terça-feira, 26 de outubro de 2010

CARTA DE UM SUICIDA

Paulo,

Te mando esta carta de um lugar que não conhecia. Cheguei aqui há algum tempo atrás, sem mesmo saber por que (Cara! Que doideira! Dancei geral).
Toda minha vida, você sabe, fomos de bar em bar, de festa em festa, fumando, bebendo, cheirando e tomando todas – era beleza pura!
Me lembro que fazia ouvidos moucos para advertências paternas, que davam conta de que a farra acabaria mal. Lembra? A gente nem se ligava naquilo!
Logo eu, garotão esperto, sarado, das praias da zona sul do Rio de Janeiro, entrar numa furada? “Pára com isso!” – era o que eu respondia...
Vivi a juventude extravagantemente, usando de meu corpo tal como mina, para conseguir mais dinheiro para as bebidas e o tóxico.
Mas era a onda, o barato!
Aos trinta, conheci a decaída, a doença, a perda dos "amigos", só você ficou comigo (mas ... Fala sério! ... foi só porque você estava tão doidão quanto eu). Mesmo assim, seguia, tossindo, tropeçando e sangrando, a zombar da morte... até que dancei!
Hoje, depois de ter passado a pior fase, me encontro em melhor estado. E nesse momento, em que a lucidez fica comigo mais que breves momentos, pela mão deste amigo que te escreve, dito estas palavras desalinhadas.
Cheguei aqui, sem dar cobro de mim, após ter morrido, passei vários anos ainda agarrado ao corpo malhado de praiano do Rio de Janeiro, curtido pelo sal e bronzeado pelo sol de Ipanema e Leblon (Copa era muito caída pra mim, você sabe).
Quando consegui acordar, me lembro que gritava e xingava aqueles que tão gentilmente tratavam de mim. Comecei a relembrar os tempos em que a tumba se fez minha morada; nela me contorcia ao ver meu corpo musculoso apodrecer, servindo de pasto aos vermes. Recordo que me assustei.
Mas, fora dele, procurava o convívio insano dos colegas de vida fácil, os locais de folguedos e firulas novamente. Acercava-me daqueles que antes se diziam amigos e que agora a mim dirigiam pesadas palavras. Diziam uns: - Foi bobeira, dançou de otário! Outros falavam: - Foi bem feito, o cara abusou ...
Mas eu, simplesmente, sorvia deles seus eflúvios etílicos intoxicados pelos barbitúricos e saciava minha dependência. A festa continuava!
E de volta à cova, um dia, alguns benfeitores me resgataram a força da carne putrefata, do corpo arrasado. Foi muito tempo de preces, trabalho e cuidados desses a quem hoje tanto devo.
Já me sinto melhor, os amigos deste que agora escreve, oram e procuram o mais que podem me ajudar, abnegados trabalhadores do bem!
Paulo, não conheci, ainda, esse tal de Jesus, mas tenho certeza de que ele existe, pois todos aqui recebem de pessoas ligadas a Ele recomendações para tratamentos mais eficazes a serem ministrados em mim.
Rapaz, pouco a pouco venho me recobrando, mas ainda sofro muito pelo mal que causei a meus pais, que, enfraquecidos pela idade, não mais podiam me segurar com suas palavras.
Na vida, fiz o que achei melhor, optei pelos sentimentos e emoções mais densos, mais pesados, mas tão embriagantes.
Hoje, quando li na plaqueta da maca meu nome, acompanhado da inscrição suicida, me desesperei e chorei muito.
Eu que dizia amar a vida,provoquei e alimentei minha morte.
Se liga malandro,a bola da vez é você!
Um beijo deste teu brother,
Arthur.
Ler mais: http://www.forumespirita.net/fe/toxicodependencia/carta-de-um-suicida/

O Filho que Saiu de Casa



A parábola do Filho Pródigo contém preciosas lições.
Uma delas reside no comportamento do filho pródigo.
No princípio, ele se deixa seduzir pela tentação dos vícios.
As paixões cintilam aos seus olhos e ele decide vivê-las.
Pede recursos ao pai e se lança no mundo.
Parte para longe de sua família e dissipa a própria herança.
Entretanto, a vida o convida a rever seus valores e atitudes.
Uma grande fome se faz no local que ele escolhera para viver.
Enquanto passa duras necessidades, reflete sobre a abundância que existe na casa paterna.
É então que começa a retificar o seu íntimo.
Não pretende fugir às conseqüências dos próprios atos.
Não almeja viver fartamente.
Aliás, não pretende sequer ser tratado como filho.
Contenta-se em ser admitido pelo pai como um simples trabalhador de suas terras.
Tomada a resolução, lança-se na estrada.
A viagem feita na riqueza agora é refeita na pobreza, em sentido contrário.
Certamente são muitas as dificuldades para vencer as distâncias.
Mas ele não esmorece e chega na propriedade da família.
Confessa ao pai o arrependimento e suas novas disposições.
Entretanto, grande é o júbilo do senhor da terra com o retorno do filho.
Ele providencia os melhores sinais de boa acolhida, como boas vestes, anel no dedo e festa.
* * *
O filho pródigo representa o Espírito que se deixa seduzir pelas paixões mundanas.
Tendo recebido preciosos tesouros do Criador, ele os consome inconseqüentemente.
Vidas que deveria aproveitar para aprimorar-se e fazer o bem, ele gasta com bobagens.
Permite-se atos desonrosos e converte-se em um mendigo espiritual.
Essa situação já foi vivenciada, em maior ou menor grau, por quase todos os Espíritos que ora jornadeiam no planeta Terra.
Agora, eles vivem a jornada de retorno.
Por entre dificuldades, necessitam refazer o caminho para a casa paterna, que representa o equilíbrio e a paz.
Nesse momento evolutivo, convém recordar o corajoso exemplo do filho pródigo.
Ele assumiu valorosamente as conseqüências de seus atos.
Na hora da reparação, não se rebelou e nem reclamou.
Não desejou a chegada de uma confortável liteira para reconduzi-lo ao local de que saíra de livre e espontânea vontade.
Reuniu suas forças e refez o caminho, resolutamente.
Assim, se as dificuldades se apresentam em sua vida, não se imagine vítima e nem brade contra os Céus.
Veja nelas o seu caminho para a conquista da paz e do bem-estar.
Trilhe-o com coragem e dignidade, certo de uma acolhida generosa, ao término da jornada.

Fonte: Momento Espirita(www.momento.com.br)

VIDA APÓS A MORTE


Vamos, a seguir, relatar os momentos mais característicos das experiências do "outro mundo" cuja fonte são os livros modernos sobre vida após a morte.

Visão do "dublê." Tendo morrido, o homem não se dá conta disso, imediatamente. E só depois de ver o seu "dublê," deitado embaixo inerte, e se convencer que ele é incapaz de comunicar-se, ele percebe que a sua alma saiu do corpo. Às vezes, acontece que, após um desastre inesperado, quando a separação com o corpo físico ocorre brusca e inesperadamente, a alma não reconhece o seu corpo e pensa que está vendo alguém parecido com ele. A visão do "dublê," e a incapacidade de comunicar-se provoca um grande choque na alma, de modo que ela não tem certeza se isto é sonho ou realidade.
Consciência não rompida. Todos, sobreviventes à morte temporária, testemunham que conservaram totalmente o seu "eu" e todas as suas capacidades mentais, sensoriais e de vontade. Mais que isso, a visão e a audição tornam-se até mais aguçadas, o raciocínio fica mais claro e torna-se mais enérgico e a memória torna-se lúcida. Pessoas que faz tempo perderam alguma capacidade em conseqüência de alguma doença ou da idade, de repente sentem que a recuperam. O homem percebe que pode ver, ouvir, pensar etc., não tendo órgãos físicos. É fantástico, por exemplo, que um cego de nascença tendo saído do corpo, viu tudo o que era feito com o seu corpo pelos médicos e enfermeiros e mais tarde, após relatar todo o ocorrido, ele voltou a ser cego. Os médicos e psiquiatras, que associam as funções de pensar e de sentir aos processos químico - elétricos no cérebro, devem levar em conta esses dados modernos, compilados por médicos - reanimadores para entender corretamente a natureza humana.
Alívio. Normalmente, a morte é precedida pela doença e sofrimento.Ao sair do corpo a alma se alegra, pois nada mais dói, nada oprime, nada sufoca, a mente funciona claramente, os sentimentos apaziguados. O homem começa a identificar-se com a alma, e o corpo parece ser algo secundário e inútil, como tudo material. "Eu saio, e o corpo é um invólucro vazio" - explica um homem, que sobreviveu à morte temporária. Ele assistiu à sua cirurgia cardíaca como se fosse um "espectador." As tentativas de reanimar o seu corpo, absolutamente não o interessavam. Aparentemente, ele tinha se despedido mentalmente da vida terrena e estava pronto para iniciar uma nova vida. Entretanto, permanecia com ele o amor pela família e preocupação com os filhos que deixava. Deve-se notar, que mudanças radicais no caráter do indivíduo não ocorrem. O indivíduo permanece o mesmo que era. "A suposição que, abandonando o corpo, a alma imediatamente passa a conhecer e entender tudo, é falsa. Eu vim para esse novo mundo do mesmo jeito como saí do velho," - conta K. Ixcul.
O Túnel e a Luz. Após a visão do seu próprio corpo físico e do ambiente que o rodeia, algumas almas continuam no outro mundo espiritual. Enquanto outras, não passam pela primeira fase ou não reparam nela e vão direto para o segundo estágio. A passagem para o mundo espiritual, alguns descrevem como sendo uma viagem através do espaço escuro, lembrando um túnel, no final do qual eles vão parar numa região de luz não terrena. Existe um quadro do século XV de Jerônimo Bosh "Ascensão ao Empírico" que representa algo semelhante à passagem da alma pelo túnel. Isso significa que mesmo naquele tempo alguém já tinha acesso a esse conhecimento.
Eis, a seguir, dois relatos contemporâneos a respeito do assunto: "Eu ouvia, quando os médicos anunciaram a minha morte, mas nesse momento, era como se eu estivesse nadando em um espaço escuro. Não há palavras para descrever a sensação. Era completamente escuro ao redor, e só longe, muito longe, via-se luz. Era uma luz muito brilhante, mesmo que parecesse pequena inicialmente. À medida que eu me aproximava, a luz aumentava. Eu me deslocava velozmente em direção à luz e sentia que dela emanava o bem. Sendo cristão, lembrei-me das palavras de Cristo: "Eu sou a luz do mundo" e pensei: "Se isto é a morte, sei quem está esperando por mim" [1, pág.62].
"Eu sabia que estava morrendo" - conta uma outra pessoa, - e nada podia fazer, para comunicar isto, já que ninguém me ouvia... Eu estava fora do meu corpo - isto com certeza, porque eu via o meu corpo lá na mesa de operação. Minha alma tinha saído do corpo. Por isso, sentia-me perdido, mas depois vi essa luz diferente. Inicialmente, era pouca luz, mas depois tornou-se mais brilhante. Eu sentia o calor da luz. A luz cobria tudo, mas não me atrapalhava a visão da sala de cirurgia, médicos, enfermeiras, etc... Inicialmente, eu não entendi o que estava acontecendo, mas depois a voz da luz perguntou-me, se eu estava pronto para morrer. A luz falava, tal qual um homem, mas não havia ninguém. Era a Luz que perguntava... Agora eu entendo, que a Luz sabia que eu não estava pronto para morrer, mas queria me testar. A partir do momento que a Luz começou a conversar, eu fiquei bem, eu sentia que estava seguro e que a Luz me amava. O amor, que emanava da Luz, era inimaginável, indescritível" [1, pág.63].
Todos os que viram a Luz e depois tentaram descreve-la, não conseguiram achar as palavras adequadas. A Luz era diferente da luz que conhecemos por aqui. "Aquilo não era uma luz, mas sim uma ausência da escuridão, total e absoluta. Essa Luz não criava sombras, não era visível, mas estava em todo lugar e a alma permanecia na Luz" [5, pág.66]. A maioria testemunha sobre a Luz, como sendo um ser moralmente bondoso, e não como uma energia impessoal. As pessoas religiosas tomam essa Luz por Anjo, ou até mesmo por Jesus Cristo - em todo caso, por alguém que leva paz e amor. No encontro com a Luz, eles não conversavam em nenhum idioma. A Luz se comunicava com eles mentalmente. E aí, tudo estava tão claro, que era absolutamente impossível esconder algo da Luz.

Revisão e julgamento. Alguns, que sobreviveram à morte temporária, descrevem a etapa de revisão da vida que tiveram. Às vezes, a revisão ocorria durante a etapa da visão da Luz, quando o homem ouvia da Luz a pergunta: "O que você fez de bom?" A pessoa entendia que a pergunta não era feita para saber algo, mas para que a pessoa pudesse recordar a sua vida. E assim, após a pergunta, o filme da vida terrena da pessoa passa perante a sua visão espiritual, começando na tenra infância. O filme da vida se move como uma seqüência de quadros de episódios da vida, um após o outro, e a pessoa vê claramente e com detalhes tudo o que aconteceu com ela. Nesse momento, a pessoa revive e moralmente reavaliar tudo aquilo que ela falou e fez.
Eis um dos casos típicos, que ilustra o processo da revisão: "Quando a Luz chegou, perguntou-me: - "O que você fez em sua vida? O que pode me mostrar?" ou algo semelhante a isso. E então, começaram a aparecer esses quadros. Eram quadros muito nítidos, coloridos, tridimensionais e em movimento. Toda a minha vida passou por mim... Eis eu, ainda uma menina pequena, brincando com a irmã perto do riacho... Depois, os acontecimentos da minha casa... escola... casamento... Tudo seguia na minha frente com mínimos detalhes. Eu revivia esses acontecimentos... Eu via os fatos quando fui cruel e egoísta. Senti vergonha de mim mesma e desejava que isto nunca tivesse acontecido. Mas, era impossível mudar o passado..." [1, pág. s65-68]
Reunindo muitos relatos de pessoas que passaram pela revisão da vida, deve-se concluir que ela sempre deixa nelas uma impressão profunda e benéfica. Realmente, durante a revisão, a pessoa é forçada a reavaliar seus atos, fazer o balanço do seu passado e assim é como se fizesse um julgamento sobre si mesmo. Na vida diária, as pessoas escondem o lado negativo do seu caráter e escondem-se atrás da máscara de virtude, para parecer melhores do que realmente são. A maioria das pessoas estão tão acostumadas com a hipocrisia, que param de ver o seu verdadeiro eu - freqüentemente orgulhoso, ambicioso e avarento. Mas, no momento da morte, essa máscara cai e a pessoa se vê tal qual realmente é. Principalmente, no momento da revisão, torna-se visível cada um de seus atos ocultos, até em cores e tridimensional, - ouve-se cada palavra dita, acontecimentos esquecidos são revividos de forma diferente. Nesse momento, tudo conseguido durante a vida - situação sócio-econômica, diplomas, títulos, etc... - perde seu sentido. A única coisa que serve para avaliação é o lado moral dos atos. E, nessa hora, a pessoa se julga não apenas pelo o que ela fez, mas também, como seus atos e palavras influenciaram outras pessoas.
O aspecto da alma. Quando a alma abandona o seu corpo, ela não reconhece de imediato. Assim, por exemplo, desaparecem marcas da idade; as crianças se vêem adultos, os velhos - moços [3, pág.75-76]. As partes do corpo, por exemplo, mãos ou pernas perdidas por algum motivo, aparecem novamente. Os cegos voltam a enxergar.
Um operário caiu do alto sobre os cabos de alta tensão. Como conseqüência de queimaduras, perdeu as duas pernas e parte da mão. Durante o tempo de cirurgia ele experimentou o estado da morte temporária. Tendo saído do corpo, ele nem reconheceu o seu próprio corpo físico, tão danificado este se encontrava. No entanto, ele reparou em algo que o surpreendeu ainda mais: seu corpo espiritual estava completamente sadio.[3, pág.86]

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