quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Das Mistificações

Se o ser enganado é desagradável, ainda mais o é ser mistificado. Esse, aliás, um dos inconvenientes de que mais facilmente nos podemos preservar. De todas as instruções precedentes ressaltam os meios de se frustrarem as tramas dos espíritos enganadores. Por essa razão, pouca coisa diremos a tal respeito. Sobre o assunto, foram estas as respostas que nos deram os espíritos:

1º As mistificações constituem os escolhos mais desagradáveis do espiritismo prático. Haverá meio de nos preservamos deles?

“Parece-me que podeis achar a resposta em tudo quanto vos tem sido ensinado. Certamente que há para isso um meio simples: o de não pedirdes ao espiritismo senão o que ele vos possa dar. Seu fim é o melhoramento moral da Humanidade; se vos não afastardes desse objetivo, jamais sereis enganados, porquanto não há duas maneiras de se compreender a verdadeira moral, a que todo homem de bom-senso pode admitir”.
“Os espíritos vos vêm instruir e guiar no caminho do bem e não no das honras e das riquezas, nem vêm para atender às vossas paixões mesquinhas. Se nunca lhes pedissem nada de fútil, ou que esteja fora de suas atribuições, nenhum ascendente encontrariam jamais os enganadores; donde deveis concluir que aquele que é mistificado só o é porque o merece”.
“O papel dos espíritos não consiste em vos informar sobre as coisas desse mundo, mas em vos guiar com segurança no que vos possa ser útil para o outro mundo. Quando vos falam do que a esse concerne, é que o julgam necessário, porém não porque o peçais. Se vedes nos espíritos os substitutos dos adivinhos e dos feiticeiros, então é certo que sereis enganados”.
“Se os homens não tivessem mais do que se dirigirem aos espíritos para tudo saberem, estariam privados do livre arbítrio e fora do caminho traçado por Deus à Humanidade. O homem deve agir por si mesmo. Deus não manda os espíritos para que lhe achem a estrada material da vida, mas para que lhe preparem a do futuro”.
a) Porém, há pessoas que nada perguntam e que são indignamente enganadas por espíritos que vêm espontaneamente, sem serem chamados.
“Elas nada perguntam, mas se comprazem em ouvir, o que dá no mesmo. Se acolhessem com reserva e desconfiança tudo o que se afasta do objetivo essencial do espiritismo, os espíritos levianos não as tomariam tão facilmente para joguete”.
2º Por que permite Deus que pessoas sinceras e que aceitam o espiritismo de boa-fé sejam mistificadas? Não poderia isto ter o inconveniente de lhes abalar a crença?
“Se isso lhes abalasse a crença, é que não tinham muito sólida a fé. Os que renunciassem ao espiritismo, por um simples desapontamento, provariam não o haverem compreendido e não lhe terem atentado na parte séria. Deus permite as mistificações, para experimentar a perseverança dos verdadeiros adeptos e punir os que do espiritismo fazem objeto de divertimento”.

Obs: A astúcia dos espíritos mistificadores ultrapassa às vezes tudo o que se possa imaginar. A arte, com que dispõem as suas baterias e combinam os meios de persuadir, seria uma coisa curiosa, se eles nunca passassem dos simples gracejos; porém, as mistificações podem ter conseqüências desagradáveis para os que não se achem em guarda. Sentimo-nos felizes por termos podido abrir a tempo os olhos a muitas pessoas que se dignaram de pedir o nosso parecer e por lhes havermos poupado ações ridículas e comprometedoras. Entre os meios que esses espíritos empregam, devem colocar-se na primeira linha, como sendo os mais freqüentes, os que têm por fim tentar a cobiça, como a revelação de pretendidos tesouros ocultos, o anúncio de heranças, ou outras fontes de riquezas. Devem, além disso, considerar-se suspeitas, logo à primeira vista, as predições com época determinada, assim como todas as indicações precisas, relativas a interesses materiais. Cumpre não se dêem os passos prescritos ou aconselhados pelos espíritos, quando o fim não seja eminentemente racional; que ninguém nunca se deixe deslumbrar pelos nomes que os espíritos, que os espíritos tomam para dar aparência de veracidade às suas palavras; desconfiar das teorias e sistemas científicos ousados; enfim, de tudo o que se afaste do objetivo moral das manifestações. Encheríamos um volume dos mais curiosos, se houvéramos de referir todas as mistificações de que temos tido conhecimento.

(Livro dos Médiuns – Allan Kardec)

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

"O Amor é para os Fortes"


Psicografado por MarceloCezar
Ditado pelo Espírito – Marco Aurélio

Capítulo I
Era meio da tarde de um dia quente e abafado, bem típico de verão. Fazia dias que não caía uma gota de água e a sensação térmica nas ruas era infinitamente maior do que a exibida nos termômetros espalhado pela cidade.
Edgar encostou o carro na calçada, apertou o botão do pisca - alerta e desceu. Nem ligou para o sopro quente e conseqüente suor que começava a escorrer pela testa tão logo abrira a porta do veículo. Ele sorriu para si e deu de ombros. Estava feliz. Era um dia especial e ele havia se esquecido das rosas vermelhas as preferidas de sua esposa.
-Denise vai adorar a surpresa! – Murmurou enquanto caminhava em direção a uma das bancas de flores espalhadas ao longo dos muros do cemitério do Araçá. Até poderia parecer algo mórbido – comprar flores para a amada nas banquinhas que ficam encostadas no muro que circunda um cemitério -, no entanto, o local é bem freqüentado e é costume do paulistano comprar flores nessas bancas, não importa a ocasião, pois elas funcionam todos os dias da semana, sem fechar, além de oferecerem flores sempre bonitas, fresquinhas e o preço ser bem em conta.
Edgar escolheu rosas vermelhas colombianas, aquelas com pétalas grandes e cores bem vivas. Apontou para o vaso e disse: - Quero uma dúzia dessas.
- Quer que embale para presente?
- Não, é um arranjo que eu mesmo vou fazer para a minha esposa – respondeu ele, largo sorriso nos lábios.
Assim, apanhou o ramalhete de rosas, pagou a atendente e saiu feliz. Não se importava com o calor insuportável, cujo relógio ali perto, na esquina da rua Cardeal Arcoverde, marcava inacreditáveis 36 graus.
A atendente suspirou e fechou os olhos enquanto se abanava com um leque.
- Que homem romântico! Como eu queria um desses na minha vida.
- Feio isso, Berenice – protestou, num tom de brincadeira, a senhora da banca ao lado. – Você é casada, dê-se ao respeito! – Casada com um homem nada romântico! Wesley não é um marido, é um tremendo encosto. Depois que nos casamos ele nunca mais me levou para jantar fora ou pegar um cinema.
- Por quê?
- Não sei, eu reclamei e ele me disse que quando namorávamos a vida era diferente, não tínhamos filhos, contas para pagar. Disse que agora estamos cheios de responsabilidades, que diversão quem tem é namorado. Marido, não.
- Jura?
- E sabe o que ele teve o atrevimento de me dizer também? A vizinha estava interessadíssima no assunto:
- O quê?
- Por que iria pagar por uma sessão de cinema se na televisão tem filmes aos montes! De graça! Ai, que raiva.
A vizinha da banca de flores empinou o peito.
- Por isso nunca me casei. Só quero saber de namorar. É mais fácil, não dá trabalho e cada um vive na sua casa. Não deu certo? Arrume a trouxa e vá embora.
- Esse homem que acabou de sair daqui é romântico, simpático, perfumado...
- Mas tem cara de sonso. Deve ser escravo da mulher.
-Você mal viu o rapaz. Como pode falar com tanta certeza?
- Sou mulher vivida, namoradeira e, além do mais, trabalho nesta banca há muitos anos, conheço os tipos masculinos mais variados. Esse que saiu agora é um paspalhão, do tipo que tem até medo da esposa, que não discute jamais. Só diz sim. Pode acreditar.
- É verdade. Ele é simpático, contudo tem cara de cachorro sem dono.
A conversa continuou entre as duas donas das bancas de flores até aparecer ou cliente. De uma coisa Berenice tinha razão: Edgar era um romântico incorrigível. Era apaixonado pela esposa, marido devotado. Fazia todas as vontades e caprichos de Denise. Não reclamava absolutamente de nada. Ao contrário, beijava o chão que a esposa pisava.
Ele não era nem feio, nem bonito. Tinha um rosto quadrado, bem comum. Possuía estatura média, cerca de 1,75 de altura, corpo esguio em função da alimentação saudável e exercício, muito exercício físico. Edgar tinha sido um menino obeso e lutara a vida toda contra a balança, até que conseguira atingir peso adequado depois de aderir regularmente à prática de exercícios físicos. A pele branca contrastava com os cabelos negros e levemente ondulados, penteados para trás; os olhos verdes e expressivos ficavam escondidos atrás dos óculos de grau, que de certa forma deixavam seu semblante mais sério do que o usual, conferindo-lhe um ar sisudo.
O rapaz tomou o sentido do bairro do Sumaré e seguiu feliz da vida em direção a sua casa. Era meio da tarde e o trânsito ainda fluía tranqüilo. O engarrafamento ainda não havia começado. Depois de contornar uma pracinha repleta de muito verde e belo jardim, embicou o carro na garagem do prédio e apertou o controle remoto. Nada. Deu duas buzinadas leves.
- Desculpe, mas o portão ainda não foi consertado. O rapaz da manutenção vai arrumá-lo amanhã – informou João, o porteiro.
- Anda, rapaz! Estou com pressa, homem – disse Edgar, esbaforido, mas gentil e sorridente. – Preciso deixar tudo preparado antes que minha esposa chegue.
O porteiro aproximou-se do portão de ferro e passou a chave. Enquanto empurrava o gradil para dentro, sinalizava com as mãos para Edgar entrar sem raspar o carro na parede.
_ O senhor está bem animado hoje! – Exclamou.
- João, hoje celebramos cinco anos de casados!
- Tudo isso?
- Cinco! – ele abriu a mão e a colocou para fora do veículo.
- O tempo passa rápido.
- Estou muito feliz.
-É um homem apaixonado. Denise é mulher de sorte.

Esse é só um pouco do I capítulo.

Não perca o desenrolar dos fatos. Leia o livro

Mediunidade

Acena-nos a antiguidade terrestre com brilhantes manifestações mediúnicas, a repontarem da História.
Discípulos de Sócrates referem-se, com admiração e respeito, ao amigo invisível que o acompanhava constantemente.
Reporta-se Plutarco ao encontro de Bruto, certa noite, com um dos seus perseguidores desencarnados, a visitá-lo, em pleno campo.
Em Roma, no templo de Minerva, Pausânias, ali condenado a morrer de fome, passou a viver, em Espírito, monoideizado na revolta em que se alucinava, aparecendo e desaparecendo aos olhos de circunstantes assombrados, durante largo tempo.
Sabe-se que Nero, nos últimos dias de seu reinado, viu-se fora do corpo carnal, junto de Agripina e de Otávia, sua genitora e sua esposa, ambas assassinadas por sua ordem, a lhe pressagiarem a queda no abismo.
Os Espíritos vingativos em torno de Calígula eram tantos que, depois de lhe enterrarem os restos nos jardins de Lâmia, eram ali ‘vistos, frequentemente, até que se lhe exumaram os despojos para a incineração.
Todavia, onde a mediunidade atinge culminâncias é justamente no Cristianismo nascituro.
Toda a passagem do Mestre inesquecível, entre os homens, é um cântico de luz e amor, externando-lhe a condição de Medianeiro da Sabedoria Divina.
E, continuando-lhe o ministério, os apóstolos que se lhe mantiveram leais converteram-se em médiuns notáveis, no dia de Pentecostes (Atos, capítulo 2, versículos 1 a 13.), quando, associadas as suas forças, por se acharem “todos reunidos”, os emissários espirituais do Senhor, através deles, produziram fenômenos físicos em grande cópia, como sinais luminosos e vozes diretas, inclusive fatos de psicofonia e xenoglossia, em que os ensinamentos do Evangelho foram ditados em várias línguas, simultaneamente, para os israelitas de procedências diversas.
Desde então, os eventos mediúnicos para eles se tornaram habituais.
Espíritos materializados libertavam-nos da prisão injusta. (Atos, capítulo 5, versículos 18 a 20)
O magnetismo curativo era vastamente praticado pelo olhar (Atos, capítulo 3, versículos 4 a 6)
e pela imposição das mãos. (Atos, capítulo 9, versículo 17)
Espíritos sofredores eram retirados de pobres obsessos, aos quais vampirizavam. (Atos, capítulo 8, versículo 7)
Um homem objetivo e teimoso, quanto Saulo de Tarso, desenvolve a clarividência, de um momento para outro, vê o próprio Cristo, às portas de Damasco, e lhe recolhe as instruções (Atos, capítulo 9, versículos 3 a 7).
E porque Saulo, embora corajoso, experimente enorme abalo moral, Jesus, condoído, procura Ananias, médium clarividente na aludida cidade, e pede-lhe socorro para o companheiro que encetava a tarefa. (Atos, capítulo 9, versículos 10 e 11)
Não somente na casa dos apóstolos em Jerusalém mensageiros espirituais prestam contínua assistência aos semeadores do Evangelho; igualmente no lar dos cristãos, em Antioquia, a mediunidade opera serviços valiosos e incessantes. Dentre os médiuns aí reunidos, um deles, de nome A gabo (Atos, capítulo 11, versículo 28), incorpora um Espírito benfeitor que realiza importante premonição. E nessa mesma igreja, vários instrumentos medianímicos aglutinados favorecem a produção da voz direta, consignando expressiva incumbência a Paulo e Barnabé. (Atos, capítulo 13, versículos 1 a 4)
Em Tróade, o apóstolo da gentilidade recebe a visita de um varão, em Espírito, a pedir-lhe concurso fraterno. (Atos, capítulo 16, versículos 9 e 10)
E, tanto quanto acontece hoje, os médiuns de ontem, apesar de guardarem consigo a Bênção Divina, experimentavam injustiça e perseguição. Quase por toda a parte, padeciam inquéritos e sarcasmos, vilipêndios e tentações.
Logo no início das atividades mediúnicas que lhes dizem respeito, vêem-se Pedro e João segregados no cárcere. Estêvão é lapidado. Tiago, o filho de Zebedeu, é morto a golpes de espada. Paulo de Tarso é preso e açoitado várias vezes.
A mediunidade, que prossegue fulgindo entre os mártires cristãos, sacrificados nas festas circenses, não se eclipsa, ainda mesmo quando o ensinamento de Jesus passa a sofrer estagnação por impositivos de ordem política. Apenas há alguns séculos, vimos Francisco de Assis exalçando-a em luminosos acontecimentos; Lutero transitando entre visões; Teresa d’Avila em admiráveis desdobramentos; José de Copertino levitando ante a espantada observação do papa Urbano 8º, e Swedenborg recolhendo, afastado do corpo físico, anotações de vários planos espirituais que ele próprio filtra para o conhecimento humano, segundo as concepções de sua época.
Compreendemos, assim, a validade permanente do esforço de André Luiz, que, servindo-se de estudos e conclusões de conceituados cientistas terrenos, tenta, também aqui (Sobre o tema desta obra, André Luiz é o autor de outro livro, intitulado “Nos Domínios da Mediunidade”. — (Nota da Editora.), colaborar na elucidação dos problemas da mediunidade, cada vez mais inquietantes na vida conturbada do mundo moderno.
Sem recomendar, de modo algum, a prática do hipnotismo em nossos templos espíritas, a ele recorre, de escantilhão, para fazer mais amplamente compreendidos os múltiplos fenômenos da conjugação de ondas mentais, além de com isso demonstrar que a força magnética é simples agente, sem ser a causa das ocorrências medianímicas, nascidas, invariàvelmente, de espírito para espírito.
Em nosso campo de ação, temos livros que consolam e restauram, medicam e alimentam, tanto quanto aqueles que pro põem e concluem, argumentam e esclarecem.
Nesse critério, surpreendemos aqui um livro que estuda.
Meditemos, pois, sobre suas páginas.

Lei do Caminhão de Lixo

Um dia peguei um táxi para o aeroporto. Estávamos rodando na faixa certa, quando de repente um carro preto saltou do estacionamento na nossa frente.
O taxista pisou no freio, deslizou e escapou do outro carro por um triz!
O motorista do outro carro sacudiu a cabeça e começou a gritar para nós nervosamente. Mas o taxista apenas sorriu e acenou para o cara, fazendo um sinal de positivo. E ele o fez de maneira bastante amigável.
Indignado lhe perguntei: “Porque você fez isto? Este cara quase arruína o seu carro e nos manda para o hospital”!
Foi quando o motorista do táxi me ensinou o que eu agora chamo de “A lei do Caminhão de Lixo”.
Ele explicou que muitas pessoas são como caminhões de lixo. Andam por aí carregadas de lixo, cheias de frustrações, cheias de raiva, traumas e de desapontamento.
À medida que suas pilha de lixo crescem, elas precisam de um lugar para descarregar, e às vezes descarregam sobre a gente.
Não tome isso pessoalmente. Isto não é problema seu! Apenas sorria, acene, deseje-lhes o bem, e vá em frente. Não pegue o lixo de tais pessoas e nem o espalhe sobre outras pessoas no trabalho, EM CASA, ou nas ruas.
Fique tranqüilo... Respire e deixe o lixeiro passar.
O princípio disso é que pessoas felizes não deixam os caminhões de lixo estragarem o seu dia.
A vida é muito curta, não leve lixo.
Limpe os sentimentos ruins, aborrecimentos do trabalho, picuinhas pessoais, ódio e frustrações.
Ame às pessoas que te tratam bem. E trate bem as que não o fazem.
A vida é dez por cento o que você faz dela e noventa por cento a maneira como você a recebe!
Tenham um bom dia, livre de lixo!