quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Ação e Reação (André Luiz)

Ação e Reação*
Em “Ação e Reação” André Luiz põe em evidência como são aplicados e como funcionam as leis Divinas, também na outra dimensão da vida. As criaturas que ainda não despertaram, ou se recusam a despertar, sofrem muito mais do que os que entenderam e aplicam tais leis na sua conduta diária. Irmãos compreendamos isto: não há efeito sem causa nem ação sem reação. Temos que nos adaptar ao modo de viver com Deus inspirando nossa consciência e influindo em nossas ações diárias. A vida para além do túmulo mostra isso com amplo relevo porque lá já não temos um corpo físico, somos apenas recordações expostas à justiça do tribunal de Deus. Cada um se dirigirá automaticamente para o lugar que merece ou conquistou. Ninguém conseguirá mentir a si próprio nem a os outros. Ficaremos libertos pelo bem que fizermos na vida física ou algemados aos erros e transgressões que praticamos. Foi por isto que Jesus nos revelou com clareza: “Conhecereis a Verdade e a Verdade vos libertará”. Ou nos endereçamos para as regiões de Luz e bem-estar ou iremos mergulhar nas sombras do Umbral, lá onde há choro e ranger de dentes. Vamos ouvir aqui um trecho do capítulo 9 que estamos estudando: Leiamos.
“Paguemos nossas dividas, que respondem por sombras espessas em nossas almas, e o espelho de nossa mente, onde estivermos, refletirá a luz do Céu, a pátria da Divina Lembrança!...
Compreendemos que Silas auxiliava Clarindo e Leonel, identificando-os como irmãos de luta e aprendizado, no que discutivelmente, ampliaria os próprios méritos. Muitas inquirições explodiam, em pensamento, no meu acanhado mundo íntimo... Quem lhe seria o pai amigo? Onde viveria sua abnegada genitora? Esperava despender, ainda, longo tempo na procura da madrasta infeliz?... Entretanto, a grandeza espiritual do Assistente não nos favorecia qualquer pergunta indiscreta.
Apenas tive coragem para considerar, respeitoso: - Oh! Meu Deus, quanto tempo gastamos para refazer, às vezes, a inconseqüência de um simples minuto! – Você tem razão, André – comentou Silias, generoso -, a lei é de ação e reação... A ação do mal pode ser rápida, mas ninguém sabe quanto tempo exigirá o serviço da reação, indispensável ao restabelecimento da harmonia soberana da vida, quebrada por nossas atitudes contrárias ao bem... E, sorrindo: - Por isso mesmo, recomendava Jesus às criaturas encarnadas: - <> É que Espírito algum penetrará o Céu sem paz de consciência, e, se é mais fácil apagar as nossas querelas e retificar nossos desacertos, enquanto estagiamos no mesmo caminho palmilhado por nossas vítimas na Terra, é muito difícil providenciar a solução de nossos criminosos enigmas, quando já nos achamos mergulhados nos nevoeiros infernais.
A ponderação era cabível e justa. Não nos foi possível, porém, prosseguir a conversa. Leonel, cuja impassibilidade reconhecíamos, com grande surpresa para nós tinha os olhos umedecidos... Silas ergueu os olhos para o Alto, agradecendo a benção da transformação que se esboçava e recolheu-o em seus braços. O desditoso irmão de Clarindo queria falar... Percebemos que tencionava referindo-se à morte de Alzira, no lago, mas o Assistente prometeu-lhe que voltaríamos na noite seguinte. Logo, após, voltávamos, mas nem Hilário nem eu nos animamos a conversar com o denodado companheiro, que entrara, melancólico, em expressivo silêncio.”

Do Livro Ação e Reação (André Luiz)

Um lugar para onde vão os mortos.*
Não há quem não queira saber para onde vão os recém desencarnados. A Doutrina Espírita nos mostra que cada pessoa, após a desencarnação, irá para o lugar que ela própria edificou para si. Quem viveu ao nível das paixões e dos instintos, fez a sua própria morada nas regiões inferiores e sem Luz. Aquele que se esforçou, lutou e despertou para a Luz Divina, este vai para as regiões iluminadas de Deus. Não foi debalde que Jesus nos revela: “Há muitas moradas na Casa de meu Pai.” Neste livro André Luiz nos relata e descreve as regiões e colônias de recuperação e refazimento onde estagiou no serviço de aprendizado. O trecho a seguir conta sobre a vida difícil e sofredora que acontece nessas regiões de aprendizado pela dor.
“São delinqüentes comuns ou criminosos acusados de grandes faltas? Encontraríamos por aí seres primitivos como os nossos indígenas, por exemplo? Os apontamentos do amigo não se fizeram esperar. Tais inquirições – disse ele, quando de minha vinda para cá, me assomaram igualmente à cabeça. Há cinqüenta anos sucessivos estou neste refúgio de socorro, oração e esperança. Penetrei os umbrais desta casa como enfermo grave, após o desligamento do corpo terrestre. Encontrei aqui um hospital e uma escola. Amparado, passei a estudar minha nova situação, anelando servir. Fui padioleiro, cooperador da limpeza, enfermeiro, professor, magnetizador, até que, de alguns anos para cá, recebi jubilosamente o encargo de orientar a instituição, sob o comando positivo dos instrutores que nos dirigem. Obrigado a pacientes e laboriosas investigações, por força de meus deveres, posso adiantar-lhes que às densas trevas em torno somente aportam às consciências que se entenebreceram nos crimes deliberados, apagando a luz do equilíbrio em si mesma. Nestas regiões inferiores não transitam as almas simples, em qualquer aflição purgativa, situadas que se encontram nos erros naturais das experiências primárias. Cada ser está jungido, por impositivos da atração magnética, ao círculo de evolução que lhe é próprio.
Os selvagens, em grande maioria, até que se lhes desenvolva o mundo mental, vivem quase sempre confinados à floresta que lhes resume os interesses e os sonhos, retirando-se vagarosamente do seu campo tribal, sob a direção dos Espíritos benevolentes e sábios que os assistem, e as almas notoriamente primárias, em grande parte, caminham aos influxos dos gênios beneméritos que as sustentam e inspiram, laborando com sacrifício nas bases da instituição social e aproveitando os erros, filhos das boas intenções, à maneira de ensinamentos preciosos que garantem a educação dessas almas. Asseguro-lhes, assim, que, nas zonas infernais propriamente ditas, apenas residem aquelas mentes que, conhecendo as responsabilidades morais que lhes competiam, delas se ausentaram, deliberadamente, com o louco propósito de ludibriarem o próprio Deus. O Inferno, a rigor, pode ser, desse modo, definido como vasto campo de desequilíbrio, estabelecido pela maldade calculada, nascido da cegueira voluntária e da perversidade completa. Aí vivem domiciliados, às vezes por séculos, Espíritos que se bestializaram, fixos que se acham na crueldade e no egocentrismo. Constituindo, porém, larga província vibratória, em conexão com a Humanidade terrestre, de vez que todos os padecimentos infernais são criações dela mesma, estes lugares tristes funcionam como crivos necessários para todos os Espíritos que escorregam nas deserções de ordem geral, menosprezando as responsabilidades que o Senhor lhes outorga.”

A Parábola do Mar da Galiléia e do Mar Morto

A PARÁBOLA DO MAR DA GALILÉIA E DO MAR MORTO
Na terra Santa encontramos dois mares conhecidos. Embora alimentados pelo mesmo rio Jordão eles sejam, no entanto totalmente distintos um do outro.

O Mar da Galiléia é de água doce e contém muitos peixes. Seu litoral é salpicado por cidades e aldeias lindas. As colinas que rodeiam o mar são férteis e verdejantes.

O outro é o Mar Morto. É célebre pela sua densidade de sais minerais. Não tem peixe e nem os vegetais tem condições de vida. Seus arredores são desertos. Não existe área verde. O Mar Morto apresenta um aspecto desolador.

Donde vem esta diferença? A explicação é simples e simbólica. O Mar da Galiléia recebe pelo norte as águas do rio Jordão, com toda a sua carga de vida e fertilidade. Porém, não guarda para si esta fertilidade. Ás águas segue seu curso rumo para o sul. É um mar que recebe a água do Hermon e das colinas de Golon. Riquíssimo em águas e em vegetação, o Mar da Galiléia não vive para si, reparte tudo aquilo que recebe de cima.

No entanto, o Mar Morto é totalmente diferente. Recebe igualmente a água do rio Jordão, mas retém esta água para si. Não possui saída. Enquanto as águas se evaporam, todos os sais minerais em suspensão se acumulam no enorme recipiente fechado. A excessiva saturação é estéril. Não permite vegetação alguma, não tem vida. É um mar que mata. É o Mar Morto.

Existem igualmente duas classes de pessoas. E para começar, encontramos pessoas que nada guardam para si mesmas, nem seus dons e nem seus talentos. Colocam tudo a disposição dos outros. Tornam-se assim bem aceitas e são estimadas pelos outros. Tais pessoas são vivificadas. Seu calor humano, sua caridade, sua disponibilidade e o seu dom de partilhar com os outros irradiam em redor delas confiança, alegria e vida. É gratificante colaborar com estas almas generosas. E tudo isso porque elas possuem a arte de nada conservar para si mesmas. Sabem partilhar os dons que o Senhor lhes concebeu.

Desgraçadamente encontramos pessoas totalmente diferentes. São aquelas que vivem mais para si mesmas. Acumulam, porém somente para si. Sofrem de uma tríplice enfermidade: avidez, ambição e dominação. Ignoram sua enfermidade, porém a fazem sofrer. E esta doença as leva a morte. Não são simpáticas e nem atraentes. Isolam-se. Não irradiam luz e nem calor humano. Deterioram, pelo contrário, o clima e ambiente. Tudo o que é vida, desaparece em redor delas. Formam realmente o Mar Morto.