sexta-feira, 15 de maio de 2009

Agressores e Nós

Quase sempre categorizamos aqueles que nos ferem por inimigos itoleráveis; entretanto, o DivinoMestre, que tomamos por guia, determina venhamos a perdoar-lhes setenta vezes sete.
Por outro lado, as ciências psicológicas da atualidade terrestre nos recomendam que é preciso desinibir o coração, escoimando-o de quaisquer ressentimentos, e estabelecer o equilíbrio das potências mentais, a fim de que a paz interior se nos expresse por harmonia e saúde.
Como, porém, executar semelhante feito? Copreendendo-se que o entendimento não é fruto de meras afirmativas labiais, reconhecemos que o perdão verdadeiro exige operações profundas nas estruturas da consciência.
Se a injúria nos visita o cotidiano, pensemos em nossos opositores na condição de filhos de Deus, tanto quanto nós, e, situando-nos no lugar deles, analisemos o que estimaríamos receber de melhor das Leis Divinas se estivéssemos em análogas circunstâncias.
À luz do novo entendimento que nos repontará dos recessos da alma, observaremos que muito dificilmente estaremos sem alguma parcela de culpa nas ocorrências desagradáveis de que nos cremos vítimas.
Recordaremos, em silêncio, os nossos próprios impulsos infelizes, as sugestões delituosas, as pequenas acusações indébitas e as diminutas desconsiderações que arremessamos sobre determinados companheiros, até que eles, sem maior resistência, diante de nossas mesmas provocações, caem na posição de adversários perante nós.
Efetuado o auto-exame, não mais nos permitiremos qualquer censura e sim proclamaremos no coração a urgente necessidade de amparo da Misericórdia Divina, em favor deles, e a nosso próprio benefício.
Então, à frente de qualquer agressor, não mais diremos no singular: "eu te perdoo", e sim reconheceremos a profunda significação das palavras de Jesus na oração dominical, ensinando-nos a pedir a Deus desculpas para as nossas próprias falhas, antes de as rogar para os nossos ofensores, e repetiremos com todas as forças do coração:
"Perdoai, Senhor, as nossas dívidas assim como perdoamos aos nossos devedores!"

Prece

Nosso Pai, que estás em toda parte,
Santificado seja o Teu nome, no louvor de todas às criaturas;
Venha a nós o Teu reino de amor e sabedoria;
Seja feita a Tua vontade acima dos nossos desejos;
Tanto na Terra quanto nos círculos espirituais;
O pão nosso do corpo e da mente dá-nos hoje;
Perdoa às nossas dívidas endinando-nos a perdoar nossos devedores
comesquecimento de todo mal;
Não permitas que venhamos a cair sob os golpes da tentação de nossa
própria inferioridade!
livra-nos do mal que ainda reside em nós mesmos;
Porque só em Ti brilha à luz eterna do reino e do poder, da glória e
da paz, da justiça e do amor para sempre

EMMANUEL

(Do livro À Luz da Oração psicografado por Francisco Cândido Xavier).