habi-tando esferas mais altas, o tem ajudado noite e dia...

Cap 8 – Organização de serviços – A.Luiz visita a cidade “Nosso Lar”, indo ao Ministério do Auxílio: largas avenidas, ar puro, muitas pessoas indo e vindo. “Nosso Lar” tem 6 (seis) Ministérios (da Regeneração, do Auxílio, da Comunicação, do Esclarecimento, da Elevação e da União Divina), cada um orientado por 12 (doze) Ministros. Na História de “Nosso Lar” consta que foi fundado por “portugueses distintos”, desencarnados no Brasil, no século XVI.

Cap 9 – Problema de alimentação – Preciosas informações quanto ao abastecimento alimentar: em “Nosso Lar”, no passado, houve demandas; após, a alimentação passou a ser por inalação de princípios vitais da atmosfera e água misturada a elementos solares, elétricos e magnéti-cos. Só entre os mais necessitados é que há alimentos que lembram os da Terra.

Cap 10 – No Bosque das Águas – A.Luiz vai ao grande reservatório de água (!). Viaja no aeróbus, veículo aéreo semelhante a um grande funicular (veículo terreno cuja tração é proporcionada por cabos acionados por motor estacionário e que é geralmente usado para vencer grandes diferenças de nível). Vê um grande rio: o Rio Azul. É exaltada a importância da água, tão deslembrada dos humanos...

Cap 11 – Notícias do Plano – Como “Nosso Lar”, existem incontáveis outras colônias espirituais. É citada a de “Alvorada Nova”, vizinha. No “Nosso Lar” preparam-se reencarnações, após proveitosos aprendizados para as futuras tarefas planetárias.

Cap 12 – O Umbral – É descrito que o Umbral começa na crosta terrestre, como zona obscura para os recém-desencarnados. É região em torno do planeta e de profundo interesse para os encarnados. É local de grandes perturbações, pelas “legiões compactas de almas irresolutas e ignorantes”. Lá existem núcleos de malfeitores, verdugos e vítimas. Acha-se repleto de formas-pensamento de encarnados, sintonizados com os desencarnados que lá estão.

Cap 13 – No Gabinete do Ministro – A.Luiz apresenta-se a Clarêncio como voluntário ao serviço. Assiste ao diálogo do Ministro com uma voluntária, mãe, desejosa de proteger dois filhos encarnados. Tem notícia do bônus-hora (ponto relativo a cada hora de serviço).

Cap 14 – Elucidações de Clarêncio – O Ministro, com fraternidade expõe a A.Luiz que pelo seu passado não poderá ser médico em “Nosso Lar” e sim aprendiz. E isso devido a rogativas de sua mãe e graças às seis mil consulta a necessitados nos quinze anos de clínica médica terrena dele... Dos atendidos nessas seis mil consultas, quinze ainda fazem preces a seu favor.

Cap 15 – A visita materna – A.Luiz recebe visita de sua mãe, espírito excelso, que o consola com extremado amor. Vive em esferas mais elevadas.

Cap 16 – Confidências – A mãe de A.Luiz informa-lhe que o pai está a doze anos em zona de trevas compactas, conseqüência de mau procedimento quando encarnado, com ligações clandestinas e promessas não cumpridas a mulheres, do que resultou amealhar obsessoras vingativas. Sua mãe dá-lhe notícias de suas três irmãs (desencarnadas).

Cap 17 – Em casa de Lísias – A.Luiz é hospedado na casa da mãe de Lísias, onde conhece as duas irmãs dele. Vê livros maravilhosos e então lhe é dito que “os escritores de má-fé, que estimam o veneno psicológico” são conduzidos imediatamente para as zonas obscuras do Umbral, e lá permanecerão, até regenerarem-se...

Cap 18 – Amor, alimento das almas – Novas lições sobre alimentação no “Nosso Lar”. Na nutrição espiritual o Amor é o maior sustentáculo das criaturas. É citado que o sexo é manifestação sagrada do Amor universal e divino.

Cap 19 – A jovem desencarnada – A neta de Laura, recém-desencarnada, sofre ante a lembrança do noivo que, mesmo antes dela desencarnar, ligara-se a uma amiga sua. Laura emite preciosas lições sobre o Amor e sobre a fidelidade.

Cap 20 – Noções de Lar – O lar é esquematizado por conceitos matemáticos (!), acoplados a profundos conceitos morais.

Cap 21 – Continuando a palestra – Explicações sobre o bônus-hora: sua aquisição (com trabalho pelo próximo) e sua aplicação no “Nosso Lar”. É citado que a recordação do passado exige equilíbrio e forçá-la poderá causar de-sequilíbrio e loucura.

Cap 22 – O bônus-hora – Detalhes sobre essa interessante retribuição por serviços prestados, valorizando o traba-lho pelo bem coletivo.

Cap 23 – Saber ouvir – Notas sobre a inconveniência da maioria dos desencarnados terem notícias dos encarnados com os quais se ligavam. Geralmente, ocorrem desequilíbrios...

Cap 24 – O impressionante apelo – Notícias (Agosto/1939) da 2ª Guerra Mundial, então prestes a eclodir... Ouve-se em “Nosso Lar” apelos de uma emissora espiritual, solicitando voluntários à assistência a coletividades terrenas indefesas, que sofrerão os horrores de uma grande guerra...

Cap 25 – Generoso alvitre – Sugestões de Laura a A.Luiz quanto às futuras atividades que ele poderá exercer em “Nosso Lar”.

Cap 26 – Novas perspectivas – A.Luiz vai às “Câmaras de Retificação”, localizadas em pavimentos de pouca luz, onde estão hospitalizados Espíritos necessitados nos primeiros tempos de moradia em “Nosso Lar”.

Cap 27 – O trabalho, enfim – Nas “Câmaras de Retificação” A.Luiz fica impressionado com os quadros de sofrimento dali: “milionários das sensações físicas, transformados em mendigos da alma”. Espontaneamente, num ato de exemplar humildade, se transforma em auxiliar da limpeza de vômitos de substância negra e fétida - fluidos venenosos expelidos por Espíritos que se beneficiaram de passes.

Cap 28 – Em serviço – A.Luiz prontifica-se (sendo aceito) a trabalhar no período noturno nas “Câmaras de Retificação”.

Cap 29 – A visão de Francisco – A terrível angústia do Espírito que vê o próprio corpo e julga-o um monstro a atormentá-lo (esse Espírito era excessivamente apegado ao corpo físico e faleceu por desastre, só deixando-o quando, tomado de horror, vê os vermes desfazendo os despojos).

Cap 30 – Herança e eutanásia – A disputa entre familiares por herança... Triste caso de eutanásia, associada a in-teresses financeiros de um dos herdeiros.

Cap 31 – Vampiro – Há a impressionante narração do Espírito de uma mulher que queria adentrar no “Nosso Lar”, pelos fundos, sendo impedida pelo vigilante-chefe por se tratar de “forte vampiro” (trazia impressos em seu perispírito 58 pontos negros, correspondentes a igual número de abortos que praticara...). Sua admissão nas dependências de “Nosso Lar” colocaria em perigo os pacientes lá internados.

Cap 32 – Notícias de Veneranda – Em “Nosso Lar” existem os “Salões Verdes” por toda parte. São parques em árvores acolhedoras, locais de conferências ministeriais — foram criados sob inspiração superior da Ministra Vene-randa, que possui o maior número de bônus-hora: um milhão de horas de trabalho útil (em 200 anos de atividade ali).

Cap 33 – Curiosas observações – A.Luiz reflete sobre sua vida de chefe de família que pouco edificara no espírito da esposa e filhos. Assusta-se quando vê dois elevados Espíritos ainda encarnados, em visita ao “Nosso Lar”, pois apresentavam características diferentes, em relação aos Espíritos desencarnados dali. Em passeio, vê cães, pomares e íbis junto às equipes socorristas, vindo a saber que prestam precioso auxílio quando das incursões no Umbral.

Cap 34 – Com os recém-chegados do Umbral – A.Luiz atende uma senhora assistida pelos Samaritanos e por imprudência abre diálogo improdutivo com ela, movido por curiosidade. Ela se desfaz em lamentações. A.Luiz é advertido por Narcisa.

Cap 35 – Encontro singular – A.Luiz encontra-se com antigo conhecido, o qual foi prejudicado por seu pai e por ele próprio, quando encarnados. Arrependido agora lhe pede perdão, num dos mais belos trechos dessa sublime obra literária.

Cap 36 – O sonho – A.Luiz dorme, deixa o “veículo inferior” (perispírito) no leito e sonha. Vai a uma esfera mais elevada e encontra-se com a mãe. É louvado e incentivado o trabalho pelo próximo, com novos esclarecimentos sobre o bônus-hora.
Obs: Por este capítulo refletimos que se os desencarnados dormem e sonham, deixando o perispírito no leito, provavelmente será com outro corpo que se deslocam: pode ser com o corpo mental, “envoltório sutil da mente”, aludido pelo próprio A.Luiz em 1958, na p. 25, Cap II, 11ª Ed., do Livro “Evolução em Dois Mundos”, FEB, RJ/RJ.

Cap 37 – A preleção da Ministra – Observações sobre o pensamento: força essencial em todo o Universo, capaz de gerar o que se queira — bom ou mau...

Cap 38 - O caso Tobias – Reflexões sobre o(s) casamento(s) e o ciúme. Em “Nosso Lar”, duas ex-esposas de Tobias são amigas sinceras e convivem felizes.

Cap 39 – Ouvindo a senhora Laura – A.Luiz lembrava-se, atormentado por saudades, da família terrestre. Ouve, então, preciosas explicações sobre o “espírito de seqüência que rege os quadros evolutivos da vida”. É enaltecida a Bondade divina ao reunir desafetos pela consangüinidade.

Cap 40 – Quem semeia colherá – No departamento feminino das “Câmaras de Retificação” A.Luiz reencontra Elisa, que fora doméstica no seu lar terreno e da qual aproveitou-se irresponsavelmente. Ampara-a agora com extremado cuidado e bondade.

Cap 41 – Convocados à luta – Irrompe a 2ª Guerra Mundial, com repercussões negativas em “Nosso Lar”. Por essa lição ficamos sabendo como o plano terreno também influencia o espiritual, no caso, negativamente.

Cap 42 – A palavra do Governador – O medo é classificado como dos piores inimigos da criatura. Duas mil vozes entoam o hino “Sempre Contigo, Senhor Jesus”. A.Luiz vê pela primeira vez o Governador de “Nosso Lar”. O Governador esclarece aos trabalhadores de “Nosso Lar” os deveres relativos aos problemas criados pela Guerra. Informa serem necessários 30 mil servidores voluntários, desprendidos, para criar defesas especiais. Cita que em “Nosso Lar” são mais de um milhão de criaturas, que não podem ser agredidas pela invasão de milhões de espíritos desordeiros.

Cap 43 – Em conversação – Comentários sobre os horrores da Guerra. Nesse contexto, o Espiritismo sobressai como a grande esperança do Plano Espiritual, como o Consolador da humanidade.

Cap 44 – As “trevas” – As trevas são as regiões mais inferiores conhecidas em “Nosso Lar”, abaixo do próprio nível terreno (!). Ali, Espíritos jazem por séculos e séculos... Na verdade, encarnados ou desencarnados, Espíritos têm belas oportunidades de progresso, mas a maioria as renega.

Cap 45 – No “Campo da Música” – A.Luiz, feliz, integrado às atividades socorristas, foi conhecer o “Campo da Música”, onde se extasia ante a beleza musical do ambiente, espiritualizado: todos os Espíritos ali comentando com alegria a vida e os ensinamentos de Jesus.

Cap 46 – Sacrifício de mulher – Um ano após iniciar trabalhos A.Luiz sentia imensas saudades do lar terrestre. Sua mãe informa-lhe que breve ela reencarnará, visando amparar o ex-marido, mergulhado em problemas, perseguido por mulheres com as quais não procedeu corretamente. Essas mulheres, no futuro, reencarnarão e a mãe de A.Luiz ser-lhes-á mãe (!). São citadas as “reencarnações compulsórias”.

Cap 47 – A volta de Laura – A mãe de Lísias reencarnará em dois dias. Recebe fraternais despedidas dos amigos de “Nosso Lar”, A.Luiz inclusive. É citado o quanto de amparo espiritual recebem os trabalhadores de boa-vontade, principalmente em ocasiões tão importantes, como quando vão reencarnar.

Cap 48 – Culto familiar – É descrita a existência de um Globo de Cristal, com aproximadamente 2m de altura (utilizado para recepcionar Espíritos encarnados, nessa singular e “invertida” forma de reuniões mediúnicas no Plano Espiritual).

Cap 49 – Regressando à casa – A.Luiz visita, finalmente, o lar terrestre. Ali, encontra tudo diferente... a ex-esposa novamente casada e seu atual marido gravemente enfermo, além de estar assediado por Espíritos infelizes. A.Luiz sente-se roubado... Só uma de suas filhas sintonizou espiritualmente com ele. Mas, os ensinamentos auferidos em “Nosso Lar”, falam mais alto e o Amor explode em seu coração... (!).

Cap 50 – “Cidadão de Nosso Lar” - Pondo em prática tudo o que aprendera sobre o amor ao próximo A.Luiz socorre o enfermo. Auxiliado por Narcisa e por “servidores comuns do reino vegetal”.
Obs: “Espíritos da Natureza”: seriam esses Espíritos aqui citados, com ação sobre a Natureza, os mesmos citados por Allan Kardec nas questões 536 a 540 do “O Livro dos Espíritos”?
De volta ao “Nosso Lar”, feliz pela vitória do bem em si mesmo, A.Luiz é recepcionado festivamente com a honrosa declaração de que passou a ser “Cidadão de Nosso Lar”.

Diário de uma Criança que não Nasceu

5 de outubro – Ah! Hoje teve início a minha vida. Papai e mamãe não sabem. Eu sou menorzinha do que a cabeça de um alfinete. Mas já sei: vou ter os olhos do papai e os cabelos castanhos ondulados da mamãe isto também é certo; eu sou menina.
19 de outubro – Hoje, começa a abertura da minha boquinha. Dentro de um ano, que bom! Vou poder sorrir, quando os meus pais se inclinarem sobre o meu bercinho! Minha primeira palavra? Mamã...
23 de outubro – Ih! Meu coração começou a bater e continuará sua função, sem parar jamais, sem descansar, até ao fim da vida... Meu Deus, isso é um grande milagre!
2 de novembro – Meus braços e as minhas perninhas começam a crescer e vão continuar crescendo, até ficarem perfeitos!
12 de novembro – Ué! Agora, nas minhas mãozinhas as unhas estão despontando... Que beleza!
29 de novembro – Hoje, pela primeira vez, mamãe percebeu, pelo bater do seu coração, que me traz no seu seio. Ah! Meu Deus, quem sabe da sua grande alegria!
3 de dezembro - Todos os meus órgãos estão completamente formados. Ih! Eu já estou grandinha...
11 de dezembro – Logo mais, já poderei ver luz, flores e cor. Deve ser tão bonito!... Sobretudo, o que me enche de alegria, no meu pensamento, é poder ver minha mamãe.
12 de dezembro – Crescem-me os cabelos e as sobrancelhas. Como ficará contente minha mãezinha com a sua filha querida!
24 de dezembro – Ih! Meu coração está pronto. Graças a Deus! Meu coração não tem nenhum defeito. Vou ser uma menina cheia de vida e de saúde. Todos vão ficar alegres com o meu nascimento.
28 de dezembro – Ah! Meu Deus! Hoje, minha mãe me matou!
SCHWAB

domingo, 21 de novembro de 2010

O Suícida

Falar sobre os suicidas nos dá o ensejo de pensarmos no trabalho de renovação espiritual que está ao alcance e na obrigação de todos nós.
Acredito que todos devemos ajudar ao próximo, principalmente quando vemos nosso irmão se aproximar de uma situação desgastante, desigual e potencialmente suicida. É nossa obrigação! Embora não devamos ser inconvenientes, nem por isso devemos deixar de falar todas as vezes que vejamos a dor do próximo.
O suicida é , antes de tudo, um solitário. Descobrir um meio de chegarmos à criatura solitária pode sr um útil e benévolo exercício de caridade em favor do próximo. Utilizemos os recursos ao alcance de nossas mãos para auxiliar o suicida ou ao potencialmente suicida, pois isto será uma boa atitude e, certamente, nossos guias espirituais nos ajudarão. Quanto ao suicídio propriamente dito, lutemos contra todas as formas de depressão, fuga e falta de fé.
O suicida deve ser considerado como um corajoso ou um covarde? Por quê?
Altivo Pamphiro - Todos os espíritos de bem informam que o suicida é, antes de tudo, um egoísta, que pensa somente em suas dores, ignorando as dores que irá causar em seus entes queridos. Não se pode generalizar e chamá-los de corajosos ou covardes, porque, na realidade, antes de tudo, eles estão preocupados com suas próprias idéias. Há, entretanto, os casos de loucura, nos quais o suicida, em um estado de demência, não pode avaliar o crime que está cometendo. É atribuído ao espírito Emmanuel a informação de que Getúli Vargas, es-presidente do Brasil, ao se matar, não foi considerado como um suicida, uma vez que evitou uma guerra civil com sua morte. Desse modo, vemos que a Leis de Deus prevê considerações que nem sempre estão ao nosso alcance.
Quais os fatores espirituais que podem levar uma pessoa a desejar não mais viver?
Altivo Pamphiro - Principalmente a sociedade. O espírito, quando não tem mais motivo para lutar, pode se desesperar e entrar em uma depressãoque o leva a pensar no suicídio. Há cerca de dez anos, na Suécia, houve uma pesquisa entre médicos e paramédicos sobre se algum deles teve o desejo de se suicidar algum dia. A informação, impressionante aliás, foi de que todos os médicos e paramédicos que habitualmente se dirigiam para os países pobres, oferecendo seus serviços durante as férias, jamais pensavam em suicídio. Vê-se que o trabalho é realmente um grande antídoto para a atitude suicida.
Para onde vão realmente os espíritos dos suicidas? Há alguma regra geral para quem comete este ato ou os motivos que o levaram a cometê-lo podem amenizar essa pena, se assim podemos chamar?
Altivo Pamphiro - A médium Yvonne Pereira, em seu portentoso livro Memórias de um Suicida, fala do "Vale dos Suicidas". Entretanto, temos notícia de outros suicidas que não foram para o referido vale porque não constituíam um perigo para os encarnados. Segundo a médium, vão para o "Vale dos Suicidas", aqueles espíritos capazes de influenciar os encarnados. Eles, então são segregados para não terem como influir nos homens.
Em média, quanto tempo o espírito de um suicida fica vagando pelas regiões umbralinas?
Altivo Pamphiro - Não há previsão para esse tempo. Dizem os espíritos condutores que o espírito fica vagando enquanto não consegue harmonizar sua mente e entender o apoio que está sendo dado a ele. Portanto, isso varia de espírito para espírito.

Entrevista realizada no canal IRC # Espiritismo.

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Temperamento (Emmanuel)

TEMA: AUTOCONTROLE

Somos cuidadosos, salvaguardando o clima doméstico. Dispositivos de alarme, faxinas, inseticidas, engenhos de proteção e limpeza.
No entanto, raros de nós se acautelam contra o inimigo que se nos instala no próprio ser, sob os nomes de canseira, nervosismo, angústia ou preocupação.
Asseguramos a tranqüilidade dos que nos cercam, multiplicando recursos de segurança e higiene, no plano exterior, e, simultaneamente, acumulamos nuvens de pensamentos obsessivos que terminam suscitando pesadelos dentro de casa.
Muitas vezes, desapontados conosco mesmos, à face dos estragos estabelecidos por nossa invigilância, recorremos a tranquilizantes diversos, tentando situar a impulsividade que nos é própria no quadro das moléstias nervosas, no pressuposto de inocentar-nos.
Sem dúvidas não podemos subestimar o poder da mente sobre o campo físico em que se apóia. Se acalentarmos a irritação sistemática, é natural que os choques do espírito atrabiliário alcancem corpo sensível, descerrando brechas à enfermidade.
Nesse caso, é preciso rogar por socorro ao remédio. Ainda assim, é imperioso nos decidamos ao difícil entendimento do autodomínio.
No que concerne a temperamento, é possível receber as melhores instruções e receitas de calma; entretanto, em última análise, a providência decisiva pertence a nós mesmos.
Ninguém consegue penetrar nos redutos de nossa alma, a fim de guarnece-la com barricadas e trancas.
Queiramos ou não, somos senhores de nosso reino mental. Por muito nos achemos hoje encarcerados, do ponto de vista de superfície, nas conseqüências do passado, pelas ações infelizes em nossa estrada de ontem, somos livres, na esfera íntima, para controlar e educar o nosso modo de ser. Não nos esqueçamos de que fomos colocados, no campo da vida, com o objetivo supremo de nosso rendimento máximo para o bem comum.
Saibamos enfrentar os nossos problemas como sejam e como venham, opondo-lhes as faculdades de trabalho e de estudo que somos portadores. Nem explosão pelas tempestades magnéticas da cólera e nem fuga pela tangente do desculpismo.
Conter-nos. Governar-nos. Aqui e além, estamos chamados a conviver com os outros, mas viveremos em nós estruturando os próprios destinos, na pauta de nossa vontade, porque a vida, em nome de Deus, criou em cada um de nós um mundo por si.

(Do livro "Encontro Marcado", pelo Espírito Emmanuel, Francisco Cândido Xavier)
http://www.institutoandreluiz.org/