quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

"Comece de Onde Está" (Mensagem para Você)

   Talvez você ache que não dá para começar a sua transformação agora porque já passou da hora. Que, em outra época, seria mais fácil, tinha mais disposição e oportunidades...
     Mas, o tempo é apenas o tempo. E o agora pode ser o mais indicado para você fazer madura reflexão e deixar-se tocar pela força do amor, pelas luzes do entendimento e a serenidade da paz.
     Inicie agora. Parta de onde está, do que tem à mão, e não deixe para depois. Você tem muita coisa positiva para usar. E logo terá bons resultados.
     Tomar logo a iniciativa de evoluir é evitar dores futuras.
Fonte: “Paz Todo Dia”. (Pequeno livro de mensagens de Otimismo).
     Aproveite o início do Ano de 2012 e ponha em prática aquele projeto que a anos está guardado em sua cabeça, em sua gaveta, em seu coração.
     “O ano de 2012 é o Ano do Ouro, é o ano das realizações, se você tem um projeto põe-no em prática que você terá sucesso, será vitorioso.
Que Deus em sua infinita bondade possa levar da vida de cada um de vocês que acompanharam meus Blogs durante o ano, toda a tristeza, todas às dificuldades, toda depressão, toda doença e derrame sobre vocês e sua família, bênçãos enviadas por Deus e Santa Bárbara, que sua vida se renove a cada segundo no Novo Ano que se inicia, que você vença à depressão porque você é forte muito mais forte que ela. Que seja desmanchada todas às suas dificuldades, toda doença caia por terra saindo do seu corpo, que à tristeza não tenha mais lugar em seu coração a não ser o “Amor” e a “Paz”.
“Feliz 2012”. SF
Envie seu pedido para que possamos orar por você.

quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

As Promessas Vãs

     Continuação do livro “O Abismo Provocado pelas Drogas” (III Capítulo)

“Prometi a minha mãe que ficaria comportada e que seguiria toda a metodologia indicada, mas a dependência da droga era mais forte que eu...
Quando o vício supera a razão, o amor familiar se enfraquece e se apresenta sob a forma de angústia, dor e arrependimento.”

     Nossos sofrimentos foi enorme!... Não agüentávamos nos olhar, e minha angústia por saber que estava fazendo tanto mal, a ela e a mim mesma, se misturava com a inquietação e a necessidade de ficar vivendo aquela vida e me drogando cada vez mais.
     Minha mãe impôs várias regras para que eu “tomasse jeito”: proibiu-me de sair, obrigou-me a freqüentar um médico e um psicólogo. Mas de nada adiantou.
    No início, prometi que ficaria comportada e que seguiria toda a metodologia indicada, mas a dependência da droga era mais forte que eu... Meu corpo necessitava cada vez mais daquelas substâncias. Cada período que eu passava sem a droga era de muito sofrimento e, quando a utilizava, também já não tinha mais prazer: o mal-estar era muito maior e uma sensação de vazio me atormentava, como se alguma coisa precisasse ser preenchida dentro de mim... para isso, precisava de mais drogas, cada vez mais pesadas.
     Minha mãe sofria tanto que, para não tomar uma atitude, fazia de conta que não via. Pelo menos, eu não estava passando as madrugadas na rua...
     Eu fingia que cumpria suas determinações... E ela fingia que não estava percebendo tudo o que estava acontecendo novamente.
     Sentia-se muito mal por fazer minha mãe se envergonhar de si mesma por suas atitudes fracas e covardes para comigo, e, também, sentia-me envergonhada por minhas próprias atitudes.
     Para continuar sustentando meu vício, fui vendendo todas as minhas coisas e algumas de minha casa; até pertences de minha mãe eu vendi... Ela continuava fingindo que não percebia. Acho que seu medo maior era que eu voltasse a correr riscos fazendo “programas”... Afinal, eu ainda era muito jovem... Além disso, ela se culpava por eu levar aquele tipo de vida.
     Tudo estava indo razoavelmente “bem” até que, um dia, encontrei-me novamente com minha turma. Comecei a me influenciar novamente pelo Fábio e os antigos companheiros... E tudo começou a ficar exagerado novamente. Passei a freqüentar as festas, agora com mais gente... Gente com quem eu até tinha medo de me relacionar, mas, depois de algumas doses, tudo ficava fácil..., fácil até demais, porque não tinha mais noção do que estava fazendo.
     Foi numa dessas festas que conheci o Orlando. Todos diziam que ele era o gerente responsável pela venda de drogas, e que não admitia nenhum tipo de erro com ele. Fui avisada pelos meus próprios amigos, mas, como não tinha medo de nada, passei a vender para ele. Fazia um intercâmbio entre ele e o pessoal do colégio, do bairro, das festas, etc.

segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

O PROBLEMA DA QUEIXA

     Lamentar aquilo que não temos é desperdiçar aquilo que possuímos, afirma um antigo provérbio chinês, lembrando que esta máxima é válida para situações ou coisas, sentimentos ou posições sociais.
     O problema da queixa é que ela vai construindo uma personalidade naquele que usa da lamentação, como uma máscara sobre sua postura natural.
     Com o passar do tempo, se permanecemos fazendo uso da queixa, ela é incorporada pela nossa postura natural que passa a ser queixosa.
     Uma vez que absorvemos a lamentação em nosso patrimônio comportamental ela, a queixa, começa a se exteriorizar através de nossos pensamentos e nossas palavras, passando assim a ser nossa característica pessoal, nossa marca.
     Este processo é perigoso pelo fato de que muitas vezes ele ocorre de maneira inconsciente, por automatismo.Reclamamos seguidas vezes, independente de termos razão ou não, e o que inicialmente é uma escolha ou um ato involuntário, torna-se um hábito.
     Desde a antiguidade, Sócrates* asseverava de que somos “escravos do hábito” pelo fato de que ficamos presos àquilo que fazemos repetidas vezes.
     Por este fato, constantemente, aquele que reclama da vida ou das situações impostas por ela, não percebe que age assim pois reclamar passa a ser uma segunda natureza do indivíduo.
     Geralmente quando alguém diz a outra pessoa que ela reclama muito, que queixar-se passou a ser comum nas suas expressões, ela assusta-se crendo ser absurda tal situação.
     A reclamação é sempre uma surpresa àquele que a possui e que acabou por condicionar-se a ela..
     Lembre-se de quando você sai dirigindo seu carro, de tanto passar por determinado caminho, ele ganha familiaridade em nossa mente assim, algumas vezes, o percorremos sem nos darmos conta do trajeto.
     Com nossos comportamentos acontece o mesmo. De tanto agir de determinada forma, ele passa a ser a diretriz das nossas ações ou a base onde elas se assentam para servir de ponto de partida para as demais situações.
     Partindo daí, tudo o que pensamos ou falamos sofre a influência da queixa e é assim que lamentar torna-se uma armadilha psicológica que aprisiona quem a possui. Estabelecer uma nova proposta comportamental exige esforço e um processo de reprogramação de nossas reações em torno dos acontecimentos da vida.
     Muitas vezes, reagimos às intempéries que nos ocorrem dizendo que não agüentamos mais a vida, entretanto, o que não agüentamos mais não é a vida mas nossa postura diante dela.
     Se admitimos que a vida é obra direta de Deus e sua precisão mostra claramente sua grandeza, ela, a vida, não pode ser o problema, é apenas a oportunidade de fazermos dela um problema ou não.
    Em boa definição, a pequenez moral do homem é marcada pelas suas horas de lamentação. Quanto mais lastimamos nossa vida, mais ela ganha uma aparência amarga e triste. O queixoso depõe constantemente contra a própria vida e sempre está achando culpados para isso, seja pessoas ou situações.
     Alguém poderia contestar afirmando que não é reclamação mas, sim, a verdade! Ora, não interessa o nome que vamos dar quando divulgamos ou mesmo exaltamos as situações menos felizes de nossa vida. O que não deu certo e usamos isso para justificar nossa situação, isso nos faz mal.
     O pessimismo, que é pai de toda reclamação, reflete sempre nossa incapacidade de lidar com a vida e conosco mesmo. Ao reclamar, nos colocamos pré-dispostos a adoecer do espírito até ao corpo que, afinal, reflete nossa condição interna.
     Toda lamentação espelha uma queda moral onde, responsáveis pelas próprias ações, somos impulsionados a agir pela realidade que criamos.
     Herdeiros de nós mesmos, esta realidade deve estar sempre em nossa mente a qualquer suspeita de queixa aparecer.
Fonte: Livro Terapia Anti-Queixa
Autor Roosevelt Andolphato Tiago.

PRECE AO AMANHECER

      Hoje eu acordei muito cedo e senti uma vontade enorme de conversar com Jesus. Pedi a Ele que ajudasse todos os meus familiares e amigos.
     Mas também me lembrei de você.
     Pensei que talvez ainda estivesse dormindo, por isso pedi a Jesus que abençoasse o seu sono a fim de que acordasse disposto para um dia de boas realizações.
     Pedi fortemente a Ele que tocasse seu coração para que você não se esquecesse de amar a si mesmo.
     Supliquei também que cada pessoa que cruzar o seu caminho no dia de hoje possa levar um pouquinho do seu amor.
     Pedi a Jesus que colocasse paz em sua mente para que seus pensamentos fossem claros e serenos, e assim você pudesse tomar as melhores decisões e escolher os melhores caminhos neste dia.
     Pedi ardentemente ao Mestre que enxugasse suas lágrimas se porventura a dor o visitasse, e que essas lágrimas lavassem seu peito da amargura e do desencanto.
     Roguei a Jesus que, quando você estivesse com este livro às mãos, as forças divinas pudessem plantar novas idéias em sua mente.
     Pedi a Jesus alegria quando você estivesse triste.
     Pedi a Ele humildade quando você estivesse orgulhoso.
     E, finalmente, supliquei a Ele que você se lembrasse da morte quando estivesse desperdiçando a vida.
     Ao terminar a oração, banhado em lágrimas de emoção, Jesus disse que meus pedidos seriam atendidos, por isso sei que você terá um lindo dia.
     Assim seja.
Fonte: Livro Cura e Libertação
Autor: José Carlos De Lucca.

quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

Terapêutica da Recuperação

Não se descuidar da desobrigação criteriosa dos compromissos assumidos.
Não perder de vista o ideal do aperfeiçoamento próprio.
Não se furtar ao prazer de recordar os momentos verdadeiramente felizes, vividos de acordo com a Suprema Vontade do Pai Celestial, sobretudo aqueles em que as provas de Sua Misericórdia se fizeram, por assim dizer, palpáveis.
Não se poupar ao trabalho de servir e colaborar.
Não desviar a atenção das paisagens e passagens da Vida que lhe façam bem ao espírito e contribuam para a sua edificação.
Não se desinteressar da solução honrosa, pacífica e construtiva dos problemas do seu quadro de responsabilidades.
Não permitir que a marcha do tempo se faça sem a sua participação no aproveitamento das horas. Não se atribuir direitos e privilégios além daqueles que decorrem do cumprimento dos seus deveres.
Não dar às coisas importância maior do que elas têm.
Não se sentir diminuído nem despeitado pelas vitórias alheias, quando as suas possibilidades de realizações estão situadas em outro plano de conquista.
Não se retrair ante as atividades que lhe competem desenvolver, nem exceder-se no seu desempenho.
Não ceder a idéia de derrota, nem alimentar convicção de vitória definitiva, sem admitir a necessidade de continuar lutando sempre, para vencer bem, mais e melhor.
Não se traumatizar nem recuar diante dos ásperos testemunhos da jornada terrena, perdendo a oportunidade de crescer espiritualmente.
Há uma terapêutica para a alma, que a recupera perante as leis divinas. Cabe a cada criatura descobri-la por si mesma e aplicá-la, pelos próprios esforços, a sua natureza íntima, observando método e disciplina no seu uso.
Ante a Medicina Celeste, não há casos perdidos, nem doentes incuráveis ou desenganados.
Faz-se mister, porém, que os seus processos de cura sejam devidamente acatados e encontrem campo favorável às manifestações nos recessos do ser.
Que cada um se examine conscienciosamente e chegue a uma conclusão do que se faz necessário às melhoras de suas condições espirituais, para adquirir de uma vez por todas a saúde do espírito e empenhar-se no sentido de bem preservá-la ao longo do percurso da trajetória terrena.
Passos Lírio

"Como Estudar o Espiritismo"?

"Acrescentemos que o estudo de uma doutrina, qual a Doutrina Espírita, que nos lança de súbito numa ordem de coisas tão nova quão grande, só pode ser feito com utilidade por homens sérios, perseverantes, livres de prevenções e animados de firme e sincera vontade de chegar a um resultado. Não sabemos como dar esses qualificativos aos que julgam a priori, levianamente, sem tudo ter visto; que não imprimem a seus estudos a continuidade, a regularidade e o recolhimento indispensáveis. Ainda menos saberíamos dá-los a alguns que, para não decaírem da reputação de homens de espírito, se afadigam por achar um lado burlesco nas coisas mais verdadeiras, ou tidas como tais por pessoas cujo saber, cujo caráter e convicções lhes dão direito à consideração de quem quer que se preze de bem-educado. Abstenham-se, portanto, os que entendem não serem dignos de sua atenção os fatos. Ninguém pensa em lhes violentar a crença; concordem, pois, em respeitar a dos outros.
O que caracteriza um estudo sério é a continuidade que se lhe dá. (...)".
Allan Kardec foi quem fez esta importante colocação em o Livro dos Espíritos, capítulo VIII, Introdução, o que consideramos um alerta para os que, ao se aproximarem do Espiritismo o julgariam ou o questionariam sem o devido estudo prévio.
Na nossa vivência diária como espíritas, acostumamo-nos a conversar com as pessoas que estão aproximando-se do Espiritismo e sermos bombardeados por uma série de perguntas, as quais geram respostas que intrigam aqueles que as fazem. Somos da opinião de que em qualquer crença, as seguintes respostas deveriam ser dadas com muita clareza : O que somos ? De onde viemos ? Para onde iremos ? O que é Deus ? Devo ser bom ? Por que ? ... e assim por diante.
Recorreremos ainda às palavras de Bruno Bertocco, em seu livro intitulado Deus : "O que toda criatura desapaixonada, equilibrada, sincera e honesta deve fazer, antes de julgar qualquer coisa, de fazer suas críticas a seu respeito, de negá-la ou aceitá-la, é, inicialmente, adquirir as respectivas informações concernentes à sua existência, aproximar-se para o devido reconhecimento da sua natureza, através da pesquisa e do estudo dos fatores relacionados à sua causa, ou dos fenômenos produzidos pelas forças originárias da parte fundamental, podendo desta forma, com conhecimento de causa, tirar suas conclusões, baseadas nos fatos, e formular seu veredicto com justeza, a respeito de tal coisa."
Muitas pessoas aproximam-se do Espiritismo pelos mais variados motivos, no entanto poucas conseguem perseverar no estudo necessário para entendê-lo, ficam à margem, deslumbradas por alguns de seus aspectos e com grandes dúvidas sobre outros.
É por isso que o movimento espírita tem enfatizado ao longo do tempo a necessidade da implantação do estudo sistematizado da Doutrina Espírita em cada centro espírita. Lembrando o memorável Herculano Pires ( 1914-1979 ), o Espiritismo ainda continua um "desconhecido", e a maioria , movida pela ânsia de soluções imediatistas, ainda não busca uma nova filosofia de vida, a par de uma explicação para o porquê "do ser, do destino e da dor".
O slogan "Comece pelo começo" utilizada nas campanhas promovidas pela U.S.E. União das Sociedades Espíritas do Estado de São Paulo, tendo como figura nos cartazes as obras da Codificação ( O Livro dos Espíritos, O Livro dos Médiuns, O Evangelho Segundo o Espiritismo, O Céu e o Inferno e A Gênese ) pode parecer óbvio, no entanto constatamos que muitas pessoas que são espíritas ou as que estão estudando o Espiritismo há algum tempo não começaram pelo começo, muitas vezes nem O Livro dos Espíritos chegaram a ler. Ora, nada mais aconselhável se quisermos estudar o Espiritismo, devemos começar pelo começo e o começo é a Codificação.
Depois de Allan Kardec, o Codificador do Espiritismo, podemos citar autores importantes como Léon Denis, Gabriel Delanne, Ernesto Bozzano, Camille Flamarion, Herculano Pires, Deolindo Amorin, Eliseu Rigonatti, Yvone A. Pereira, Hermínio C. Miranda, Martins Peralva,Caibar Schutel, Richard Simonetti e muitos outros, além é claro dos autores espirituais Emannuel, André Luiz, Humberto de Campos, Manoel Philomeno de Miranda e vários outros.
Há muito para ler e estudar, torna-se necessário uma boa organização por parte daquele que vai estudar o Espiritismo, para não empregar o tempo de forma equivocada, seja não começando pelo começo, ou lendo obras pseudo-espíritas ou controvertidas, sem pureza doutrinária. Que cada um analise sua posição perante a pergunta que intitula este artigo e encontre o caminho correto, sendo que esperamos ter humildemente ajudado com este pequeno trabalho.
Paulo Roberto Wollmer
Bibliografia:
O Livro dos Espíritos, Allan Kardec
Livro Deus, Bruno Bertocco



O Antídoto para a Solidão

"É bom ser importante, mas o importante é ser bom"
Um dos flagelos da humanidade chama-se solidão.
Mas o que é a solidão? Seria a ausência de companhia, de pessoas à nossa volta? Seria estar longe das civilizações?
Mais grave do que estar só é sentir-se só. Duas pessoas que vivem situações parecidas poderão ter comportamentos diferentes. Enquanto uma é infeliz, a outra sobrevive, e bem.
Solidão, mais do que estar só, é a insatisfação da pessoa com a vida e consigo mesma. É precisar da multidão à sua volta, por não perceber que pode bastar-se por si mesma, desde que descubra a riqueza do seu interior. A solidão nasce da insegurança e da necessidade de sentir-se amada, porque ignora que o grande truque é amar.
Há quem use solidão como tempo de inspiração, análise e programação. Não é mais a solidão popularmente conhecida, porque se transforma em recolhimento ao próprio íntimo, necessidade que todos temos, sem nos dar conta. Vez que outra, é preciso estar só. Tentamos nos dar bem com os outros, mas não sabemos viver na harmonia de nós mesmos. Quando Amyr Klink, saindo da África, chegou à Bahia, navegando dias e dias, sozinho em sua pequena embarcação, perguntaram-lhe se a solidão não teria sido seu maior obstáculo. A resposta foi que nunca estivera só, porque muitos torciam por ele e, além disso, fazia o que lhe causava prazer. Quem age dessa forma não dá espaço para a solidão.
Cabe analisar quem são as vítimas da solidão. E responderíamos que são os que não lutam, que nada realizam, não amam, não vivem...!
Quem se fecha em seus problemas, em suas mágoas, melindra-se facilmente, auto-flagela-se e inutiliza preciosas oportunidades de realizações importantes. Deus não pode ocupar-se com os que insistem em ser infelizes. Deixa primeiro que despertem e valorizem a vida, para depois enviar-lhes a ajuda que possam compreender.
O antídoto para a solidão, mais do que os antidepressivos ou os divãs dos analistas, é a ocupação. De qualquer tipo. Trabalho profissional, trabalho de lazer, trabalho de amor ao próximo. Quem se achar em sofrimento, procure ser útil. Quem vive gastando o tempo para reclamar de má sorte, experimente aplicar as horas tristes no trabalho. E como catalisador para esse entendimento não podemos desprezar um agente eficaz contra a solidão: O Centro Espírita.
Nesse pequeno compartimento da imensa Casa de Jesus há, sempre, disponibilidade de vagas para serviços no bem. E, sempre, atinge primeiro o próprio agente. É aí que o jovem estudante busca serenidade para entender as lições mais difíceis; é aí que a moça, frustrada com a perda do namorado, encontra para substituí-lo um amor diferente, sublimado; é ai onde a mãe que ficou, prematuramente, sem o filho querido, conhece outros filhos que suprirão a falta dele; é ai onde a viúva, idosa e enferma, encontra a companhia de operosos auxiliares do Cristo, para suavizar o seu isolamento e a saudade do companheiro; é aí, enfim, onde todo sofrimento se transforma em progresso e entendimento.
Nenhum outro lugar, por mais prazer que ofereça, pode combater a solidão como o Centro Espírita, sem dispêndio para aquele que chega com a mágoa no coração. Ali, enquanto serve, se cura; quando oferece, recebe; ao sorrir, se alegra; com ajuda, se reergue.
Abençoado Centro Espírita, que além destes abriga também os que se sentem infelizes, que têm a alma sensível pronta para oferecer-se. São os que têm consciência de como a vida é boa e retribuem a Deus pela dádiva, ao invés de queixar-se do abandono ou revoltar-se contra os atos comuns da vida de todos nós. Centro Espírita que a todos recebe, servidores e necessitados, com a intenção de irmaná-los e integrá-los em um só propósito e diminuindo a infelicidade porque esta, sempre, faz seu ninho no escuro de cada um, independente da idade, saúde ou situação financeira.
Felizes os que despertam e passam pela porta estreita do Centro. Metade do problema já estará resolvido.
Felizmente, a cada dia os que ali aportam são em maior número e, brevemente, chegará o dia em que o entendimento será absoluto.
Fonte: Revista Espírita Allan Kardec, nº 37.
Octávio Caúmo Serrano


domingo, 16 de outubro de 2011

Comentário do Livro "Nos Domínios da Mediunidade"

Título: "NOS DOMÍNIOS DA MEDIUNIDADE" – Edição consultada: 8ª Edição/1976
Autor Espiritual: ANDRÉ LUIZ (pseudônimo espiritual de um consagrado médico que exerceu a Medicina no Rio de Janeiro)
Psicografia: FRANCISCO CÂNDIDO XAVIER (concluída em 1954).
dição: Primeira edição em 1954, pela Federação Espírita Brasileira (Rio de Janeiro/RJ)
Nota: Até 2002 já haviam 29 reedições, num total de 348.000 exemplares.
Conteúdo doutrinário:
ANDRÉ LUIZ, com sua abençoada perspicácia, dedicou esta obra inteiramente à mediunidade, com isso ofertando-nos a visão “do Céu para a Terra”, em contraponto à visão “da Terra para o Céu”.
Em vários pontos, cita o papel da Ciência na jornada evolutiva do Espírito e explica: a Ciência, buscando compreender cada vez mais os fatos da alma humana — muitos deles, na verdade, ligados ao intercâmbio dos dois Planos — , vem compreendendo as sublimes nuanças da mediunidade. Por enquanto, nomeia tais fatos com palavras algo complicadas, mas que não passam de rótulos... Contudo, sendo o progresso Lei Divina, não tardará a identificar que o intercâmbio com o Plano Espiritual é manancial inapreciável de possibilidades construtivas da pax omnium (paz de todos), que nada mais é do que a somatória da pax personæ ad persona (paz de pessoa a pessoa).
E complementa: Vida e Morte, berço e túmulo, experiência e renovação, nada mais são do que simples etapas seqüenciais do progresso espiritual, expressando-se, pujantes, num “hoje imperecível”. Na verdade, nossa mente é o nosso endereço e nossos pensamentos são as nossas criações de luz e sombra, de liberdade ou escravidão, de paz ou tortura.
Dessa forma, a orientação aqui exposta para uma próspera vivência dos fenômenos mediúnicos, para cada médium e para toda a Humanidade, repousa na vivência dos ensinos de Jesus, inscritos na consciência e no coração de cada um de nós, médiuns ou não...
SINOPSE - Capítulo a capítulo
Cap 1 – Estudando a mediunidade – André Luiz, Hilário e dezenas de outros Espíritos, num curso rápido de ciências mediúnicas, assistem à palestra do Instrutor Albério, que esclarece ser a mente a base de todos os fenômenos mediúnicos. Na família terrena, que é a própria Humanidade, agimos e reagimos uns sobre os outros, através da energia mental em que nos renovamos constantemente... Assim, criamos, alimentamos e destruímos formas e situações, paisagens e coisas, com o que estrutura-mos nossos destinos. A mente é um núcleo de forças inteligentes que geram sutil plasma, o qual, ao exteriorizar-se, oferece recursos ao que pensamos. No mundo mental do agente um eventual recipiente pode interpretar os pensamentos recebidos, limitando-os à sua capacidade. “Vibrações compensadas”, ao contrário, exprimem valores mentais de qualidades idênticas. Ao médium compete elevar seu padrão, pelo estudo e prática de virtudes, para só assim recolher mensagens das Grandes Almas.
Cap 2 – O psicoscópio – Especializando conhecimentos sobre mediunidade, A.Luiz e Hilário recebem do Assistente Áulus a descrição de um aparelho pequeno e leve, na forma de uma pasta, denominado “psicoscópio”. Esse aparelho possibilita identificar as vibrações da alma e observar a matéria, tudo isso sem grande concentração mental. Com ele, os Espíritos classificam, de imediato, as possibilidades de um médium ou de um grupo mediúnico, segundo as radiações que projetam: a moralidade, o sentimento, a educação e o caráter. Os três Espíritos (Áulus, A.Luiz e Hilário) se dirigem ao plano terreno e adentram numa “casa espírita-cristã”. A.Luiz e Hilário deslumbram-se ao utilizarem o psicoscópio e verificar a harmonia dos dez médiuns, a se expressar por um sublime espetáculo de luzes, de ambos os Planos da vida. Vêem raios vitais do Plano terreno que Áulus denominou de “raios ectoplásmicos”.
Cap 3 – Equipagem mediúnica – É feita apresentação dos médiuns que formam o grupo mediúnico no qual A.Luiz e Hilário irão permanecer em estágio de aprendizado, sob assistência de Áulus.
A “ficha psicoscópica” demonstra a natureza dos pensamentos do Espírito focalizado. É esclarecida a importância do cérebro, onde se concentram todas as manifestações da individualidade, a governar as ações oriundas dos estímulos da alma, a partir dos pensamentos. É citado o perigo que ronda os médiuns que se julgam donos de recursos espirituais que não lhes pertencem.
Cap 4 – Ante o serviço – Os expositores evangélicos (de todas as religiões) são comparáveis a técnicos eletricistas, a desligar “tomadas mentais” de encarnados e desencarnados, através das suas boas palavras contendo princípios libertadores na esfera do pensamento. Por isso, são alvo de Espíritos vampirizadores que a eles se opõem ferreamente, às vezes, provocando sono nos ouvintes... Espíritos necessitados trazidos à reunião apresentavam lesões perispirituais (mutilações, ulcerações, paralisias). Há descrição de dois casos sobre hipnotismo e obsessão: o primeiro, ligado a vigorosa sugestão pós-hipnótica (gerando amnésia) e o segundo, versando sobre força hipnotizante (acatamento de sugestão de maldição e conseqüente concretização dessa maldição).
Cap 5 – Assimilação de correntes mentais – A.Luiz utiliza o psicoscópio em encarnados. São descritos os preparativos espirituais para uma reunião mediúnica: o dirigente espiritual atenua seu tom vibratório para se compatibilizar com o do dirigente encarnado, transferindo-lhe energia mental, que se traduzia por forças que resultavam em palavras e raios luminosos. É explicitado como cada pensamento tem peso próprio, conforme seja de crueldade, revolta, tristeza, amor, compreensão, alegria, etc., expressos pela onda mental (em palavras orais ou escritas).
Há valiosa explicação de como perceber e identificar o teor de interferências em nossa mente.
Cap 6 – Psicofonia consciente – É descrito um caso de obsessão por paixão. A psicofonia é descrita de forma simples, qual processo de enxertia neuropsíquica. O médium “empresta” seu órgão vocal e possibilidade das sensações, mas permanece no comando firme da vontade, limitando caprichos e excessos, mantendo dessa forma a dignidade do trabalho caridoso e do próprio recinto. O Mentor espiritual recomenda a abstenção de perguntas ao visitante espiritual necessitado (com alienação mental) perguntas essas que procurassem identificá-lo. Se um psicofônico em serviço duvidar de sua mediunidade o visitante espiritual que estiver atendendo será expulso e o socorro se tornará anulado.
Cap 7 – Socorro espiritual – Este capítulo se constitui em preciosa aula de como doutrinar um Espírito sofredor e irônico. É descrito o processo de regressão de memória (no Plano Espiritual), com ajuda de uma tela (de um metro quadrado, aproximadamente) formada de gaze tenuíssima. O aparelho se denomina “condensador ectoplasmático” e funciona sob apoio dos médiuns. As cenas vistas pelo protagonista — o Espírito necessitado — são também percebidas intuitivamente pelo doutrinador, possibilitando-lhe o amparo adequado.
Cap 8 – Psicofonia sonambúlica – Foi trazido à reunião mediúnica um Espírito infeliz que há mais de dois séculos permanecia estagnado no egoísmo e apegado aos bens materiais. Foi atendido por médium psicofônica passiva (exteriormente), mas com absoluto controle moral do exercício mediúnico no qual se manteve presente e responsável. Quando a pessoa que é médium de psicofonia não possui méritos morais para a autodefesa, pode ser levada à possessão...
Cap 9 – Possessão – Vemos aqui a inconveniência da presença na reunião mediúnica de pessoas necessitadas, principalmente as epilépticas. Nesses casos, geralmente ocorrem crises de epilepsia, por possessão espiritual, que é detalhada neste capítulo. Tal crise, que pela medicina terrestre é um ataque epiléptico, contudo, para o Plano espiritual, é considerada um “transe mediúnico de baixo teor”. No caso focalizado neste capítulo, quando o Espírito obsessor é admitido na reunião ocorre grave cri-se orgânica no obsidiado.
Cap 10 – Sonambulismo torturado – Novamente se confirma a inconveniência de encarnados obsidiados assistirem à reunião mediúnica. Neste capítulo, com a chegada do Espírito perseguidor, a mulher perseguida (encarnada), presente, começa a gritar, transfigurada, contorcendo-se em pranto convulsivo, tendo a respiração sibilante e opressa.
Obs 1 – Nem precisamos alongar considerações, pois é evidente o perigo que tais acontecimentos podem representar para o encarnado, além do potencial desequilíbrio que tende a colocar em risco o clima vibratório da reunião mediúnica. A ajuda ao encarnado necessitado será produtiva com o seu encaminhamento às palestras evangélicas, à recepção de passes, ao engajamento em atividades assistenciais, ao estudo doutrinário constante e principalmente, por preces e auto-reforma.
Obs 2 – Novamente(*) vemos citação da aplicação de eletrochoque em pessoas com crises histéricas (dementes). Tal recurso médico, atualmente, se mostra improdutivo e mesmo contra-indicado.
(*) No livro “No Mundo Maior”, Cap. 7, foi citado o eletrochoque e na respectiva sinopse anotamos:
Atualmente, são outros os conceitos sobre o tratamento por choque elétrico, que tiveram seu emprego consideravelmente restringido após o progresso da psicofarmacologia.
Cap 11 – Desdobramento em serviço – É descrito detalhadamente o fenômeno de desdobramento do médium, seguido de psicofonia, tudo sob ação do Plano Espiritual. Há referências sobre o “duplo etérico”, aqui considerado como “eflúvios vitais” situados entre a alma e o corpo. O duplo etérico se desintegra com a morte física.
Cap 12 – Clarividência e clariaudiência – A fluidificação da água é mostrada, sendo relatados os benefícios de medicação que promove. A clarividência e a clariaudiência são faculdades mediúnicas de percepção mental. Surdos e cegos encarnados podem ouvir e ver através de outros recursos, se convenientemente educados para isso(!). Há preciosa lição sobre os sentidos físicos e a mente. Formas-pensamento positivas criadas por Mentor espiritual são vistas por médiuns clarividentes. Por esse mesmo processo obsessores sugerem às suas vítimas impressões alucinatórias.
Cap 13 – Pensamento e mediunidade – Este capítulo é dedicado a uma sublime preleção de um Espírito muito evoluído, no encerramento da reunião mediúnica. Constitui, para todos nós, verdadeira metodologia científica espírita para a renovação íntima e progresso espiritual.
 renovação mental é tida como o único meio de recuperação da harmonia, particularmente nos casos de “mediunidade torturada”. A educação mediúnica, a leitura de livros de autoria dos orientadores do progresso, a bondade — a elevação de si mesmo, enfim —, tais os deveres do bom médium.
Amor e sabedoria: asas para o vôo definitivo, no rumo da perfeita comunhão com o Pai Celestial”.
Cap 14 – Em serviço espiritual – Vemos aqui o caso de um marido temperamental e atrabiliário que cedo desencarnou e a seguir tentou transformar a viúva em serva, não o conseguindo, sendo ela médium vigilante, de excelsas virtudes. Em conseqüência, tal marido estagiou em zonas purgatoriais até reconsiderar suas atitudes. Aí, então, passou a contar com o auxílio da ex-esposa (embora não seja regra, foi-lhe permitido semanalmente se aproximar do antigo lar), onde a acompanha no culto íntimo da oração e nas tarefas mediúnicas.
É citado o “piche gaseificado” que predomina nos ambientes trevosos.
Há proveitosa lição sobre obsessão recíproca entre encarnado e desencarnado.
Cap 15 – Forças viciadas – Vampirismo sobre alcoólatras e fumantes... Apontamentos sobre a inexorabilidade da Lei de Ação e Reação, por meio de dolorosas reencarnações às “almas necrosadas nos vícios”: mongolismo, hidrocefalia, paralisia, cegueira, epilepsia secundária, idiotismo, aleijão de nascença... são recursos angustiosos, mas necessários. É citado o exemplo de um hábil médium psicógrafo que, bebendo e fumando num restaurante, escrevia idéias escabrosas que captava de um infeliz Espírito ao qual estava imantado. O objetivo desse obsessor era perturbar uma jovem encarnada, envolvida com um crime. Em oposição a esse triste quadro a equipe espiritual, com A.Luiz, vê uma ambulância passar por eles e nela um médico acompanhado de um Espírito que lhe envolvia a cabeça em “roupagem lirial, com suaves irradiações calmantes de prateada luz”.
Cap 16 – Mandato mediúnico – Narração de como é realizada a segurança da reunião mediúnica, a cargo do Plano Espiritual e como uma médium dedicada, com ideal de amor, é assistida pelos Benfeitores espirituais. É-nos mostrado como proceder no atualmente chamado “atendimento fraterno”, a desenrolar-se nos dois Planos, sem individualizar o auxílio, mas com sugestões evangélicas tendo endereço certo, aos necessitados.
Vários obsessores “procuravam hipnotizar suas vítimas precipitando-as no sono provocado, para que não tomassem conhecimento das mensagens transformadores ali veiculadas pelo verbo construtivo”.
Notável citação é a do “espelho fluídico” a mostrar aos Espíritos protetores o perispírito da pessoa ausente para a qual alguém formulara petição, por escrito: vendo as necessidades, inspiravam a médium psicografa a anotar a orientação e o atendimento adequados.
 “mandato mediúnico”, aqui largamente explicitado, constitui inapreciável condição do médium compromissado com o dever, mas sobretudo com o Evangelho de Jesus.
As instruções têm clareza e ao mesmo tempo advertências, sendo lição imperdível a todos os médiuns.
Cap 17 – Serviço de passes – São oportunas as instruções deste capítulo, versando sobre passes e passistas. Tantas e sublimes são as explicações que impedem a síntese. Não obstante, eis os tópicos:
“toque desnecessário”; chispas luminosas saindo das mãos; energias circulando da mente do passista às suas mãos; força magnética isenta de moral; médium curador sem moral, resvalando para situações difíceis; necessidade do estudo pelo médium; força da prece sincera; recepção positiva e negativa por parte do paciente; causas espirituais das doenças; a cura pela renovação dos pensamentos; passes à distância.
Cap 18 – Apontamentos à margem – Nem sempre a solicitação de um encarnado (para ter notícias de ente amado que desencarnou), pode ser atendida... a benefício de ambos.
Novos apontamentos sobre a caridade de Jesus, o Espiritismo e a mediunidade.
Cap 19 – Dominação telepática – Numa traição conjugal, o cônjuge traído se ressente da influência perturbadora, pois o casal respira em regime de clima espiritual mútuo. Detectada a traição, só o perdão incondicional pode imunizar aquele que está sendo traído, beneficiando-o com a paz da consciência. Nesses acontecimentos, tão generalizados, o lar se transforma em trincheira de lutas, campeando angústias e repulsão, a desaguarem nas tormentosas águas da obsessão.
Cap 20 – Mediunidade e oração – Valiosos são os apontamentos sobre o casamento e o perdão, quando o lar vivencia traição de um cônjuge... Diz o Mentor Áulus: A vingança é a alma da magia negra. Mal por mal, significa o eclipse absoluto da razão(!).
Pela prece, o ofendido não muda os fatos, mas modifica a si mesmo, obtendo forças e amparo espirituais para administrar evangelicamente a crise conjugal.
Cap 21 – Mediunidade no leito de morte – Uma moribunda invigilante atrai o Espírito do filho (desencarnado) e imanta-se a ele, num verdadeiro transe mediúnico altamente prejudicial a ambos: o filho era alcoólatra e morreu assassinado. Em conseqüência dessa simbiose mental, imprudentemente auto convocada e instalada, essa mãe passa a ter visões que são do desencarnado (perseguidores, serpentes e aranhas). Contudo, a lição prova, mais uma vez, que de todo mal Deus tira um bem: a ajuda do Plano Espiritual nos momentos finais é aqui repetida.
O capítulo descreve o rotineiro caso de comunicação nas ocorrências de morte: a moribunda, num sobre esforço final, ainda como encarnada, consegue ir em perispírito visitar a irmã consangüínea que lhe restava na Terra, a qual, por sua vez, registra tal visita e depreende que a visitante morrera...
Cap 22 – Emersão no passado – Uma médium revive cenas do seu passado infeliz e apresenta um quadro de animismo. Não se trata de mistificação inconsciente ou subconsciente, mas sim de emersão no passado, tal fato caracterizando uma doente mental, necessitada de auxílio evangélico, qual se fosse uma sofredora desencarnada, visitando a reunião mediúnica. No caso, muito comum entre encarnados, era alguém que renasceu pela carne, sem renovar-se em espírito, tal como acontece com mendigos que reencarnam envergando o esburacado manto da fidalguia efêmera que envergaram outrora!
Cap 23 – Fascinação – Um doloroso caso de mediunidade destrambelhada, sob ação cruel de um obsessor desencarnado, põe a descoberto fatos infelizes que já duram um milênio(!). A vítima de uma vingança, uma médium, tem tanta sintonia com seu algoz, que retransmite palavras num dialeto já morto, usado ao tempo passado no qual ambos se acumpliciaram em crime. Esse fenômeno caracteriza a “mediunidade poliglota” ou xenoglossia. De igual processualística ocorre a mediunidade pela qual um médium psicógrafo registra texto em idioma que lhe é desconhecido (na atual existência...).
Cap 24 – Luta expiatória – É analisado o caso de uma pessoa que quando desencarnada esteve sintonizada e subjugada por Espíritos delinqüentes. Ao reencarnar, essa pessoa trouxe deficiências orgânicas. A mediunidade entre familiares é exposta com preciosas advertências, eis que quase sempre, num lar, reencontram-se Espíritos que no passado vivenciaram desajustes, ou que tenham se unido para desajustar o próximo. Então, num e noutro caso, entre quatro paredes — no lar — o clima obsessivo resultante desse reencontro (proporcionado pela caridade de Deus, via reencarnação) tem abençoadas e múltiplas oportunidades de reconstrução, individual e familiar, com a conquista da paz.
Cap 25 – Em torno da fixação mental – A invigilância moral e os descaminhos dela resultantes geram angústias que, sem esforço, não se dissipam: ao contrário, fixam-se na mente de quem assim procede. Isso pode demorar séculos (cristalização do e no tempo), gerando “múmias espirituais”, isto é, Espíritos hibernados no autodesequilíbrio. Por isso é que ocorrem as reencarnações compulsórias e difíceis, a benefício desses prostrados na evolução, a título de doce constrangimento (processo de re-equilíbrio) da dor. A fixação mental gera os padecimentos da amnésia, esquizofrenia e paranóia.
Obs – Sob risco de estarmos equivocados, conjeturamos que também o autismo é um dos retratos fiéis do quadro espiritual da fixação mental prolongada.
Cap 26 – Psicometria – Num museu: alguns objetos apresentam-se revestidos de fluidos opacos, fruto das multiplicadas lembranças dos que os possuíram (encarnados ou desencarnados). A imanação de objetos pela força mental sobre eles impregna-os de formas-pensamento, as quais, o médium psicômetra pode conhecer, mediante toque neles. “Almas e coisas”, cada uma a seu modo, algo conservam do tempo e do espaço — eternos na memória da vida. Um relógio, um quadro e um espelho, no museu que a equipe espiritual visita, com finalidade de pedagogia mediúnica, ofertam interessantes lições, ratificando que todos os problemas criados por nós não serão resolvidos senão por nós mesmos...
Cap 27 – Mediunidade transviada – O ultraje à oração e à mediunidade é aqui exposto, mostrando penoso quadro em que espíritas medianamente esclarecidos, mas médiuns ociosos, exploram Espíritos desencarnados de condição inferior, para a solução de problemas materiais. A vampirização se torna recíproca (entre encarnados e desencarnados). A.Luiz filosofa, mais uma vez, sobre a bênção da pedagogia divina: “a dor é o grande ministro da Justiça Divina”!.
Cap 28 – Efeitos físicos – As chamadas “sessões de materialização”, segundo o Plano Espiritual, só se justificam quando são realizadas com altos objetivos morais, como por exemplo, a cura de doentes encarnados. Os Espíritos desencarnados que agem nessas reuniões extraem forças de pessoas, de objetos e da Natureza, as quais se casam aos elementos espirituais.
São enérgicos os alertas quanto aos perigos dessas reuniões, tendo em vista que os encarnados que dela participam devem ter sentimentos purificados, a par de conduta cristã, o que dificilmente acontece, coletivamente. As infinitas possibilidades de emprego do ectoplasma são aqui enunciadas, sendo explicitadas suas excelsas propriedades, de transporte de matéria de qualquer natureza, inclusive o corpo humano (!), através desmaterialização num ponto e rematerialização em outro, próximo ou distante.
Cap 29 – Anotações em serviço – Há ligeira crítica sobre a sinonímia utilizada pela Metapsíquica, em contraponto à simplicidade evangélica. Prestes a concluir o proveitoso estágio na companhia do Assistente Áulus, A.Luiz ainda narra novas e belíssimas considerações ouvidas dele, sobre o Espiritismo, sobre a mediunidade e sobre o comportamento dos médiuns.
Cap 30 – Últimas páginas – As várias e sublimes ações dos diferentes médiuns são aqui filosoficamente enunciadas, com raros timbres, poético e moral. O sacerdócio da paternidade e da maternidade é expresso com eloqüência evangélica, posto que é no lar que a mediunidade se mostra mais espontânea e mais pura (eis aqui uma informação, ou melhor, um esclarecimento, que nos induz a intensas reflexões...).
Agradabilíssima surpresa no fecho deste livro: o próprio A.Luiz profere uma prece aos Benfeitores Espirituais. Sem identificar, a prece reporta-se à gratidão dele para com o bondoso Áulus.
Gratidão que também é nossa!
Considerações Finais:
Este livro é inteiramente dedicado aos médiuns.
E Kardec leciona, no Cap XIV de “O Livro dos Médiuns”:
Toda pessoa que sente, em um grau qualquer, a influência dos Espíritos, por isso mesmo é médium.
(...) Pode-se, pois, dizer que todo mundo é, mais ou menos, médium.
André Luiz, com seu amigo Hilário, sob supervisão do Assistente ÁULUS, vêm ao Plano terreno e visitam vários Centros Espíritas, onde são realizadas reuniões mediúnicas.
Em cada grupo de médiuns são observadas as características individuais e coletivas dos médiuns que as compõem...
As várias faculdades mediúnicas são analisadas detalhadamente, sempre sob a ótica do Plano Espiritual, trazendo informes inéditos do intercâmbio sublime entre encarnados e desencarnados.
Tamanhas e tantas são as lições, que a obra se torna imperdível aos estudiosos de boa vontade, médiuns ou não...
TERMOS POUCO USADOS:
A título de colaboração, registramos abaixo o significado ou origem de alguns termos pouco usados, que eventualmente aparecem ao longo do texto de “Nos Domínios da Mediunidade”:
TERMOS CAPÍTULO PÁGINA S I G N I F I C A D O
Elementos) hipostáticos Introd. 9 (adj.) (Medicina) = retardamento circulatório
hotentote 1 17 (adj. e subst.) referente a povo da África
(cabeça) pintalgada 3 32 (adj.) pintada de cores variadas
imanização 4 43 (subst.) processo de imanizar; de imantar
ensanchas 5 48 (subst.) sobejo; sobra
solilóquio 5 49 (subst.) fala de alguém consigo mesmo; monólogo
nume 8 69 (subst.) divindade mitológica; gênio; influxo divino
(horrenda) fácies 8 69 (subst.) o aspecto de um corpo tal como se apresenta
Escarmento 8 71 (subst.) correção; castigo; punição
(clamores) roufenhos 10 88 (adj.) fanhoso
calhaus 13 120 (subst.) fragmentos de pedra dura
grilheta 13 120 (subst.) grilhão; obrigação penosa
escabiose 13 121 (subst.) (Medicina) = sarna
colédoco 17 169 (adj. e subst.) (Medicina) = porção terminal da via biliar principal
(estremeções) coreiformes 24 225 (adj.) instabilidade; diz-se de movimentação que lembra a da coréia.*
librar 26 244 (verbo) pôr em equilíbrio; equilibrar
coimam 29 275 (do verbo acoimar) = multam; punem; castigam
escopro 30 282 (subst.) instrumento de ferro e aço para lavrar pedra ou madeira.
* (Coréia = afecção que se manifesta por movimentos involuntários, breves, irregulares e de grande amplitude)
Eurípedes Kühl – Responsável
SOCIEDADE ESPÍRITA ALLAN KARDEC
Ribeirão Preto/SP



segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Parasitas Ovóides

Há espíritos que perdem a forma humana de apresentação de seu perispírito, surgindo como esferas ovóides. “Pela densidade da mente, saturada de impulsos inferiores, não conseguem se elevar e gravitam ao redor das paixões absorventes que, por muitos anos, elegeram como centro de interesses fundamentais” (Libertação, de André Luiz).

Inúmeros desencarnados, empolgados pela idéia de fazerem justiça com as próprias mãos ou apegados a vícios aviltantes, por repetirem infinitamente essas imagens degradantes, acabam em deplorável fixação monoideística, fora das noções de espaço e tempo, sofrendo enormes transformações na morfologia do psicossoma. Por falta de função, os órgãos psicossomáticos ficam retraídos e surge a forma ovóide. Atingida esta forma, permanecem colados àqueles que foram seus sócios nos crimes, obedecendo à orientação das inteligências que os entrelaçam na rede do mal. Por isso, servem às empreitadas infelizes nos processos de obsessão.
Nas regiões inferiores, onde André Luiz esteve em missão de paz na companhia do instrutor Gúbio e que estão descritas no extraordinário livro Libertação, um grande número de entidades transportavam essas esferas como se estivessem imantadas às suas próprias irradiações.
O médico desencarnado explicou que esses ovóides são pouco maiores que um crânio humano, variando muito particularidades. Alguns denunciam movimento próprio, como se fossem grandes amebas, outros parecem em repouso, aparentemente inertes, ligados ao halo vital de outras entidades. Qual a situação psíquica desses ovóides? A maioria deles dorme em estranhos pesadelos, incapazes de exteriorizações maiores.
Deformações do Corpo Espiritual
Ao lado de espíritos que já conquistaram belas vestes de apresentação, encontramos outros cujos psicossomas revestem-se de verdadeiras deformidades. No livro Libertação, André Luiz teve oportunidade de constatar, de forma inesperada, um caso com essas alterações.
A senhora de um médico revelava extremo cuidado com a aparência externa, apresentando-se sempre muito penteada e maquiada. Entretanto, o médico desencarnado teve oportunidade de vê-la como autêntica bruxa, igual àquelas dos contos infantis, quando, pela ação do sono, seu perispírito se desprendeu do corpo físico. Realmente as aparência enganam!
Em Evolução em Dois Mundos, André Luiz utiliza a nomenclatura corrente no mundo espiritual para designar as diversas alterações do psicossoma conseqüentes de patologia mentais diferentes. “Adinamia” seria a queda mental no remorso e “hiperdinamia”, a patologia conseqüente dos delírios da imaginação, provocando hipo ou hipertensão no movimento circulatório das forças que o mantém. Utiliza também a denominação “miopraxia do centro genésico atonizado” para designar a patologia do organismo sutil no caso do aborto provocado, que seria a arritmia do chacra responsável pela organização das energias sexuais.
Em Ação e Reação, nos trabalhos de socorro da Mansão Paz, estabelecimento situado nas regiões inferiores, foi recolhido um desencarnado cujo rosto era disforme, todos os traços se confundiam como se fosse uma esfera estranha e, além disso, seus braços e pernas eram hipertrofiados, enormes. Depois de consultá-lo, o instrutor Druso afirmou que o desencarnado em questão encontrava-se sob terrível hipnose, tendo sido conduzido a essa posição por adversários temíveis, que, para torturá-lo, fixaram sua mente em alguma penosa recordação. Era Antônio Olímpio, o fazendeiro que assassinara os dois irmãos e cujo crime passou despercebido da justiça humana. Sua história está também no estudo da fixação mental.
Em libertação, porém, os relatos reportam-se a zonas muitíssimo inferiores, as regiões infernais. Lá estão presentes a velhice, a moléstia, o desencanto, o aleijão, as deformidades de toda a sorte e os ovóides. O perispírito de todos os habitantes dessas regiões é opaco como o corpo físico e pode sofrer ainda alterações mais profundas, deixando sua forma humana para se apresentar como a de um animal. É o fenômeno conhecido genericamente como “zoantropia”, mas que tem na “licantropia” (transformação em lobo) o processo mais conhecido.
Nas regiões inferiores, uma mulher é julgada por um tribunal constituído de entidades inteligentes e perversas, caso citado no livro Libertação. Diante dos juízes, confessou que matou quatro filhinhos e contratou o assassinato do próprio marido, entregando-se depois às “bebidas de prazer”, mas nunca pôde fugir da própria consciência. Através de um olhar temível, o juiz a sentenciou, dizendo que ela não passava de uma loba. A mulher desencarnada passou a se modificar paulatinamente diante da sentença repetida várias vezes, chegando ao resultado final da licantropia. Segundo explicações espirituais, ela não passaria por essa humilhação se não a merecesse. No entanto, a renovação mental depende única e exclusivamente dela. Deus mantém a senda redentora sempre aberta a seus filhos.
Tornou-se clássica na literatura espiritualista o caso de Nabucodonosor, rei cruel de despótico que viveu se sentindo como animal durante sete anos. Diz a Bíblia (Dn 4.33) que “o seu corpo foi molhado de orvalho do céu, até que lhe cresceu pêlo como as penas da águia e suas unhas como as das aves”.
Fonte: Revista Cristã de Espiritismo.





sexta-feira, 8 de julho de 2011

Visão Espírita sobre o Batismo

                                                      “Porque Cristo enviou-me, não para batizar,
                                                                                              mas para evangelizar”.
                              
     O batismo é necessário à salvação da alma ou do espírito? Qual é a posição do espiritismo sobre essa prática religiosa? Estas são perguntas que muitos fazem, com freqüência.
     Reitere-se que o espiritismo não adota como prática religiosa o batismo, o casamento, a extrema-unção e outras formas de rituais ou de culto exterior, muitos deles herdados do paganismo e de outras culturas religiosas da Antigüidade (item 5.3. Religião).
     Relativamente ao batismo, julgamos por bem estendermo-nos um pouco sobre o assunto, porque este é um tema que desperta muito interesse nas pessoas, mesmo entre aquelas que não seguem religião alguma, considerando que há uma cultura arraigada de que a salvação da alma depende dessa prática exterior.
     A lógica repele a idéia simplista de que a renovação espiritual se dê com a simples aplicação de água em recém-natos ou adultos. Tais cerimônias eram compreensíveis nas épocas recuadas em que foram empregadas, destinadas a impressionar a memória dos aprendizes, ainda baldos de conhecimentos, sobre o valor da renovação interior, da transformação moral do espírito.
     A palavra “batismo” vem do latim baptismus, com o significado de imersão ou mergulho. A cultura do batismo tem suas raízes muito antes do advento do Cristo.
     Reza a tradição que foi João Batista, filho de Zacarias e Isabel, quem deu início à prática entre os judeus.
     Therezinha Oliveira, em sua obra Estudos Espíritas do Evangelho (Coleção: estudos e cursos), elucida que João Batista, anunciava a vida do Cristo e convidava o povo a ser arrepender dos seus pecados e, aos que o atendiam e se propunham a uma renovação moral, ele batizava (mergulhava nas águas do rio Jordão). Por essa prática, ficou conhecido como ‘o Batista’, ou seja, que batiza.(131).
     Logo se vê que o batismo era apenas a representação ou o testemunho público de arrependimento dos erros e do propósito de se corrigir, isto é, de se “lavar dos pecados”.
     Segundo a tradição bíblica, Jesus, que provinha de família judaica, deixou-se batizar com água por João Batista, talvez para não afrontar ou chocar os costumes dos seguidores das leis mosaicas, mas sabia da puerilidade desse costume, tanto que não batizou ninguém.
     Como adverte Therezinha de Oliveira, na obra mencionada, os próprios apóstolos, que a princípio batizavam, com o tempo e a convivência com Jesus abandonaram essa prática, passando a entender que o batismo verdadeiro é o “Batismo do Espírito Santo”, consistente na sintonia com os Benfeitores do mundo espiritual, e o “Batismo de Fogo”, isto é, as provas que experimentavam na prática do bem, no serviço ao próximo e com vistas ao próprio burilamento individual. (132).
     Quando Jesus falava em “batizar”, no Evangelho, ele não se referia à solenidade conhecida de nós, mas sim do “batismo das dificuldades” que o progresso espiritual exige de cada um de nós para atingir a perfeição.
     Novamente tomamos de empréstimo o estudo precioso de Therezinha de Oliveira, que arremata, em seus ensinos: Jesus, que os ensinou a adorar a Deus “em espírito e em verdade”, jamais instituiu fórmulas materiais nem designou lugares especiais para o culto do Criador.
Mas, pela pouca evolução, muitas pessoas acham falta de um meio material para expressar, tornar concretos os fatos espirituais. Foi assim que, em vez de conservarem a pureza e a simplicidade do Cristianismo, em vez de abolirem as antigas práticas externas de culto, acabaram por infiltrar no Cristianismo rituais, fórmulas, vestes especiais, etc. E o batismo de água, em vez de extinguir, assumiu uma importância maior (que não tinha), perdendo-se o seu significado espiritual, que era: a necessidade de arrependimento e desejo de renovação. (133).
     Enfim, esta preocupação com o batismo, sem qualquer demérito às religiões que adotam esta e outras práticas exteriores, deve passar longe do pensamento do espírita convicto, o qual precisa fazer todos os esforços para, vencendo a influência do meio, se desvencilhar desses atavismos religiosos, sob pena de perpetuar costumes arraigados que em nada contribuem para a sua emancipação como espírito imortal.
     Em vez de se preocupar em batizar seus filhos, o espírita deve matricular-se e a seus filhos nos cursos de evangelização oferecidos, a todas as faixas etárias, pela Casa de Oração, com vistas a obter o seu esclarecimento e de seus familiares a respeito das Leis Divinas que nos regem.
Fonte: Livro Espiritismo passo a passo com Kardec
Autor: Christiano Torchi

domingo, 19 de junho de 2011

Homossexualismo na Visão Espírita - início

“A homossexualidade, também hoje chamada transexualidade, em alguns círculos de ciência, definindo-se, no conjunto de suas características, por tendência da criatura para a comunhão afetiva com uma outra criatura do mesmo sexo, não encontra explicação fundamental nos estudos psicológicos que tratam do assunto em bases materialistas, mas é perfeitamente compreensível, à luz da reencarnação” (Xavier) Espírito Emmanuel (1)

Introdução ainda nos dias de hoje este tema gera muita polêmica em nosso meio, surgindo naturais divergências de opiniões, quando esse assunto entra na pauta das discussões de nós, os espíritas. Intransigência, intolerância e falta de compreensão é o que se vê quase como regra geral, pois a maioria de nós ainda não conseguiu vislumbrar que existe o outro lado da moeda. Falta a muitos a capacidade de ver essas pessoas como irmãos em doloroso estágio evolutivo. Não percebem que o sofrimento deles, quando há, é tanto que, em alguns casos, tiram-lhes a vontade de viver. Quantos, propositadamente, não abandonaram a vestimenta carnal, como fuga ao insuportável preconceito de que sofrem? E os que se isolam, entre quatro paredes, para evitar o contato com a sociedade que os repele como se estivesse diante de uma doença altamente contagiosa.
Como ouvimos várias pessoas dizendo que Kardec não fala nada sobre o assunto, esse foi o motivo que nos incentivou a primeiro pesquisá-lo em suas obras, queríamos ver qual seria mesmo a realidade. Embora muitos, com certeza, não saibam que, mesmo sem falar especificamente sobre esse assunto, ele disse algo a esse respeito. Entretanto, como a maioria de nós espíritas só lê, no máximo, o tal do “Pentateuco” kardequiano, dificilmente irá se encontrar a opinião do codificador do Espiritismo, pois somente na Revista Espírita, que não é considerado parte dele, é que Kardec faz uma abordagem ao tema. Opinião de Kardec Em janeiro de 1866, na Revista Espírita, quando analisa o assunto “As mulheres têm uma alma?”, ele disse o seguinte: As almas ou Espíritos não têm sexo. As afeições que as une nada têm de carnal, e, por isto mesmo, são mais duráveis, porque são fundadas sobre uma simpatia real, e não são subordinadas às vicissitudes da matéria. [...] Os sexos não existem senão no organismo; são necessários à reprodução dos seres materiais; mas os Espíritos, sendo a criação de Deus, não se reproduzem uns pelos outros, é por isto que os sexos seriam inúteis no mundo espiritual. Os Espíritos progridem pelo trabalho que realizam e as provas que têm que suportar, como o operário em sua arte pelo trabalho que faz. Essas provas e esses trabalhos variam segundo a sua posição social. Os Espíritos devendo progredir em tudo e adquirir todos os conhecimentos, cada um é chamado a concorrer aos diversos trabalhos e a suportar os diferentes gêneros de provas; é por isto que renascem alternativamente como ricos ou pobres, senhores ou servidores operários do pensamento ou da matéria. Assim se encontra fundado, sobre as próprias leis da Natureza, o princípio da igualdade, uma vez que o grande da véspera pode ser o pequeno do dia de amanhã, e reciprocamente. Deste princípio decorre o da fraternidade, uma vez que, nas relações sociais, reencontramos antigos conhecimentos, e que no infeliz que nos estende a mão pode se encontrar um parente ou um amigo.
É no mesmo objetivo que os Espíritos se encarnam nos diferentes sexos; tal que foi um homem poderá renascer mulher, e tal que foi mulher poderá renascer homem, a fim de cumprir os deveres de cada uma dessas posições, e delas suportar as provas. A Natureza fez o sexo feminino mais frágil do que o outro, porque os deveres que lhe incumbem não exigem uma igual força muscular e seriam mesmo incompatíveis com a rudeza  (Citado por Dr. Hernani, no cap. IX do livro Você e a Reencarnação).   masculina. Nele a delicadeza das formas e a fineza das sensações são admiravelmente apropriadas aos cuidados da maternidade. Aos homens e às mulheres são, pois, dados deveres especiais, igualmente importantes na ordem das coisas; são dois elementos que se completam um pelo outro.
O Espírito encarnado sofrendo a influência do organismo, seu caráter se modifica segundo as circunstâncias e se dobra às necessidades e aos cuidados que lhe impõem esse mesmo organismo. Essa influência não se apaga imediatamente depois da destruição do envoltório material, do mesmo modo que não se perdem instantaneamente os gostos e os hábitos terrestres; depois, pode ocorrer que o Espírito percorra uma série de existências num mesmo sexo, o que faz que, durante muito tempo, ele possa conservar, no estado de Espírito, o caráter de homem ou de mulher do qual a marca permaneceu nele. Não é senão o que ocorre a um certo grau de adiantamento e de desmaterialização que a influência da matéria se apaga completamente, e com ela o caráter dos sexos. Aqueles que se apresentam a nós como homens ou como mulheres, é para lembrar a existência na qual nós os conhecemos. Agora vem o principal do texto, em que fala exatamente do assunto que, no momento, estamos tratando: Se essa influência repercute da vida corpórea à vida espiritual, ocorre o mesmo quando o Espírito passa da vida espiritual à vida corpórea. Numa nova encarnação, ele trará o caráter e as inclinações que tinha como Espírito; se for avançado, fará um homem avançado; se for atrasado, fará um homem atrasado. Mudando de sexo, poderá, pois, sob essa impressão e em sua nova encarnação, conservar os gostos, as tendências e o caráter inerentes ao sexo que acaba de deixar. Assim se explicam certas anomalias aparentes que se notam no caráter de certos homens e de certas mulheres. (KARDEC, 1993, p. 3-4). Foi-nos necessário colocar o texto um pouco mais longo, pois do contrário a idéia de Kardec poderia não ficar bem clara. O pensamento dele não deixa nenhuma margem à dúvida: “assim se explicam certas anomalias aparentes que se notam no caráter de certos homens e de certas mulheres”. Ora, se ele fala em “anomalias aparentes” é porque admitia tais situações como dentro da normalidade, o que em outras palavras, poderíamos dizer as tratou como sendo coisas completamente naturais.
Opinião de autores espíritas Dr. Hernani de Guimarães Andrade, foi, segundo julgamos, quando encarnado entre nós, o maior pesquisador brasileiro sobre o assunto reencarnação. Podemos ver sua opinião, a respeito do assunto em foco, em seus livros Espírito, Perispírito e Alma e Você e a Reencarnação, nos quais dedicou um capítulo ao tema. Vejamos o que coloca neste último: Por que Reencarnação? Em outubro de 1969, tomamos contacto com o primeiro caso de reencarnação por nós investigados, a pedido do Dr. Ian Stevenson. Daí em diante passamos a levantar e a investigar outros mais, por nossa própria iniciativa. Desse modo, em 1972, já nos encontrávamos familiarizados com essa área de pesquisa. A leitura de diversas obras versando sobre a reencarnação e suas pesquisas científicas consolidou ainda mais a nossa crença de que, talvez, a reencarnação fosse uma das causas do homossexualismo, se não a única. Entre os autores que consultáramos figuraram: Muller (1970), Banerjee (1964, 1965) e Stevenson (1966). Mas, naquela ocasião, não era só a explicação das causas do homossexualismo que visávamos descobrir. Na realidade, esperávamos obter também mais uma fonte de evidência de apoio à idéia da reencarnação. O plano inicial era, partindo da investigação por meio da regressão de memória, chegar à causa do comportamento homossexual do paciente. Seria uma explicação do homossexualismo e, ao mesmo tempo, uma evidência da reencarnação. Outro ponto importante era fornecido pela pesquisa direta de casos de reencarnação efetuados por nós, com evidências da possibilidade de troca de sexos, e sustentados em base de relatos de casos semelhantes de outros investigadores. Tudo apontava em direção à validade da nossa hipótese de trabalho. Em suma, a nossa suspeita de que a troca de sexo de uma encarnação para outra talvez fosse, em certas circunstâncias, a principal causa do homossexualismo, mas não a única, especialmente a do transexualismo parecia emergir cada vez mais clara. Existem três modalidades de homossexuais Para que o leitor ainda pouco familiarizado com a questão do homossexualismo, lembramos que, basicamente, distinguem-se três modalidades de homossexuais:  O homossexual genérico, cuja característica fundamental é a atração sexual por pessoas do mesmo sexo. O homossexual possui o impulso erótico dirigido para indivíduos de seu próprio sexo. No heterossexual esse impulso parece não depender exclusivamente da carga hormônica no organismo. O indivíduo castrado geralmente perde o apetite sexual, mas não muda a direção da atração pelo outro sexo. No homossexual, embora muitos deles possuam órgãos sexuais normais, bem como cargas hormonais suficientes e com atividade sexual normal, verifica-se a impulsão erótica em direção aos indivíduos do mesmo sexo. Nestes casos, o homossexualismo pode ter-se desenvolvido em razão de outros fatores que não a troca de sexo proveniente da reencarnação. Tais fatores podem ser os familiares e educacionais. Há também os circunstanciais, resultantes de situações especiais como, por exemplo, promiscuidade em cárceres, internatos, conventos, comunidades místico-religiosas, iniciações em seitas esdrúxulas, etc. etc. Os homossexuais podem formar pares (casais) em que um deles exerce o papel ativo nas relações sexuais. No caso do sexo masculino, esta diferenciação torna-se mais definida. O travesti é aquele indivíduo que procura assumir a aparência dos de sexo oposto. Nem todo travesti é sistematicamente homossexual, assim como nem todo homossexual é obrigatoriamente travesti. O transexual é a modalidade mais típica do homossexualismo. Neste caso, o indivíduo se sente uma pessoa de determinado sexo, ocupando um corpo físico do sexo oposto; uma mulher em um corpo masculino, ou um homem em um corpo feminino. O transexual sugere fortemente a intervenção da reencarnação em sua ocorrência. No transexual podem ocorrer alterações inatas fisiológicas e cromossômicas. Permitimo-nos deixar sem comentário esse aspecto, para não estender excessivamente o presente capítulo. “Sankhârâ” e homossexualismo Finalizando esse capítulo, pedimos licença para transcrever parte do Cap. X, do livro Espírito, Perispírito e Alma. “...A realidade do Sankhârâ”, revela nos casos que sugerem reencarnação, favorece a hipótese de que pelo menos o transexualismo seja motivado por uma herança reencarnatória. Neste caso, se um indivíduo, que se reencarnou reiteradas vezes com um determinado sexo, vem a renascer com um sexo oposto, ele provavelmente sofrerá problemas do gênero transexualismo. Pelo menos há grande possibilidade de isto ocorrer.

sexta-feira, 10 de junho de 2011

Aprenda com seus Erros

Todo erro tem características positivas. Os fracassos ajudam a desenvolver a personalidade. Aprendemos com as experiências. Tomamos decisões baseadas no conhecimento adquirido. Uma decisão errada nos aconselha a fazer escolhas acertadas e pode produzir transformação.
     Em parte, é com as falhas que desenvolvemos a capacidade de escolher entre o certo e o errado. É assim que a maturidade se desenvolve. Um erro não deve ser a razão para viver com vergonha, reclamações ou culpa. Os fracassos podem ser professores formidáveis.
     Como já disse, errar todo mundo erra! O que fazer depois é a grande questão. Tudo vai depender de você. A postura a ser assumida no dia seguinte é fundamental para se recuperar do erro. É essa atitude que vai determinar o sucesso ou fracasso. Você pode simplesmente calar a voz da consciência ou “tapar o sol com a peneira”, usando desculpas esfarrapadas como muita ocupação, diversão, vícios, ou até mesmo um novo erro. Entretanto, este modo de agir produzirá angústia ainda maior. Somente uma decisão honesta e responsável conduzirá à verdadeira felicidade. Não macule seu futuro carregando vida afora as conseqüências de erros mal resolvidos.
     É necessário que você...
    SUBSTITUA O ERRO PELA VERDADE.

terça-feira, 31 de maio de 2011

Oração e Cura


Recorres à oração, junto desse ou daquele enfermo, e sofres, quando a restauração parece tardia.
Entretanto, reflete na Lei Divina a que todos, obrigatoriamente, nos entrosamos.
Isso não quer dizer devamos ignorar o martírio silencioso dos companheiros em calamidade do campo físico.
Para tanto, seria preciso não haver sentimento.
Sabemos, sim, quanto dói seguir, noite a noite, a provação dos familiares, em moléstias Irreversíveis; conhecemos, de perto, a angústia dos pais que recolhem no coração o suplício dos filhinhos torturados no berço; partilhamos a dor dos que gemem nos hospitais como sentenciados à pena última, e assinalamos o tormento recôndito dos que fitam, inquietos, em doentes amados, os olhos que se embaciam...
Observa, porém, o quadro escuro das transgressões humanas que nos rodeiam.
Pensa nos crimes perfeitos que injuriam a Terra; na insubmissão dos que se rendem às sugestões do suicídio, prejudicando os planos da Eterna Sabedoria e criando aflitivas expiações para si mesmos; nos processos inconfessáveis dos que usam a inteligência para agravar as necessidades dos semelhantes e na ingratidão dos que convertem o próprio lar em reduto do desespero e da morte...
Medita nos torvos compromissos dos que se acumpliciam agora com os domínios do mal, e perceberás que a enfermidade é quase sempre o bem exprimindo reajuste, sustando-nos a queda em delitos maiores.
Organizemos, assim, o socorro da oração, junto de todos os que padecem no corpo dilacerado, mas, se a cura demora, jamais nos aflijamos.
Seja o leito de linho, de seda, palha ou pedra, a dor é sempre a mesma e a prece, em toda parte, é bênção, reconforto, amparo, luz e vida.
Lembremo-nos, no entanto, de que lesões e chagas, frustrações e defeitos, em nossa forma externa, são remédios da alma que nós mesmos pedimos à farmácia de Deus. (Emmanuel, Reunião pública de 19/2/60, Questão nº 176 - Parágrafo 8º , FCXavier)

domingo, 15 de maio de 2011

Os Perigos da Adolescência: o Namoro, a Paixão, o Sexo e a Droga

"No início, tudo é festa, farra e, de uma forma geral, o jovem não consegue perceber aonde a droga o levará... Foi assim que aconteceu comigo desde que conheci Fábio naquela festa”.
Continuação do Livro “O Abismo Provocado pelas Drogas"

Capítulo II
     Começamos a nos encontrar e eu não percebia a diferença no comportamento de Fábio. Era muito nova, não sabia nada da vida – só tinha treze anos.
     Aos poucos, fui me envolvendo... e, quando percebi, já estava apaixonada. Parece que minha mãe tinha um “sexto sentido” porque não queria que eu saísse com esses novos amigos à noite. Mas não adiantou: Fábio passou a aparecer na hora da saída da escola.
     No início, foi tudo maravilhoso, um namoro de adolescentes. Estava tão envolvida que não percebia que, em certos dias, ele estava agitado, muito estranho; e sempre me deixava esperando, enquanto dizia precisar se encontrar rapidamente com alguns amigos. Quando voltava, estava mais alegre e mais calmo.
     O tempo passava!... Quando não mais suportei a situação de somente me encontrar com ele durante o dia, passei a sair às escondidas, à noite. Dizia que iria dormir na casa de amigas, e minha mãe acreditava – só que passei a sair, e a dormir na casa do Fábio.
     A casa dele parecia uma grande confusão. Sua mãe estava sempre preocupada com as amantes do pai, e nem sempre percebia quando saíamos ou chegávamos – eles não prestavam a menor atenção no que o filho fazia.
     Um dia, perguntei-lhe por que sempre tinha que me fazer esperar enquanto ele ia falar com os amigos. Foi, então, que disse me amar e que já estava na hora de eu participar completamente de sua vida: contou-me que consumia alguns “produtinhos” – como ele os chamava -, só para ficar mais animado.
     A princípio, fiquei assustada e preocupada, mas Fábio tratou logo de me tranqüilizar, dizendo que era um barato e que, se eu quisesse experimentar, tinha certeza de que iria gostar muito...Tive medo e não quis saber daquilo. Mas,a partir daquele dia, Fábio não se escondia mais com os amigos: levava-me junto e eu ficava assistindo enquanto eles se drogavam.
     Foi, então, que eles começaram a me dizer que eu era boba, careta, medrosa; que, quando experimentasse, iria “me amarrar”. Aí, resolvi cheirar um pouquinho, noutro dia mais um pouquinho... e fui gostando, cada vez mais. Até que, aos poucos, começaram a surgir sinais visíveis da droga no meu comportamento. Cheguei a achar que minha mãe estava suspeitando de alguma coisa...
     Fui participando cada vez mais daquelas “reuniões” com eles e, agora, tendo que arranjar dinheiro para comprar a droga de que eu também necessitava.
     Comecei a pegar coisas, disfarçadamente, de minha casa, para vender. Quando não sabia mais o que pegar sem gerar desconfiança de minha mãe, fiquei sabendo como eles faziam para arranjar dinheiro – as formas eram as mais diversas possíveis: além de roubarem em casa como eu, furtavam objetos de amigos na escola, faziam pequenos serviços de entrega de drogas e saíam para a prostituição com homens mais velhos.
     Quando soube disso, fiquei chocada, mas aos poucos foram me convencendo de que era uma maneira certa, segura e rápida de trazer o dinheiro.
     Nessa época, minha mãe começou a desconfiar de meu comportamento. Quis conversar comigo – perguntava o que estava acontecendo e eu sempre dizendo que era coisa da cabeça dela, que não estava acontecendo nada... Acho que, no fundo, ela sabia, mas era muito duro de acreditar.
     O tempo foi passando, os programas foram aumentando e a droga também... Eu já não sabia mais o que fazia...
     Passei a faltar à escola, até que minha mãe foi comunicada. Mas, novamente, inventei que matava aulas para passear com as amigas. Minha mãe chorava, brigava e acabava sempre tudo bem... Como nós temos a capacidade de mentir e nos enganar!
     O relacionamento com Fábio e seus amigos passou a ser só em função da droga... Reuníamo-nos para comprá-la e distribuí-la.
     Os programas foram ficando cada vez mais intensos e começaram a ser realizados em função de sexo e venda de drogas... Até que, um dia, fui denunciada pelo gerente do motel onde estava, e presa junto com meu acompanhante.
     Nesta época, já estava com quinze anos. Minha mãe foi avisada e ficou inconformada; chorou muito, sofreu e não tive mais como negar o que estava acontecendo.
     Então, ela me ofereceu ajuda... Levou-me ao médico e me fez prometer que não voltaria a fazer mais aquelas coisas. Prometi!... Mas já não era mais dona de mim... Não conseguia mais controlar meus impulsos.
     A vida que eu levava era muito diferente da que minha mãe imaginava – a que eu havia prometido a ela.
     Passei a fugir, a sair escondido e a encontrar novamente com aquela turma para me drogar, Minha mãe passou a me perseguir... Nossa vida virou um verdadeiro inferno! Brigávamos todos os dias, a situação foi piorando; meus irmãos já não sabiam mais o que fazer para separar tantas brigas.
     Um dia, ela me prendeu dentro de casa. O meu desespero para sair era enorme... E o dela, também, em me conter... Foi aí que, no meio de tanta loucura, cheguei a agredi-la com xingamentos.
     Ela esperou que eu melhorasse e pediu que eu decidisse o que queria da minha vida, pois a situação já estava de uma forma insustentável...
     Disse-lhe que ficaria melhor, que não faria mais aquilo; e procurei seguir suas regras.