quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Como não se tornar um Obssessor

Por que muitos espíritos chegam a passar séculos como escravos do ódio e da ignorância, formando grandes falanges em busca de vingança?

Muitas pessoas perguntam por que existem tantos espíritos desencarnados apegados ao pIano físico ou envolvidos em tramas obsessivas. A explicação para isso é uma das mais simples: a morte não muda ninguém. O desencarnado de hoje é aquele mesmo que estava encarnado ontem. Extrafisicamente, ele é o reflexo exato daquilo que manifestava no plano físico.
A morte não transforma a pessoa tacanha em um “gênio do além" e nem o desequilibrado emocional num anjo sideral. Depois dela, a pessoa é, literalmente a mesma que era antes de desencarnar, nem mais, nem menos. É a mesma consciência, com os mesmos pensamentos e desejos de antes, apenas foi finalmente ejetada do corpo. É o que foi em vida terrestre.
Para entendermos bem a mecânica desse processo, basta observarmos o que a maioria das pessoas busca na existência terrena. Se a criatura procura desejos baixos na vida, é óbvio que seu corpo espiritual também manifestará energias de baixo nível. É por isso que encontramos tantos desencarnados em estado lastimável após a morte, pois já eram assim em vida, buscando objetivos grosseiros. Como dizia Léon Denis, "a morte não nos muda e, no além, somos apenas o que nos tornamos neste mundo, daí a inferioridade de tantos seres desencarnados".
Existem muitos relatos antigos que se referem à influência nefasta dos espíritos negativos sobre as pessoas. Dependendo da época, do povo e da cultura vigente, a denominação desses espíritos variava: espíritos trevosos, almas penadas, fantasmas, espíritos inferiores, espíritos apegados, espectros malignos, demônios etc.
Paulo de Tarso, o grande apóstolo cristão, sabia bastante sobre a ação desses espíritos infelizes, pois sofreu muitos assédios espirituais durante sua missão de espalhar os ideais cristãos. Por isso, no capítulo 6, versículo 12, de Efésios, ele escreveu o seguinte: !!Porque nós não temos de lutar contra o sangue e a carne, isto é, as paixões vulgares, mas contra os principados e protestados, os governadores das trevas deste mundo, os espíritos da maldade nos ares".
Porfírio, grande iniciado espiritualista da Antigüidade, também se referiu ao assunto no capítulo 11 de Des Sacrifices: "A alma, mesmo depois da morte física, permanece ligada ao corpo por uma estranha ternura e uma afinidade tanto maior quanto mais bruscamente essa essência houver sido separada de seu envoltório. Vemos almas em grande número voltear, desorientadas, ao redor de seus restos terrestres. Ainda mais, vemo-las procurar com diligência os despojos de cadáveres estranhos e, acima de tudo, o sangue fresco derramado, cujo vapor parece lhes restituir, por alguns instantes, certas faculdades da vida. Assim, os feiticeiros abusam dessa noção no exercício de sua arte. Nenhum ignora como evocar as almas à força, obrigando-as a aparecerem seja agindo sobre os restos do corpo que deixaram, seja invocando-as no vapor do sangue derramado".
Em A Chave da Alquimia, Paracelso, pseudônimo de Theophrastus Bombastus von Hohenheim, o grande alquimista e ocultista do século XVI, escreveu o seguinte: !!Vamos conhecer agora a maneira como os espíritos podem nos prejudicar. Se desejamos com toda a nossa vontade (plena voluntas) o mal de outra pessoa, esse desejo que está em nós acaba conseguindo uma verdadeira criação no espírito, impelindo-o a lutar contra o lado da pessoa que queremos ferir. Então, se este espírito é perverso, mesmo que o corpo correspondente não seja, acaba deixando nele (o corpo) uma marca de para ou sofrimento de natureza espiritual em sua origem, ainda que seja corporal em algumas de suas manifestações". E complementou: "Quando os espíritos travam essas lutas, acaba vencendo aquele que pôs mais ardor e veemência no combate. Segundo essa teoria, devem compreender que se produzirão feridas e outras doenças não corporais em tais contendas e, por conseguinte, toda uma série de padecimentos do corpo pode começar desta maneira, desenvolvendo-se, em seguida, conforme a substância espiritual".
A partir do surgimento do Espiritismo com Allan Kardec, pseudônimo de Leon Hypolite Denizard Rivail, e de O Livro dos Espíritos, em 1857, esses espíritos negativos passaram a ser denominados "obsessores espirituais" ou "espíritos atrasados". Na verdade, esses espíritos deveriam ser chamados de "enfermos extrafísicos" ou "doentes desencarnados", pois seu desequilíbrio é tão grande que os leva à obsessão e à loucura espiritual. Infelizmente, esse desarranjo acaba levando esses espíritos a se anexarem às auras das vítimas incautas, que os atraem devido à sintonia espiritual, mental, emocional ou energética que manifestam. Nesse ponto, não custa nada lembrarmos do velho axioma espiritualista: "Um semelhante atrai outro semelhante".
Considerando as dificuldades dos espíritos ligados à Terra, podemos classificá-las em apego psicológico, apego energético e apego psicológico e energético. As causas disso podem ser variadas. O grande pesquisador inglês Robert Crookall as classificou da seguinte maneira:
- A atenção desses espíritos continua dirigida para as questões físicas;
- Prevalece neles a necessidade de terem sensações grosseiras;
- Suas repetidas afirmações, atuando como sugestões pós-hipnóticas, de que não existe outro mundo além do físico tornam difícil para eles aceitarem a existência de alguma coisa além da morte;
- Alguns desses espíritos são turrões por causa de sua absoluta estupidez, obstinação e desinteresse em aprender;
- Falta determinação para seguir em frente, na direção de outras dimensões espirituais superiores.
Podemos acrescentar, ainda, mais duas situações que desequilibram muitos espíritos: um corpo espiritual muito denso, por causa do desequilíbrio espiritual, mental, emocional ou energético durante a vida física, e energias remanescentes do duplo etérico, campo energético do corpo humano, aderidas ao corpo espiritual, mantendo-o, então, bastante denso e apegado energeticamente ao plano físico.
Em vista de tudo isso e para que manifestemos um bom nível de consciência na vida, ficando protegidos de influências espirituais negativas e, principalmente, não nos tornando um obsessor, é necessário que direcionemos os nossos esforços para adquirir quatro coisas imprescindíveis na vida:
- Discernimento na mente, para entendermos as coisas e buscarmos objetivos claros. Nesse aspecto, a leitura espiritualista, a meditação e a reflexão serena são ótimos aliados em nosso caminho terreno;
- Compaixão no coração, para compreendermos os outros e ajudarmos a todos. Perdão, paciência e boa vontade são as palavras de ordem para quem quer ser útil à vida. Sabemos que, na prática, é muito difícil ser assim, mas também que estamos aprendendo e evoluindo. O próprio fato de estarmos estudando esses assuntos já é um bom passo em direção à melhoria de todos nós;
- Energias salutares na aura, para irradiarmos luz ao mundo e para expressarmos a plenitude de nossas capacidades anímico-mediúnicas na vida. Precisamos ter uma aura forte, limpa e colorida, com chacras vibrantes;
- Elevado nível de ética (cosmoética), para que não julguemos e, tampouco, condenemos os outros. A técnica de como fazer isso é simples: se observarmos os nossos defeitos com mais atenção e menos orgulho, sem dúvida que não sobrará tempo para observarmos os erros dos outros. Precisamos prestar atenção nas coisas que são positivas. Quanto às que são negativas, ouçamos o conselho de nosso bom amigo espiritual André Luiz: "Sigamos o que for correto e sensato. O que não for, tenhamos paciência e compreensão, sabendo que a previdência divina é magnânima e, no devido momento, impulsionará a tudo e a todos na direção certa, para o bem maior".

Por Wagner Borges -

Reencarnação X Doenças Espirituais

Tomei a liberdade de escrever esse artigo com referência à medicina, tendo em vista inúmeras coincidências apresentadas durante a minha pesquisa sobre "investigação científica da reencarnação", onde certas "doenças" persistem após a morte, refletindo-se no novo corpo encarnado ou seja, na nova existência. O Dr. lan Stervenson, médico psiquiatra norte-americano, registrou inúmeros casos de birt marks, ou seja marcas de nascenças. De acordo com alguns casos pesquisados por ele, se um indivíduo numa existência anterior morreu em virtude de um projétil de arma de fogo, na próxima existência ele pode apresentar a marca no corpo no mesmo lugar que fora alvejado pelo tiro na existência anterior.
Realmente, constatei esse fenômeno também em minhas pesquisas durante cinco anos dedicando-se a inúmeros casos. Mas além de confirmar este fato, pude perceber que determinados pacientes, dependendo-se do tipo de morte que teve na vida anterior, se a morte foi drástica, súbita, devido a desastres, assassinatos, doenças como o câncer, aids etc., o seu perispírito fica comprometido, isto é, a morte ou a doença afeta o seu perispírito e quando esse espírito reencarna na próxima existência ele pode trazer consigo esse carma, ou melhor, o reflexo dessa morte violenta ou doença que destruiu o seu corpo por descuido com alguns determinados vícios como tabagismo, alcoolismo, etc.
Então precisamos até nos prepararmos para morrer? Sim, a melhor forma de morrer ou desencarnar é na forma natural, isto é, através da longevidade ou velhice. É como se tivéssemos assinado um contrato de trabalho no plano espiritual, onde optamos pelo tempo terrestre de sobrevivência, e se antecipamos esse contrato, não existe aviso prévio, pois abreviamos esse tempo em forma de doenças adquiridas por descuidos ou abusos, e certamente iremos responder por isso. Mas em casos de desastres, assassinatos, doenças hereditárias, mortes involuntárias, por que razão também o novo corpo pode apresentar os mesmos sintomas? Diríamos que a causa pode ser encontrada em outras existências, ou na atual, mas, sem dúvida, cada caso precisa ser analisado em profundidade.
Acredito, com exceção das doenças genéticas, que as demais enfermidades do corpo físico, na verdade são decorrentes do próprio espírito, o que atualmente chamamos de doenças psicossomáticas, isto é, doenças que provêm do próprio espírito, refletindo-se no corpo somático. Por isso devemos alimentar nossas mentes com bons pensamentos, boas intuições, mentalizando-se os ensinamentos morais deixados pelo nosso Mestre Jesus e a partir deles, procurarmos sempre realizar boas ações com nossos semelhantes.
ALGUNS CASOS PESQUISADOS
Quando pesquisei o primeiro caso que envolveu um acidente de trânsito, onde um padre bateu violentamente sua cabeça no chão, após chocar-se com um caminhão. Ele ficou em coma por um dia, vindo a falecer. Cerca de 8 anos após o acidente, ele reencarnou, e durante o período inicial de sua existência, apresentou problemas de aprendizado, tanto na sua vida familiar quanto na escola.
O segundo caso deu-se quando um homem em sua mocidade foi acidentado com disparo de arma de fogo, (espingarda de chumbinhos). Quando o tiro saiu pela culatra, atingiu sua mão direita, impregnando vários chumbinhos, inclusive na junta do seu polegar direito. Todos os chumbos foram retirados, exceto o que ficou no seu polegar direito, o que fez com que, ao longo do tempo o dedo atrofiasse, entortando-o para dentro da palma da mão. Aos oitenta anos, acabou tendo uma AVC (acidente vascular cerebral) isquêmico ou aneurisma cerebral do lado esquerdo do cérebro, paralisando-se todo o lado direito do corpo, durante um período de nove dias, vindo a falecer. Após três anos, reencarnou como seu próprio neto, e aos seis meses, seu polegar direito curvou-se para o interior da palma da mão, ficando atrofiado igualzinho ao dedo de seu avô. Se não bastasse esse fenômeno, o menino apresentou os mesmos tipos fundamentais de impressão digital e também é canhoto. Vale lembrar que 85% das pessoas são destras, logo 15% são canhotas. Mas se o aneurisma provocou a paralisação do seu lado direito, então por isso veio canhoto? Isso poderia afetar o seu perispírito até mesmo na hora da morte?
Um tiro fatal
O terceiro caso é sobre um jovem de 31 anos de idade, que, em razão do disparo acidental de arma de fogo sobre o mamilo esquerdo, teve morte imediata. A arma era uma pistola calibre 6.35, isto é, o diâmetro do projétil que lhe tirou a vida era de aproximadamente 6 milímetros.
Após trinta anos, esse homem teria renascido, ou seja, reencarnado como seu próprio neto, filho do seu filho, pois quando morreu, ele tinha deixado 4 filhos. O neto, nos primeiros anos de sua infância, apresentou uma fissura de 6 milimetros no ventrículo esquerdo do coração, ou seja, a lesão possuía o mesmo diâmetro da bala que tinha matado o seu avô. Edu operou seu coração aos treze anos de idade no Hospital do Coração, em São Paulo, e hoje vive muito bem.
O quarto caso é sobre um jovem adolescente que, involuntariamente, teria cegado um colega seu. Após ter reencarnado, este passou um mês cego, muito embora, o acidente tivesse sido com outra pessoa. Atualmente suas pálpebras dos olhos são caídas.
O quinto caso é sobre a história de Gabriel. Em outra existência ele teria sido seu próprio avô, o qual veio a falecer de câncer na garganta. Atualmente, ele tem cinco anos de idade e terá de passar por uma cirurgia na região da garganta para correção de carne esponjosa, amigdalite etc.
O sexto caso é de uma atriz que abusou de bebidas alcoólicas e veio a falecer de encefalite aguda e cirrose no ano de 1874. Em sua atual existência ela apresentou inúmeros problemas de saúde, com dores de fígado e na cabeça. Está atualmente com 46 anos de idade.
Geralmente as pessoas que morreram afogadas em outras vidas em mares, rios, lagoas etc., apresentam nesta existência uma medo terrível de água. O mesmo acontece com objetos de crimes, locais e situações que relembrem este acidente.
Verificou-se, também, que dos seis casos pesquisados, em três deles, os espíritos reencarnaram na própria famíla, talvez em razão da afinidade espiritual e cromossômica.
ENSAIO TEÓRICO SOBRE A SENSAÇÃO NOS ESPÍRITOS
O corpo é o instrumento da dor; se não é sua causa primeira, é pelo menos a imediata. A alma tem a percepção dessa dor: essa percepção é o efeito. A lembrança que dela conserva pode ser muito penosa, mas não pode implicar ação física. Com efeito, o frio e o calor não podem desorganizar os tecidos da alma; a alma não pode regelar-se nem queimar. Não vemos, todos os dias, a lembrança ou a preocupação de um mal físico produzir os seus efeitos? E até mesmo ocasionar a morte? Todos sabem que as pessoas que sofreram amputações sentem dor no membro que não existe mais. Seguramente não é esse membro a sede nem o ponto de partida da dor: o cérebro conservou a impressão, eis tudo.
O Perispírito é o liame que une o Espírito à matéria do corpo: é tomada do meio ambiente, do fluido universal, contém ao mesmo tempo eletricidade, fluido magnético, e até um certo ponto, a própria matéria inerte. Poderíamos dizer que é a quintessência da matéria. É o princípio da vida orgânica, mas não o da vida intelectual, porque esta pertence ao Espírito. É também o agente das sensações externas. No corpo, estas sensações se localizam nos orgãos que lhes servem de canais. Destruido o corpo, as sensações se tornam generalizadas. Eis porque o Espírito não diz que sofre mais da cabeça que dos pés. É necessário, aliás, nos precavermos de confundir as sensações do perispírito independente com as do corpo: não podemos tomar estas últimas senão como termo de comparação, e não como analogia. Liberto do corpo, o Espírito pode sofrer, mas esse sofrimento não é o mesmo do corpo; não obstante, não é também um sofrimento exclusivamente moral, como o remorso, pois ele se queixa de frio e de calor. Mas não sofre mais no inverno do que no verão: vimo-las passar através das chamas sem nada experimentar de penoso, o que mostra que a temperatura não exerce sobre eles nenhuma impressão. A dor que sentem não é a dor física propriamente dita: é um vago sentimento interior, de que o próprio Espírito nem sempre tem perfeita conciência, porque a dor não está localizada e não é produzida por agentes exteriores. É antes uma lembrança, também penosa. Algumas vezes há mais que uma lembrança, como veremos. Extraído de O Livro dos Espíritos, editora Lake, tradução de J. Herculano Pires.

Dr. João A.F.de Oliveira - Revista Cristã de Espiritismo