segunda-feira, 1 de novembro de 2010

"O Amor é para os Fortes"


Psicografado por MarceloCezar
Ditado pelo Espírito – Marco Aurélio

Capítulo I
Era meio da tarde de um dia quente e abafado, bem típico de verão. Fazia dias que não caía uma gota de água e a sensação térmica nas ruas era infinitamente maior do que a exibida nos termômetros espalhado pela cidade.
Edgar encostou o carro na calçada, apertou o botão do pisca - alerta e desceu. Nem ligou para o sopro quente e conseqüente suor que começava a escorrer pela testa tão logo abrira a porta do veículo. Ele sorriu para si e deu de ombros. Estava feliz. Era um dia especial e ele havia se esquecido das rosas vermelhas as preferidas de sua esposa.
-Denise vai adorar a surpresa! – Murmurou enquanto caminhava em direção a uma das bancas de flores espalhadas ao longo dos muros do cemitério do Araçá. Até poderia parecer algo mórbido – comprar flores para a amada nas banquinhas que ficam encostadas no muro que circunda um cemitério -, no entanto, o local é bem freqüentado e é costume do paulistano comprar flores nessas bancas, não importa a ocasião, pois elas funcionam todos os dias da semana, sem fechar, além de oferecerem flores sempre bonitas, fresquinhas e o preço ser bem em conta.
Edgar escolheu rosas vermelhas colombianas, aquelas com pétalas grandes e cores bem vivas. Apontou para o vaso e disse: - Quero uma dúzia dessas.
- Quer que embale para presente?
- Não, é um arranjo que eu mesmo vou fazer para a minha esposa – respondeu ele, largo sorriso nos lábios.
Assim, apanhou o ramalhete de rosas, pagou a atendente e saiu feliz. Não se importava com o calor insuportável, cujo relógio ali perto, na esquina da rua Cardeal Arcoverde, marcava inacreditáveis 36 graus.
A atendente suspirou e fechou os olhos enquanto se abanava com um leque.
- Que homem romântico! Como eu queria um desses na minha vida.
- Feio isso, Berenice – protestou, num tom de brincadeira, a senhora da banca ao lado. – Você é casada, dê-se ao respeito! – Casada com um homem nada romântico! Wesley não é um marido, é um tremendo encosto. Depois que nos casamos ele nunca mais me levou para jantar fora ou pegar um cinema.
- Por quê?
- Não sei, eu reclamei e ele me disse que quando namorávamos a vida era diferente, não tínhamos filhos, contas para pagar. Disse que agora estamos cheios de responsabilidades, que diversão quem tem é namorado. Marido, não.
- Jura?
- E sabe o que ele teve o atrevimento de me dizer também? A vizinha estava interessadíssima no assunto:
- O quê?
- Por que iria pagar por uma sessão de cinema se na televisão tem filmes aos montes! De graça! Ai, que raiva.
A vizinha da banca de flores empinou o peito.
- Por isso nunca me casei. Só quero saber de namorar. É mais fácil, não dá trabalho e cada um vive na sua casa. Não deu certo? Arrume a trouxa e vá embora.
- Esse homem que acabou de sair daqui é romântico, simpático, perfumado...
- Mas tem cara de sonso. Deve ser escravo da mulher.
-Você mal viu o rapaz. Como pode falar com tanta certeza?
- Sou mulher vivida, namoradeira e, além do mais, trabalho nesta banca há muitos anos, conheço os tipos masculinos mais variados. Esse que saiu agora é um paspalhão, do tipo que tem até medo da esposa, que não discute jamais. Só diz sim. Pode acreditar.
- É verdade. Ele é simpático, contudo tem cara de cachorro sem dono.
A conversa continuou entre as duas donas das bancas de flores até aparecer ou cliente. De uma coisa Berenice tinha razão: Edgar era um romântico incorrigível. Era apaixonado pela esposa, marido devotado. Fazia todas as vontades e caprichos de Denise. Não reclamava absolutamente de nada. Ao contrário, beijava o chão que a esposa pisava.
Ele não era nem feio, nem bonito. Tinha um rosto quadrado, bem comum. Possuía estatura média, cerca de 1,75 de altura, corpo esguio em função da alimentação saudável e exercício, muito exercício físico. Edgar tinha sido um menino obeso e lutara a vida toda contra a balança, até que conseguira atingir peso adequado depois de aderir regularmente à prática de exercícios físicos. A pele branca contrastava com os cabelos negros e levemente ondulados, penteados para trás; os olhos verdes e expressivos ficavam escondidos atrás dos óculos de grau, que de certa forma deixavam seu semblante mais sério do que o usual, conferindo-lhe um ar sisudo.
O rapaz tomou o sentido do bairro do Sumaré e seguiu feliz da vida em direção a sua casa. Era meio da tarde e o trânsito ainda fluía tranqüilo. O engarrafamento ainda não havia começado. Depois de contornar uma pracinha repleta de muito verde e belo jardim, embicou o carro na garagem do prédio e apertou o controle remoto. Nada. Deu duas buzinadas leves.
- Desculpe, mas o portão ainda não foi consertado. O rapaz da manutenção vai arrumá-lo amanhã – informou João, o porteiro.
- Anda, rapaz! Estou com pressa, homem – disse Edgar, esbaforido, mas gentil e sorridente. – Preciso deixar tudo preparado antes que minha esposa chegue.
O porteiro aproximou-se do portão de ferro e passou a chave. Enquanto empurrava o gradil para dentro, sinalizava com as mãos para Edgar entrar sem raspar o carro na parede.
_ O senhor está bem animado hoje! – Exclamou.
- João, hoje celebramos cinco anos de casados!
- Tudo isso?
- Cinco! – ele abriu a mão e a colocou para fora do veículo.
- O tempo passa rápido.
- Estou muito feliz.
-É um homem apaixonado. Denise é mulher de sorte.

Esse é só um pouco do I capítulo.

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