quinta-feira, 27 de maio de 2010

Conta Pessoal

"Assim pois cada um de nós dará contas de si mesmo a Deus." - Paulo. (Romanos, 14.12.)

Se te propões à renovação com o Cristo, é imperioso suportes, pacientemente, as opiniões contraditórias em torno da diretriz diferente a que te afeiçoes.
Se algum erro te assinala o passado, muitos te acreditarão de pés chumbados à sombra que, há muito, lá desterraste do espírito; se expressas algum voto de melhoria íntima, não obstante as deficiências naturais que ainda te marquem o início no aprendizado evangélico, há quem te exija espetáculos de grandeza, de um instante para outro; se te dispões a trabalhar no auxílio aos semelhantes. de modo mais intenso, há quem veja desperdício em teus gestos de generosidade e beneficência; se nada mais podes dar ao necessitado além da migalha de tuas escassas reservas materiais, aparece quem te acuse de sovinice; se te corriges decididamente perante a verdade com o propósito de servi-la, há quem te interprete a espontaneidade por fanatismo; se te recolhes à gentileza e à serenidade, na execução da tarefa que o serviço do Senhor te atribui, surge quem te aponte por exemplar de pieguice ou indolência...
Apesar de todos os palpites antagônicos, acerca de teu esforço e conduta, entra no imo da própria alma, observa se a sinceridade te preside as resoluções e os atos, no foro da consciência e, se te reconheces, diante, do Senhor, fazendo o melhor que podes, guarda o coração tranqüilo e prossegue, de esforço limpo e atitude reta, caminho adiante, na convicção de que "cada um de nós dará conta de si mesmo a Deus".

(De "Palavras de Vida Eterna", de Francisco Cândido Xavier,
pelo Espírito Emmanuel)

Confia

Não percas a tua fé entre as sombras do mundo.
Ainda que os teus pés estejam sangrando, segue para frente, erguendo-a por luz celeste, acima de ti mesmo.
Crê e trabalha.
Esforça-te no bem e espera com paciência.
Tudo passa e tudo se renova na Terra, mas o que vem do céu permanecerá.
De todos os infelizes, os mais desditosos são os que perderam a confiança em Deus e em si mesmos, porque o maior infortúnio é sofrer a privação da fé e prosseguir vivendo.
Eleva, pois, o teu olhar e caminha.
Luta e serve. Aprende e adianta-te.
Brilha a alvorada além da noite.
Hoje, é possível que a tempestade te amarfanhe o coração e te tormente o ideal, aguilhoando-te com aflição ou ameaçando-te com a morte.

Não te esqueça, porém, de que amanhã será outro dia!!!

MEIMEI

Condição de Felicidade

Você define felicidade como sendo fortuna fácil, família bem constituída, saúde impecável, prestígio social, amigos gentis, viagens freqüentes, estações de veraneio em climas doces e, como não pode ainda reunir todos esses ingredientes num prato suculento, queixa-se da vida, relaciona dificuldades, guarda azedume, conserva o cenho carregado.

Todavia, felicidade não é posse externa. É luz íntima.

Todo possuidor é atormentado pela posse.
Quem está saciado sempre busca acepipe exótico e extravagante para o paladar acomodado.
Sem a satisfação interna que nasce do conhecimento que se liberta não há felicidade real.
Com muita propriedade afirma o refrão popular, que “o homem feliz não tinha camisa”.
Não são as posses aparentes que estabelecem as bases da alegria legítima.

Contam, que sábio rei mandou erigir, em terras de árvores frondosas e águas claras, suntuoso palácio para oferecer ao homem que se considerasse feliz.
Depois de examinar por dias-a-fio milhares de candidatos, defrontou-se com um jovem sonhador que se apresentava cioso do prêmio.
A morte nunca lhe visitara a casa; a saúde era como o ar que jamais lhe faltara; possuía uma esposa fiel e filhos robustos; guardava grandes somas e era por todos estimado qual príncipe ansiosamente esperado...
— Tens todos os requisitos do homem feliz, — asseverou o bondoso monarca. — No entanto, não és realmente feliz. Não te poderei doar o palácio...
— Como? — inquiriu o moço.
— O homem feliz não guarda ambição — redargüiu o rei, sereno —. Se a tua felicidade te bastasse meu prêmio não te fascinaria...

Em verdade, os bens aparentes são breves.
A saúde muda facilmente de lugar no domicílio orgânico; a fortuna se gasta rapidamente; a família morre; o prestígio desaparece; os amigos vão adiante; as viagens cansam; os climas se modificam.
Só há um tesouro que realmente felicita sem desaparecer: o conhecimento da verdade e a prática dela através do amor aos semelhantes.
Com muita justeza, portanto, o Mestre Jesus preconizou: “Buscai a verdade e a verdade vos fará livres”.

Pe. Natividade
Manuel da NATIVIDADE de Maria (Pe) nascido em 8 de setembro de 1845 e falecido a 1º de janeiro de 1922. Valoroso sacerdote da Igreja Católica, na cidade do Salvador, caracterizado por um espírito eminentemente cristão, cuja vida de devotamento aos sofredores das zonas dos “alagados”, dele fez um verdadeiro missionário da caridade e do amor. Desencarnou sobre humílimo grabato, em modestíssimo barracão de taboas, aos fundos da Igreja N.S. dos Mares, em extrema pobreza.

(De “Crestomatia da Imortalidade”, de Divaldo Pereira Franco – Diversos Espíritos)

Caridade do Entendimento

“Agora, pois, permanecem estas três, a fé, a esperança e a caridade;
porém, a maior destas é a caridade.”- PAULO. (I Coríntios, 13:13.)
Na sustentação do progresso espiritual precisamos tanto da caridade quanto do ar que nos assegura o equilíbrio orgânico.
Lembra-te de que a interdependência é o regime instituído por Deus para a estabilidade de todo o Universo e não olvides a compreensão que devemos a todas as criaturas.
Compreensão que se exprima, através de tolerância e bondade incessantes, na sadia convicção de que ajudando aos outros é que poderemos encontrar o auxílio indispensável à própria segurança.
À frente de qualquer problema complexo naqueles que te odeiam, recorda que não seria justa a imposição de teus pontos de vista para que se orientem na estrada que lhes é própria.
O Criador não dá cópias e cada coração obedece a sistema particular de impulsos evolutivos.
Só o amor é o clima adequado ao entrelaçamento de todos os seres da Criação e somente através dele integrar-nos-emos na sinfonia excelsa da vida.
Guarda, em todas as fases do caminho, a caridade que identifica a presença do Senhor nos caminhos alheios, respeitando-lhes a configuração com que se apresentem.
Não te esqueças de que ninguém é ignorante porque o deseje e, estendendo fraternos braços aos que respiram atribulados na sombra, diminuirás a penúria que se extinguirá, por fim, no mundo, quando cada consciência ajustar-se à obrigação de servir sem mágoa e sem exigência, na certeza de que apenas amando e auxiliando sem reclamar é que permaneceremos felizes na ascensão para Deus.

(De “Ceifa de Luz”, de Francisco Cândido Xavier, pelo Espírito Emmanuel)

A Reforma Íntima

Quanto puderes, posterga a prática do mal até o momento que possas vencer essa força doentia que te empurra para o abismo.
Provocado pela perversidade, que campeia a solta, age em silêncio, mediante a oração que te resguarda na tranqüilidade.
Espicaçado pelos desejos inferiores, que grassam estimulados pela onda crescente do erotismo e da vulgaridade, gasta as tuas energias excedentes na atividade fraternal.
Empurrado para o campeonato da competição, na área da violência, estuga o passo e reflexiona, assumindo a postura da resistência passiva.
Desconsiderado nos anseios nobres do teu sentimento, cultiva a paciência e aguarda a bênção do tempo que tudo vence.
Acoimado pela injustiça ou sitiado pela calúnia, prossegue no compromisso abraçado, sem desânimo, confiando no valor do bem.
Aturdido pela compulsão do desforço cruel, considera o teu agressor como infeliz amigo que se compraz na perturbação.
Desestimulando no lar, e sensibilizado por outros afetos, renova a paisagem familiar e tenta salvar a construção moral doméstica abalada.
É muito fácil desistir do esforço nobre, comprazer-se por um momento, tornar-se igual aos demais, nas suas manifestações inferiores. Todavia, os estímulos e gozos de hoje, no campo das paixões desgovernadas, caracterizam-se pelo sabor dos temperos que se convertem em ácido e fel, a requeimarem por dentro, passados os primeiros momentos.
Ninguém foge aos desafios da vida, que são técnicas de avaliação moral para os candidatos à felicidade.
O homem revela sabedoria e prudência, no momento do exame, quando está convidado à demonstração das conquistas realizadas.
Parentes difíceis, amigos ingratos, companheiros inescrupulosos, co-idealistas insensíveis, conhecidos descuidados, não são acontecimentos fortuitos, no teu episódio reencarnacionista.
Cada um se movimenta, no mundo, no campo onde as possibilidades melhores estão colocadas para o seu crescimento. Nem sempre se recebe o que se merece. Antes, são propiciados os recursos para mais amplas e graves conquistas, que darão resultados mais valiosos.
Assim, aprende a controlar as tuas más inclinações e adia o teu momento infeliz.
Lograrás vencer a violência interior que te propele para o mal, se perseverares na luta.
Sempre que surja oportunidade, faze o bem, por mais insignificante que te pareça. Gera o momento de ser útil e aproveita-o.
Não aguardes pelas realizações retumbantes, nem te detenhas esperando as horas de glorificação.
Para quem está honestamente interessado na reforma íntima, cada instante lhe faculta conquistas que investe no futuro, lapidando-se e melhorando-se sem cansaço.
Toda ascensão exige esforço, adaptação e sacrifício.
Toda queda resulta em prejuízo, desencanto e recomeço.
Trabalha-te interiormente, vencendo limite e obstáculo, não considerando os terrenos vencidos, porém, fitando as paisagens ainda a percorrer.
A tua reforma íntima te concederá a paz por que anelas e a felicidade que desejas.
Joanna de Ângelis

Psicografia de Divaldo P. Franco - Livro: Vigilância