segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

AS DIVERSAS FACES DA OBSESSÃO INFANTIL

FE –1 Quando a obsessão  Infantil se manifesta?
R: A obsessão infantil, como um quadro bem estabelecido, pode manifestar-se em diferentes fases de sua vida. O importante é que tanto o médico, pediatra, o neurologista, os pais e também os trabalhadores da Casa Espírita entendam que é preciso muito cuidado, em primeiro lugar, no diagnóstico do processo obsessivo. É preciso haver muita atenção porque um rótulo desse, de processo obsessivo infantil, é muito sério. Então é preciso cuidado para não confundir a imaginação da criança, fatos emocionais da vida presente que podem eclodir através da própria imaginação, da televisão e outros meios de comunicação com sintomas obsessivos.
FE – 2 Existe um período maior de incidência ou é esporádico?
R: Existe sim. Nós poderíamos dizer que nos primeiros sete anos seria muito difícil caracterizarmos certos comportamentos obsessivos da criança. Podemos dizer que a hiperatividade, o terror noturno, o medo freqüente ou a agressividade encontram causas no próprio relacionamento da criança com seus pais ou com seus irmãos. Já no caso da criança acima de sete anos, principalmente de 7 a 14 anos, nos teríamos alguns comportamentos mais bem relacionados, como a agressividade da criança e atitudes auto-destrutivas, como o uso de faca, objetos, movimento piromaníaco, ou seja, querendo pôr fogo nas coisas dentro de casa, a voz alterada, alguns fenômenos que observamos em que a criança chega até a mudar seu tom de voz. Quando está envolvida por espírito obsessor, agride com palavrões  seus pais e seus irmãos, fato que não é habitual às vezes na própria criança e que leva seus pais a buscarem  psicólogos, neurologistas e pediatras.
FE – 3  Não existe distinção de idades para a obsessão?
R: Como eu disse, evidentemente a criança até os sete anos, goza de mais proteção do plano espiritual, e de 7 a 14 anos já teríamos um componente da própria criança-anímico que, faz com que ela vá colocando suas próprias  impressões, advindas de uma vida passada.
FE –4  Qual o tratamento adequado, quando se descobre esta causa em crianças?
R: O tratamento adequado, sem dúvida nenhuma, deve ser o mais amplo possível. Deve envolver uma avaliação pediátrica do estado de saúde física da  criança; deve ser acompanhado por uma avaliação psicológica ou psiquiátrica da própria criança e, além disso, de uma  avaliação espiritual, num Centro de boa qualidade, em geral por médiuns idôneos. Recomendo que o Grupo de  Diagnóstico Mediúnico nunca tenha menos que quatro médiuns, que trabalhem em conjunto. Eles atendem a criança sem conhecê-la, através de uma ficha, de uma entrevista, para não serem impressionados com reações que a criança possa ter. Então, analisando a ficha de entrevista da criança, os médiuns, na maioria de quatro a seis, em grupo decidem se, envolvidos pelos seus mentores, realmente trata-se de um caso de obsessão infantil.
FE –5 O Sr já se deparou com crianças que estavam sendo tratadas com medicamentos alopáticos e que a causa da doença era obsessiva?
R: Sem dúvida, dentre desses 30 casos que apresentei nesta III Jornada Médico-Espírita aqui em Santos, pelos menos dois casos eram crianças epilépticas que vinham usando anticonvulsivantes sem grande controle de suas convulsões. Desses dois casos mais notadamente um deles, que eu acompanho há mais de treze anos; ele não usa hoje anticonvulsivantes. É um jovem de 18 anos, médium, e que já está trabalhando a sua mediunidade.
FE –6  Há casos, na obsessão infantil, que a criança está sendo o alvo para atingir alguém ou toda a família?
R: Sem dúvida, dentre os 30 casos apresentados, 70% dos processos obsessivos envolviam os pais das crianças e ela estava sendo influenciada, porque era o componente mais vulnerável da família. Os mentores espirituais, quando nos alertaram sobre o processo obsessivo da família, alertaram para a importância do tratamento dos pais, porque o processo obsessivo era, na verdade, deles e atingia indiretamente a criança.
FE -7       Nesse caso, toda a família terá que passar por um tratamento espiritual?
R: Sem dúvida, depois de um diagnóstico complexo quanto este, é necessário o envolvimento de toda a família. Se não for feito, teremos o risco de que o tratamento não venha surtir o efeito desejado.
FE –8  As crianças, no final deste século, apresentam um padrão de comportamento muito avançado, demonstrando várias características de percepção, inteligência, sensibilidade e muito mais. Esse grau evolutivo as torna vulneráveis à aproximação de entidades obsessivas?
R: Essas crianças são verdadeiros gênios já encarnados. Nós, que trabalhamos há vinte anos como pediatra, e trabalho todos os dias com crianças, tendo atendido pelo menos mais de 35.000 pacientes, posso lhe dizer que as crianças são muito mais inteligentes e capazes do que 20 anos atrás; do que toda uma geração. Mas, por outro lado, são inteligentes e competentes apenas no conteúdo do aprendizado e da linguagem, mas no conteúdo emocional todas elas reencarnam com extremas carências e extremos componentes ligados ao seu orgulho e vaidade, resumidos no egoísmo, que precisam ser trabalhados com os seus pais, desde a tenra infância, aparando as pequenas raízes daninhas para que
depois essa erva, essa flor maravilhosa, não venha a ser asfixiada por essas ervas daninhas, que são a inveja, o ciúmes e o egoísmo na alma infantil.
FE –9  O que deve ser feito para protegê-las?
R: Primeiro manter o equilíbrio dos pais. Os pais precisam se amar, ter um relacionamento afetivo muito mais do que sexual, de alma para alma, de espírito para espírito, que aqui vieram para evoluir jun­tos. Hoje, mais do que nunca, precisamos entender que, o outro é imprescindível para a nossa plenitude e que dentro do casamento, um cônjuge necessita do outro na tarefa sublime de serem pais.
FE –10  Há duas décadas passadas, notícias de suicídio infantil era raro de se ouvir! Ultimamente, bem próximo a muitas famílias, ouve-se com mais freqüência essa notícia. A obsessão infantil é a principal causa? Qual alerta o senhor daria aos pais a esse respeito?
R: Em função do suicídio em jovens e mesmo em crianças isso vem apenas reforçar o que eu já disse. São espíritos inteligentes, com grandes condições intelectivas, mas com deficiências emocionais extremamente importantes. Então eu diria aos pais que amem seus filhos, fiquem com eles mais tempo, dediquem aos seus filhos, carinho, afeto, companheirismo; sejam mais próximos, não se preocupem tanto em dar a eles condições sócio-econômico-financeiras; a viagem para os Estados Unidos, roupas caríssimas, colégios muito caros. O espírito que reencarna não pede isso. O que ele pede é amor, companheirismo e orientação espiritual, e se os pais não puderem ajudá-lo, infelizmente, muitas vezes, optará pelo suicídio, tal é o intenso drama moral que ele está vivendo.
Entrevistado: Dr. Marcos  Antonio Pereira dos Santos
Entrevistadora: Solange Mariho
BIBLIOGRAFIA: Folha Espírita “ da Federação Espírita de São Paulo.

O Mentor ou Guia Espiritual

Diferente do que muitos pensam o Mentor ou Guia Espiritual é, na maior parte das vezes, um espírito ainda em evolução, ou seja, imperfeito, mas que já alcançou um grau de pureza maior que seu pupilo, sendo por isso capaz de auxiliá-lo no caminho espiritual da atual encarnação. Isso não desmerece o seu trabalho, muito pelo contrário, já que deixa de utilizar se tempo livre para a própria evolução e o dedica a outro espírito.
6.1 - Mentores e Mestres
Um mentor não é igual a um Mestre, os Mestres não precisam mais encarnar, são perfeitos e possuem um grau de evolução muito superior aos mentores.
Alguns médiuns podem entrar em contato com os Mestres, que estão sempre dispostos a ajudar, bastando para isso elevar sua vibração. Esse contato é realizado, na maior parte das vezes, no plano mental, porque é muito sacrificante para um Mestre aparecer em corpo astral. Os médiuns não devem ficar preocupados ou com a mente fixa em entrar em contato com os Mestres, se um dia isso for permitido então acontecerá.
6.2 - O Mentor e Anjo da Guarda
O mentor também não é o mesmo que anjo da guarda, embora, não haja indícios que isso não possa acontecer, são papéis diferentes que um ou mais espíritos exercem durante a encarnação de um médium.
Todos possuem um espírito protetor, mesmo os que não são médiuns, até os sete anos de idade ele fica muito perto do seu tutelado, auxiliando na ambientação com o novo plano de vida e afastando (de acordo com os méritos do espírito reencarnante) os espíritos obsessores e adversários de vidas pregressas.
Foram muitas vezes pais, mães, amigos muito próximos que se predispõe a olhar de muito perto o espírito encarnado, aconselhando, fazendo o possível para auxiliar nos momentos difíceis e tentando afastar os espíritos obsessores que se aproximam. Contudo, é importante lembrar que a influência que esses abnegados irmãos podem exercer está diretamente ligada ao tipo de vida e esforço pessoal que o espírito realiza para se purificar, eles nada podem fazer por aqueles que fecham os ouvidos aos seus conselhos.
6.3 - A Tarefa do Mentor
O mentor é um espírito que se comprometeu com o trabalho espiritual do médium, dedicando parte do seu tempo para preparar o médium para sua tarefa, trabalhar ao seu lado e fazer o possível para protegê-lo do contato com as energias degradantes do astral inferior. Abaixo segue um trecho do livro Missionários da Luz – Chico Xavier, que fala um pouco sobre a tarefa dos mentores:
"Este irmão não é um simples aparelho. É um Espírito que deve ser tão livre quanto o nosso e que, a fim de se prestar ao intercâmbio desejado, precisa renunciar a si mesmo, com abnegação e humildade, primeiros fatores na obtenção de acesso à permuta com as regiões mais elevadas. Necessita calar, para que outros falem; dar de si próprio, para que outros recebam. Em suma, deve servir de ponte, onde se encontrem interesses diferentes. Sem essa compreensão consciente do espírito de serviço, não poderia atender aos propósitos edificantes. Naturalmente, ele é responsável pela manutenção dos recursos interiores, tais como a tolerância, a humildade, a disposição fraterna, a paciência e o amor cristão; todavia, precisamos cooperar no sentido de manter-lhe os estímulos de natureza exterior, porque se o companheiro não tem pão, nem paz relativa, se lhe falta assistência nas aquisições mais simples, não poderemos exigir-lhe a colaboração, redundante em sacrifício. Nossas responsabilidades, portanto, estão conjugadas nos mínimos detalhes da tarefa a cumprir.
Observe. Estamos diante do psicógrafo comum. Antes do trabalho a que se submete, neste momento, nossos auxiliares já lhe prepararam as possibilidades para que não se lhe perturbe a saúde física. A transmissão da mensagem não será simplesmente . Há processos intrincados, complexos."
O mentor e seu pupilo se comprometem com o trabalho espiritual antes da encarnação do médium e, diferente do que muitos acham, o médium não é obrigado a receber sua aptidão, ele que a solicita para saldar débitos contraídos em vidas anteriores e acelerar a sua evolução espiritual. O trecho abaixo, retirado do livro Missionários da Luz, fala sobre os compromissos assumidos entre médium e mentor:
"Assinalando a perfeita comunhão entre o mentor e a tutelada, indaguei por minha vez se uma associação daquela ordem não estaria vinculada a compromissos assumidos pelos médiuns, antes da reencarnação, ao que Áulus respondeu, prestimoso:
- Ah! sim, semelhantes serviços não se efetuam sem programa. O acaso é uma palavra inventada pelos homens para disfarçar o menor esforço. Gabriel e Ambrosina planejaram a experiência atual, muito antes que ela se envolvesse nos densos fluidos da vida física."
Podemos ter o envolvimento de outros espíritos (mentores, instrutores, auxiliares, médicos, etc) na tarefa executada pelo médium, tudo depende da sua missão, do objetivo que a espiritualidade maior traçou para sua atual encarnação..
Existem casos em que mais de um mentor está ligado ao médium, embora todos façam parte da mesma equipe e exista uma hierarquia, onde o chefe é o espírito mais puro e experiente.
O mentor então dedica parte do seu tempo para desde pequeno preparar o seu pupilo para o trabalho mediúnico. Não é incomum o médium lembrar vagamente de alguns ensinamentos recebidos durante o sono, mesmo quando criança.
6.4 - Aproximação e Afastamento do Mentor
Conforme o médium vai se aproximando da idade chave para início da sua tarefa espiritual o mentor atua de forma mais intensa, buscando levar o seu tutelado para uma casa onde ele possa receber os ensinamentos que serão à base de seu trabalho.
Como falamos em um tópico anterior o chamado do mentor é suave, se o médium se recusa a iniciar sua tarefa então ele se afasta para retornar no caso do médium desejar sinceramente iniciar seu trabalho espiritual. Sob o ponto de vista espiritual podemos traduzir isso como um afastamento vibratório, ou seja, o médium não consegue sintonizar na faixa vibratória do mentor, isso acontece pelo tipo de vida física, emocional e mental que ele leva.
O mentor então não tem outra opção além de se afastar para se aproximarem os que se afinizam com o grau vibratório do médium, os obsessores.
O afastamento do mentor por “quebra” de compromisso por parte do médium abre a janela que ele possui para o mundo espiritual, deixando-a desguarnecida, o caminho fica livre para a obsessão e vampirismo de espíritos do astral inferior. Copio abaixo um trecho do livro Dr. Fritz, o Médico e sua Missão:
"Por que muitas vezes os mentores se afastam?
Os mentores não se afastam. Os médiuns é que se afastam do trabalho, geralmente por conveniências materiais, ambição, vaidade, irresponsabilidade e acomodação. Muitos são até aliciados pelas futilidades do plano físico, falta de vontade e preguiça de estudar."
Narci Castro também fala sobre o afastamento dos mentores no livro Mediunidade e Médiuns:
"Porque o responsável pela abertura prematura do chakra - o mentor do médium ou seja, seu espírito protetor – se coloca como guardião do mesmo , impedindo que energias hostis o perturbem. Daí a necessidade imperiosa do médium não deixar de cumprir seu compromisso de se tornar intermediário para minorar o sofrimento dos que padecem sobre o efeito de obsessões. Pode-se entender, então, o sofrimento vivenciado pelo médium antes de começar sua tarefa mediúnica quando ele não responde prontamente ao chamado para tal. São muitos os casos, de nosso conhecimento, de severas perturbações, vivenciadas pelo médium, que podem provocar a sua passagem por tratamentos psiquiátricos."
Se o médium não procurar ajuda, a obsessão e vampirismo acabarão se tornando possessão, ficando cada vez mais difícil afastar o(s) obsessor(es).
O mentor acompanha o médium mais de perto, contudo, dependendo do trabalho que será exercido, outros espíritos podem fazer parte do grupo que o auxilia. Se um médium se vincula a um centro espírita ou templo de umbanda ele também recebe a proteção e auxílio da equipe espiritual da casa.
6.5 - Substituição do Mentor
O Mentor pode ser substituído durante o trabalho do médium, por vários motivos, entre eles podemos citar:
  Necessidade do mentor encarnar.
  O Mentor receberá uma nova incumbência espiritual e suas responsabilidades não permitirão o apoio necessário ao médium.
  O Médium pode receber novas responsabilidades espirituais, como por exemplo se tornar responsável pelo centro.
• O Médium desperdiça as várias oportunidades de seguir o caminho espiritual, nesse caso o mentor pode receber novas responsabilidades e o médium recebe um novo mentor, que nesse caso se chama Obsessor.
6.6 - Umbanda
Na umbanda é muito comum o médium possuir vários guias, sejam eles caboclos, pretos velhos, crianças, exus, indianos, etc. Geralmente o espírito que se manifesta é o mais adequado para o tipo de trabalho realizado. O médium da Umbanda treinado incorpora (psicofonia) qualquer um dos seus guias.
Os médiuns da Umbanda tem um profundo respeito e amor pelos seus guias e os cantos que realizam são formas de “firmar” sua ligação, é uma forma de "puxar" o guia. Todo o trabalho realizado com as energias da natureza pelos pretos velhos e caboclos é muito bonito e pode ser sentido pelas pessoas mais sensíveis. É importante lembrar mais uma vez que na Umbanda não existe morte de animais, somente plantas são utilizadas.
6.7 - Cuidados com a Idolatria
Todo médium deve saber a diferença entre respeito e carinho da idolatria, o mentor é um espírito ainda em evolução, não alcançou a perfeita ligação com Deus, como os Anjos e Mestres, por isso todo ensinamento, intuição, informação, etc, que o médium ache que foi passada pelo mentor deve sempre passar pelo crivo de sua razão, pois o responsável pelo ato é o médium.
Allan Kardec fala sobre isso diversas vezes no Livro dos Médiuns, ressaltando sempre a importância de analisar o conteúdo das informações passadas e escutar opiniões de outros médiuns, assumindo sempre uma posição de humildade, assim ele evitará a fascinação que pode ser exercida por espíritos obsessores.
Mesmo médiuns experientes podem ser vítimas da fascinação, por isso devem estar sempre alertas, assumindo uma postura de humildade.
6.3 - Encontrando o Lugar para Frequentar
Fechando esse tópico falamos sobre um assunto que preocupa alguns médiuns - a casa que deve freqüentar.
Existem médiuns que não têm perfeita sintonia com local onde se encontram, diferente do que muitos acham isso não é problema da casa ou do médium, muitas vezes aquele não é o lugar do médium e essa sensação (em alguns casos) é um aconselhamento para buscar um novo local.
Cuidado para não generalizar essa informação, somente depois de algum tempo freqüentando um centro você consegue ter uma idéia se aquele é o seu lugar. O médium não deve deixar o centro por pequenas discussões ou porque pequenas coisas o desagradam, lembre-se que nenhum local será perfeito.
Alguns médiuns se perguntam... Mas e o mentor?? Vou perder o mentor??
O mentor (o verdadeiro) pode ir a qualquer casa ou templo, somente espíritos inferiores são barrados em centros sérios.
Mesmo em tipos de reuniões que o médium freqüenta com desaprovação do mentor (geralmente onde o intercambio mediúnico tem interesses inferiores ou egoístas) ele pode estar presente, contudo, nessas reuniões ele não se manifestará, somente em situações extremas.
O caboclo pode se expressar em um centro espírita e o doutor se apresentar em um templo de Umbanda, isso é permitido e já foi relatado em alguns livros (Tambores de Angola explora esse assunto com bastante profundidade).
O médium deve freqüentar a casa que o agrade, se ele gosta dos cantos da Umbanda, das energias da Natureza, dos tipos de trabalho realizado nos templos então que siga esse caminho, os centros espíritas já trabalham de outra forma, existe espaço para todos. Atualmente existem centros, como o que freqüento, onde os caboclos e os pretos velhos auxiliam nas reuniões de desobsessão e em vários trabalhos, contudo, a forma de trabalhar é parecida com a do centro espírita.
Existe uma grande diversidade de casas espiritualistas, não estar harmonizado com a casa que freqüenta não é desculpa para parar com o estudo e trabalho espiritual.


A Criança com Obsessão.

Pode-se estranhar que se fale de uma criança com obsessão, mas deve-se levar em conta uma questão básica em Espiritismo, de que a criança é um Espírito adulto que habita um corpo infantil, em fase de evolução natural de uma Vida, no processo reencarnatório?
Não se trata, portanto, de uma abstração, mas de uma realidade palpável e freqüente nos dias atuais, quando encontramos enorme número de crianças com problemas de ordem psico-espiritual, confundidos com problemas adaptativos e, algumas vezes, rotuladas como crianças especiais, quando de especiais, na realidade, nada têm demais.
Aliás, neste particular, precisamos notar que as chamadas crianças "índigo" não são verdadeiramente Espíritos "melhores" do que os demais que reencarnam na mesma época. Podem ter bagagem adquirida de maior conteúdo em algumas das expressões do conhecimento humano, mas nem por isso passam a ser moral e eticamente melhores. Há muitos casos de crianças que precocemente demonstram virtuosidades variadas, no campo da música, das ciências, enfim, setores do conhecimento, mas ética e moralmente não demonstram evolução determinada, às vezes ao contrário, demonstram grande dificuldade de aceitação das necessidades de compreensão e colaboração no convívio com outras pessoas, pertubadas pelo egoísmo característico da humanidade terrena atual. Mais inteligentes (?) mas não mais evoluídas?
Na verdade, a criança (o Ser Humano) carrega consigo seu espectro de problemas, ou de soluções para eles, impregnados em sua memória de Espírito imortal e armazenados em seu perispírito, ou corpo espiritual, que leva para a sua carga genética, para seu genoma, suas necessidades, suas impressões, suas ligações com delitos, falhas, imperfeições ou aquisições positivas e construtivas, que se arrastam no correr das várias reencarnações e vão se depurando, ou se agravando, sempre de acordo com o esforço depreendido pelo Ser Espiritual que, no passar do tempo, vai apresentando sua evolução.
Assim, pode-se notar que uma criança apresenta suas provas já desde o útero materno, desde as primeiras semanas de gestação, fenômeno perceptível com alguma facilidade atualmente, graças à tecnologia de aparelhos avançados, no tocante às provas de ordem física, como as doenças hereditárias e congênitas,.
Mas as doenças físicas representam apenas a parte visível do espectro de obstáculos que o Ser humano tem para ultrapassar, em função de suas dívidas para com a própria consciência. Sim, porque é para a própria consciência que o Ser Espiritual necessita prestar contas: dela ele não pode fugir, não tem como escapar, pois ela o acompanha onde ele estiver e em qualquer época, como um credor benigno que o impulsiona para a Evolução necessária, através das provas e expiações que o depurarão progressivamente para a liberdade de consciência e as aquisições de que será sempre necessitado para alçar vôos mais elevados na Vida Espiritual.
Os problemas de ordem espiritual são algo latente e invisível para o Ser humano encarnado, nem sempre aceitos, tomando ar místico e, assim, mais difícil de ser abordado em questões práticas, na abordagem técnica, científica e médica. Latente, por ficarem hermeticamente guardados no interior da consciência, inabordável, insondável, pelo menos pelos métodos específicos da ciência contemporânea, que não se dá conta real do Ser Espiritual que habita o corpo, mas encara o cérebro como sendo o agente causador de tudo, responsável pelos pensamentos, pela produção das emoções e dos sentimentos. Invisível, por conta da mesma refratariedade da Ciência para com a Vida Espiritual Maior, que é a autêntica Vida que rege nossa existência, enquanto esta mesma Ciência, pervertida pelo materialismo, patina no equívoco da mesmice repetitiva que analisa o cérebro para entender a mente, deixando de lado o Espírito, verdadeiro agente causal do pensamento, sendo, em realidade o cérebro, apenas seu veículo extemporâneo de transmissão de idéias, ou seja, seu médium na Terra.
Fica muito difícil para a Ciência moderna atuar adequadamente sobre uma criança, auxiliando-a efetivamente, por conta de limitações inerentes à aceitação dos fenômenos de ordem espiritual. Fenômenos de ordem psíquica, pois os de ordem material, ou física, mesmo documentados, não são aceitos. Imagine os de ordem psíquica... como pode a psicologia atuar contrutivamente em uma criança com perturbaçoes obsessivas, sem que se alcance o verdadeiro sentido de seu comportamento, de suas atitudes, de suas palavras, enfim, de suas perturbalções, se não se puder compreender o simples fato de que existe algo além do palpável nos bastidores da sua existência que justifique plenamente a atual situação pela qual ela esteja passando?
Se para adultos, já contaminados por idéias pré-concebidas, é muito complexo introduzir em teorias psicológicas a questão de ordem espiritual, o que se pode dizer de análises sobre as questões de ordem psico-emocional para com as crianças, que trazem consigo um mundo inexplorado, uma mente sem tantas impregnações e um cérebro em formação?
Como diagnosticar os problemas de ordem psíquica na criança?
Há algumas técnicas que podem auxiliar muito, mas o jogo diagnóstico (Efron, Frainberg, Kleiner, Sigal e Woscoboinik - 1979) e os testes projetivos HTP e CAT (Grassano - 1977) são recursos usualmente utilizados para que se possa devassar em parte a mente da criança, para entendê-la e poder auxiliá-la de algum modo, redirecionando as forças que compõem seus conflitos interiores para um estado de equilíbrio desejável.
De fato, estas propostas diagnósticas, que se utilizam de métodos de observação e de conclusão indireta, são muito úteis para entender a mente infantil, aquilo que está na origem dos problemas atuais, os traumas, causas de insegurança, de mágoas, invejas, medos, enfim, os fundamentos atuais do que desequilibra o pequeno paciente. Mas esbarra em, pelo menos, dois limites, a saber: não levam em conta o Espírito Imortal que habita o corpo e que gerencia a mente (por conseqüência, o cérebro) - pelo menos não é esta a proposta e baseia-se em observações de adultos, que por muito se esforcem, já passaram da infância e, portanto, mesmo desdobrando-se para compreender a mente infantil, já têm suas impregnaçoes caraterísticas de suas viências e experiências particulares, não sendo, portanto, isentos para o entendimento da mente do jovem paciente. Queira-se ou não, há contaminação conceitual na formação das propostas de entendimentos da mente infantil por melhor seja a observação e análise.
Não é interesse deste estudo, pormenorizar os testes citados, que são sobejamente divulgados na internet e em livros e teses.
O primeiro obstáculo para a análise da mente infantil, referente à questão do Ser Imortal, embota o pensamento do cientista, do prático analisador do quadro (o psicólogo, o psico-pedagogo), porquanto desprovido de conhecimentos sobre a reencarnação e lei de ação e reação, ou refratário a ele, e provido de preconceitos sobre a existência do Espírito, que certamente questionam, por viverem uma realidade materialista e positivista.
Não levando em conta de que trata de um ser imortal e resistente à vida do corpo, irá limitar-se ás suas convicções limitadas e transitórias, deixando de lado as questões referentes à vida após a morte, causa-e-efeito, ação-e-reação, interferência de outros Seres Espirituais em sua Vida, aspectos referentes à mediunidade - o intercâmbio entre as duas esferas da Vida, que seriam de fundamental importância para a compreensão real da situação da criança envolvida com processos obsessivos insidiosos, encarados, na maioria das vezes como sendo um processo puramente genético ou familiar, dentro das propostas ainda positivistas (materialistas) que o modelo científico atual defende, ou, ainda, encarados como sendo situações de cunho religioso, dogmático, místico ou mítico, abandonando o materialismo com certo desdém, para figurar o quadro na seleta dificuldade de situações indescritíveis.
Anúncios GoogleA criança obsediada é encarada pelos pais, pelos professores, pelos colegas, pelos parentes, pelo médico, pelo psicólogo, pelo psicopedagogo, pelo pastor, pelo padre, pelo esotérico, como sendo alguém que guarda consigo perturbações que perturbam. É, portanto, alguém perturbado e perturbador. Se não houver, por parte de quem faz a abordagem deste pequeno paciente, a posição isenta de pensamentos que delineiam julgamentos, isenta de que aguarde dele algo para o que ele não esteja em condições de dar, será impraticável poder tratar deste quadro, desta pessoa que se encontra em estado adoecido. Da Alma.
Antes de qualquer proposta, então, é preciso que se exima o pensar de idéias e ansiedades preconceituosas referentes à pessoa e à situação.
Superar os conceitos restringentes, que impedem de ver que a criança é um Ser Imortal que habita transitoriamente um corpo mortal e que sobreviverá a este corpo, para expressar suas capacidades, suas dificuldades em outras experiências, fora do corpo ou em outro vaso físico, compatível com suas necessidades mais sutis como mais grosseiras. Este é um pré-requisito fundamental  para que se possa iniciar a compreensão do quadro da criança obsidiada. Sem este, não há como prosseguir, não como ajudar, a não ser na mesma superfície na qual os atuais técnicos vêm se debatendo, administrando medicamentos, implantando técnicas terapêuticas tradicionais que não levam em conta o fundamento básico para a compreensão da situação: a reencarnação. Mas não só: também não levam em conta a questão do intercâmbio mediúnico, tão ativo e tão presente na vida da humanidade desde todos os tempos.
Uma vez superadas as questões referentes às bases fundamentais do ponto de vista Espírita, podemos passar a entender um pouco melhor as questões mais intimamente ligadas ao processo obsessivo em si.
Quando e onde é iniciada a obsessão?
A obsessão teve início em algum momento de uma das experiências de Vida do Ser, que pode estar perdido no tempo, aparentemente esquecido, mas registrado no campo mental e no corpo espiritual do paciente, o que o torna reconhecível para aqueles que podem ser considerados seus desafetos, não só por conta das "aparências mentais" mas também por conta de sua postura mental que se reflete em suas atitudes aparentemente mais simples. Por exemplo, uma criança manifesta traços particulares de racismo já desde pequeno, quando possa dizer ou expressar tal característica em oportunidade ou oportunidades das mais variadas. Poderá expressar, também, outras particularidades que o torne reconhecível para quem viva na Vida Maior, no Plano Invisível e que se aproximará com o objetivo de ser seu credor. Isto pode acontecer com apenas um Ser desencarnado ou com maior número de pessoas que vivam nesta Dimensão da Vida. Mas o processo de reconhecimento pode ter acontecido antes mesmo da reencarnação atual, no Plano Invisível, sendo observado pelos seus perseguidores em sua concepção e nascimento, sendo vítima destes em seu processo de formação embrinária e gestacional, o que gera, desde então, o processo de obsessão intra-útero, mas que, em verdade, já é pré-existente, sendo apenas uma seqüência de fatos.
Por conta de quais motivos a criança apresenta as perturbações inerentes a este quadro?
O próprio processo de perseguição, a presença de Seres Espirituais acompanhando-o, desde antes da reencarnação ou em algum momento após o nascimento, podem lançá-lo a situações das mais complexas e constrangedoras. Quando impregnada pelas vibrações densas do corpo físico, o Ser Humano está relativamente protegido do acesso das entidades espirituais. Relativamente, pois, na dependência do quadro, mesmo no corpo, em estado de vigília, pode ser abordado parcial ou continuamente por tais entidades. Quando se desprende, durante o processo do sono natural, entrará em contato com o Mundo Maior, com a Vida Espiritual e, eventual ou frequentemente, encontrará seus desafetos, que o amedrontarão, em função das cobranças relativas aos débidos registrados em sua consciência de Espírito Imortal. Este encontro pode, por exemplo, gerar o quadro chamado na prática clínica de "terror noturno". Mas outras manifestações podem acontecer em qualquer faixa etária. Medos injustificáveis - além daqueles que as crianças habitualmente têm, manias persitentes, auto-mutilação - roer unhas persitentemente, insônia, excessos na alimentação - desproposital, crises de birra ostensivas, podem ser sinais de que há algo em desequilíbrio gerando problemas íntimos para o pequeno paciente. As visões de outras crianças, que com freqüência se ouve falar entre elas durante a primeira infância, podem tomar contornos penosos em alguns casos, levando a um desequilíbrio acentuado tanto para o próprio paciente como para os pais ou cuidadores dele.
Como lidar com a criança portadora deste desequilíbrio? Quais os tratamentos preconizados?
Como já citado, em primeiro lugar, é preciso desprender-se de idéias pré-concebidas que geram obstáculos para a compreensão da verdade a respeito do que acontece nesta situação. Aceitar a questão da reencarnação é fundamental. Entender que existe uma relação de causa-e-efeito nas questões inter-reencarnatórias é mais uma necessidade.
Leia o Evangelho Segundo o Espiritismo, no Capítulo V, Bem-aventurados os aflitos:
•Justiça das aflições
•Causas atuais das aflições
•Causas anteriores das aflições
•Esquecimento do passado
•Motivos de resignação
Leia em O Céu e o Inferno, Capítulo VII, As Penas Futuras Segundo o Espiritismo:
•Código Penal da Vida Futura
São leituras fundamentais para compreeender, inclusive, a justiça que se faz neste período, ou nestes períodos chamado inter-reencarnatórios, de poder ver que aquele que ali está, sob a injunção de uma doença psíquica, da Alma, é um Ser Imortal, resistente ao corpo e que necessita destas circunstâncias, destas situações, para seu aprimoramento. Mas está, atualmente, sob a limitação da Vida terrena, em corpo frágil, sob os limites que o cérebro infantil lhe impõe, e, assim, impossibilitadas de perceberem o próprio processo pelo qual passam, necessitando de amparo e ajuda, para se estruturarem para a Vida Adulta que deverão ter, de modo o mais equilibrado que seja possível.
Entendendo estas bases, olhar para o pequeno paciente como sendo alguém que passa por uma dificuldade transitória, em decorrência de seus próprios problemas referentes ao passado, que não é preciso buscar alguma justificativa clara para que este processo esteja acontecendo, para não se cair no hábito do julgamento; que é uma criança que ali está, mesmo sendo um Espírito Imortal, em condições equivalentes à sua idade cronológica nesta Vida, que estará aguardando amparo, auxílio, orientação, entendimento, pois não tem maturidade para que possa se desenvolver naturalmente sem este amparo.
Os modos como pode ser abordada esta criança são variados e dependem do caso em si, entretanto, bom lembrar que tudo precisa ser proporcional para sua capacidade de entendimento.
Um estudo de caso, utilizando-se das ferramentas já citadas, que têm seu valor preditivo, embora não o tenha com relação ao passado (felizmente!), trará à tona as particularidade imediatas deste jovem que agoniza em seu interior com dúvidas, medos e instatisfações próprias para a situação. Aplica-se, portanto, os testes de que se possa lançar mão, para entender melhor o íntimo do paciente, com o claro objetivo de auxilá-lo e auxilar os pais ou cuidadores. Estes testes podem, efetivamente, encaminhar alguma compreensão da situação. Então, como são as ferramentas disponíveis, lança-se mão deles.
Na análise dos resultados deles, pode-se prescrutar, como faz um investigador, as brechas, frestras e abismos guardados nesta mente juvenil que fazem a criatura humana sofrer, com o recurso de levá-lo, adequadamente para sua idade, ao auto-conhecimento que poderá libertá-lo das correntes obsessivas que o arrastam para os desfiladeiros dos conflitos existenciais.
As propostas terapêuticas transitam entre as variadas apresentações de terapias psicológicas, como, por exemplo, a terapia cognitico-comportamental (psicoterapia estruturada, direta e de curta-duração, de grande eficácia numa larga variedade de perturbações psicológicas,  no qual o indivíduo é ensinado a identificar os pensamentos que originam as perturbações emocionais e a substituí-los por modos de pensar mais saudáveis), fenomenológico-existencial  (abordagem que tenta alcançar o sentido da existência humana em sua totalidade), psicanálise (forma de tratamento das neuroses através do processo de Livre Associação, Interpretação de Sonhos, análise dos Atos Falhos e da Resistência) e outras expressões da Ciência da Psicologia. Importante tentar identificar o problema, tentar conhecer a criança, entender suas angústias, seus conflitos, suas inseguranças, seus traumas para poder posicioná-la, em consonância com seus potenciais e sua idade.
Nem sempre é possível a identificação de todos os pontos, mas a tentativa aproxima o terapeuta do paciente e abre caminhos para aproximar-se o mais possível do ponto no qual o terapeuta possa ajudar o pequeno paciente para venha a aprender mais sobre si mesmo e estruturar-se para o futuro.
Além destas questões, de cunho técnico e científico, é necessário notar que a presença do médico, clínico ou psiquiatra, é importante fator para dar a diretriz correta na terapêutica. O médico pode, com auxílio do terapeuta (psicólogo ou psico-pedagogo), através da análise dos testes aplicados e do chamado psico-diagnóstico, entender a dinâmica mental da criança, administrando, se necessário, uma medicação apropriada para cada caso, que seja suporte para o equilíbrio neuronal do paciente, para o ajustamento de suas dificuldades, facultando a ação da terapia de modo mais adequado e profundo.
A questão mais importante, entretanto, é a terapia espiritual. As abordagens espirituais são fundamentais no encaminhamento do jovem que se encontra adoecido da Alma, por conta de seus resgates e débitos pendentes com o passado. A criança, tratada como tal, precisa ser encaminhada para o tratamento de passes, para a Educação Infatil Espírita, para o Evangelho no Lar e costumes familiares condizentes com a proposta Espírita de Vida, isto é, aprendendo a praticar o que se lê em "O Verdadeiro Espírita" e "O Homem de Bem", como citado no Evangelho Segundo o Espiritismo.
Evidente que se trata de árduo trabalho, pois os próprios adultos não somos, ainda, capazes de instalar tais comportamentos em nossos hábitos, mas, é necessário o esforço de todos no lar, para que se possa exemplificar para o pequeno, particularmente para com ele mesmo, compreendendo-o profundamente, tendo para com ele postura caridosa, fraterna, respeitosa, por conta de suas dificuldades, não as exaltando, e, também, não aliviando, não transformando-o em um doente ainda mais profundo, por instalar em sua mente a imagem de uma vítima das circunstâncias, mas fortalecendo-o e fazendo-o entender que tem ao seu lado o apoio que precisa para sua vitória sobre si mesmo e sobre as dificuldades que esteja enfrentando.

Não se submete a criança obsediada a tratamentos de "desobsessão" em hipótese alguma. Este tipo de terapia só pode ser aplicado em adultos que já tenham compreensão sobre os fenômenos mediúnicos e suas conseqüências. Nem mesmo adultos pouco esclarecidos têm condições de receber tal tipo de terapia Espírita. Muito menos crianças: seria um desastre!
Algumas instituições se arvoram a fazer uma espécie de terapia fraterna com a criança que sefre de envolvimentos e obsessões, conversando com ela, aplicando passes. Este tipo de trabalho, entretanto, envolve riscos de ambos os lados: o assistente que não esteja adequadamente preparado para ouvir, poderá colocar em risco a saúde mental e espiritual da criança e esta, por sua vez, poderá dar vazão ao seu imáginário, facilitando ainda mais os envolvimentos de cunho espiritual, tornando-se fácil presa para maiores processos obsessivos.
Quem está realmente envolvido com este processo - somente a criança, ou os pais também precisam de tratamento?
Observando com atenção ao problema básico, nota-se que a criança portadora de obsessão faz parte de uma complexa rede de Seres Humanos que se interrelacionam, encarnados e desencarnados (Espíritos Errantes, na nomenclatura de Kardec). Os dois lados da Vida participam no envolvimento de Forças que trabalham como amargo medicamento para levar o Espírito para a cura e para o aprimoramento. Se há participação dos dois lados da Vida, por qual razão não há participação dos pais, dos irmãos, e dos demais familiares? Sempre há. E há aqueles que se "sentem" mais comprometidos do que outros e entregam-se a auxiliar o parente com maior dedicação, maior determinação, superando obstáculos aparentemte intransponíveis para a maioria das pessoas. Este pode ser o caso da mãe, do pai, de um dos irmãos ou de um parente próximo. Pode acontecer não por ser um devedor maior, mas por ser um Espírito abnegado que doa-se por amor autêntico, colaborando na boa obra de recuperação da criança obsediada, por princípios autenticamente cristãos.
De qualquer modo, todos que estão próximos estão envolvidos com o complexo processo de obsessão que envolve o paciente, mas que os envolvem de algum modo, também.
É quando se pensa que o aprendizado está não só na prova ou na expiação em si, mas também naqueles que estão próximos, para cultivarem a caridade e a fraternidade com quem está ao lado.