quinta-feira, 29 de novembro de 2012

A Quem Muito Foi Dado, Muito Será Pedido

10 – Porque aquele servo, que soube a vontade de seu Senhor, e não se apercebeu, e não obrou conforme a sua vontade, dar-se-lhe-ão muitos açoites. Mas aquele que não a soube, e fez coisas dignas de castigo, levará poucos açoites. Porque a todo aquele, a quem muito foi dado, muito será pedido, e ao que muito confiaram, mais contas lhe tomarão. (Lucas, XII: 47-48).
11 – E Jesus lhe disse: Eu vim a este mundo para exercitar um juízo, a fim de que os que não vêem, vejam, e os que vêem, se tornem cegos. E ouviram alguns dos fariseus que estavam com ele, e lhe disseram: Logo, também nós somos cegos? Respondeu-lhes Jesus: Se vós fôsseis cegos, não teríeis culpa; mas como agora mesmo dizeis: Nós vemos, fica subsistindo o vosso pecado. (João, IX: 39-41).
12 – Estas máximas encontram sobretudo a sua aplicação no ensinamento dos Espíritos. Quem quer que conheça os preceitos do Cristo é seguramente culpado, se não os praticar. Mas além de não ser suficientemente difundido o Evangelho que os contêm, senão entre as seitas cristãs, mesmo entre estas, quantas pessoas existem que não o lêem, e entre as que o lêem, quantas não o compreendem! Disso resulta que as próprias palavras de Jesus ficam perdidas para a maioria. O ensinamento dos Espíritos, que reproduz essas máximas sob diferentes formas, que as desenvolve e comenta, pondo-as ao alcance de todos, tem sido de particular, ou seja, não é circunscrito. Assim, todos, letrados ou não, crentes ou descrentes, cristãos ou não cristãos, podem recebê-lo, pois os Espíritos se comunicam por toda à parte. Nenhum dos que o recebam, diretamente ou por intermédio de outros, pode pretextar ignorância, ou pode desculpar-se com a sua falta de instrução ou com a obscuridade do sentido alegórico. Aquele, pois, que não o põe em prática para se melhorar, que o admira apenas como interessante e curioso, sem que seu coração seja tocado, que não se faz menos fútil, menos orgulhoso, menos egoísta, nem menos apegado aos bens materiais, nem melhor para o seu próximo, é tanto mais culpado, quanto teve maior facilidade para conhecer a verdade.
     Os médiuns que obtêm boas comunicações são ainda mais repreensíveis por persistirem no mal, pois escrevem freqüentemente a sua própria condenação, e se não estivessem cegos pelo orgulho, reconheceriam que os Espíritos se dirigem a eles mesmos. Mas, em vez de tomarem para eles as lições que escrevem, ou que vêem os outros escreverem, sua única preocupação é a de aplicá-las as outras pessoas, incidindo assim nestas palavras de Jesus: “Vedes um argueiro no olho do próximo, e não vedes a trave no vosso”. (Ver cap. X, nº 9).
     Por estas palavras: “Se fosseis cegos, não teríeis culpa”, Jesus confirma que a culpabilidade está na razão do conhecimento que se possui. Ora, os fariseus, que tinham a pretensão de ser, e que realmente eram, a parte mais esclarecida da nação, tornavam-se mais repreensíveis aos olhos de Deus que o povo ignorante. O mesmo acontece hoje.
    Aos espíritas, portanto, muito será pedido, porque muito receberam, mas também aos que souberam aproveitar os ensinamentos, muito lhes será dado.
   O primeiro pensamento de todo espírita sincero deve ser o de procurar, nos conselhos dados pelos Espíritos, alguma coisa que lhe diga respeito.
  O Espiritismo vem multiplicar o número dos chamados, e pela fé que proporciona, multiplicará também o número dos escolhidos.
Evangelho Segundo o Espiritismo - Por José Herculano Pires

Causas Atuais das Aflições

4 – As vicissitudes da vida são de duas espécies, ou, se quisermos, tem duas origens bem diversas, que importa distinguir: umas têm sua causa na vida presente; fora desta vida.
      Remontando à fonte dos males terrenos, reconhece-se que muitos são as conseqüências naturais do caráter e da conduta daqueles que os sofrem. Quantos homens caem por sua própria culpa! Quantos são vítimas de sua imprevidência, de seu orgulho e de sua ambição! Quantas pessoas arruinadas por falta de ordem, de perseverança, por mau comportamento ou por terem limitado os seus desejos!
     Quantas uniões infelizes, porque resultaram dos cálculos do interesse ou da vaidade, nada tendo com isso o coração! Que de dissensões de disputas funestas, poderiam ser evitadas com mais moderação e menos suscetibilidade! Quantas doenças e aleijões são o efeito da intemperança e dos excessos de toda ordem!
     Quantos pais infelizes com os filhos, por não terem combatido as suas más tendências desde o princípio. Por fraqueza ou indiferença, deixaram que se desenvolvessem neles os germes do orgulho, do egoísmo e da tola vaidade, que ressecam o coração. Mais tarde, colhendo o que semearam, admiram-se e afligem-se com a sua falta de respeito e a sua ingratidão. Que todos os que têm o coração ferido pelas vicissitudes e as decepções da vida, interroguem friamente a própria consciência. Que remontem passo a passo à fonte dos males que os afligem, e verão se, na maioria das vezes, não podem dizer: “Se eu tivesse ou não tivesse feito tal coisa, não estaria nesta situação”. A quem, portanto, devem todas essas aflições, senão a si mesmos? O homem é, assim, num grande número de casos o autor de seus próprios infortúnios. Mas, em vez de reconhecê-lo, acha mais simples, e menos humilhante para a sua vaidade, acusar a sorte, a Providência, a falta de oportunidade, sua má estrela, enquanto, na verdade, sua má estrela é a sua própria incúria. Os males dessa espécie constituem, seguramente, um número considerável das vicissitudes da vida. O homem os evitará, quando trabalhar para o seu adiantamento moral e intelectual.
     5 – A lei humana alcança certas faltas e as pune. O condenado pode então dizer que sofreu a conseqüência do que praticou. Mas a lei não alcança nem pode alcançar a todas as faltas. Ela castiga especialmente as que causam prejuízos à sociedade, e não as que prejudicam apenas os que as cometem. Mas Deus vê o progresso de todas as criaturas. Eis por que não deixa impune nenhum desvio do caminho reto. Não há uma só falta, por mais leve que seja, uma única infração à sua lei, que não tenha conseqüências forçosas e inevitáveis, mais ou menos desagradáveis. Donde se segue que, nas pequenas como nas grandes coisas, o homem é sempre punido naquilo em que pecou. Os sofrimentos conseqüentes são então uma advertência de que ele andou mal. Dão-lhe as experiências e o fazem sentir, a diferença entre o bem e o mal, bem como a necessidade de se melhorar, para evitar no futuro o que já foi para ele uma causa de mágoas. Sem isso, ele não teria nenhum motivo para se emendar, e confiante na impunidade, retardaria o seu adiantamento, e portanto a sua felicidade futura.
    Mas a experiência chega, algumas vezes, um pouco tarde; e quando a vida já foi desperdiçada e perturbada, gastas as forças, e o mal é irremediável, então o homem se surpreende a dizer: “Se no começo da vida eu soubesse o que hoje sei, quantas faltas teria evitado; se tivesse de recomeçar, eu me portaria de maneira inteiramente outra; mas já não há mais tempo!” Como o trabalhador preguiçoso que diz: “Perdi o meu dia”, ele também diz: “Perdi a minha vida”. Mas, assim como para o trabalhador o sol nasce no dia seguinte, e começa uma nova jornada, em que pode recuperar o tempo perdido, para ele também brilhará o sol de uma vida nova, após a noite do túmulo, e na qual poderá aproveitar a experiência do passado e pôr em execução suas boas resoluções para o futuro.
O Evangelho Segundo o Espiritismo – por José Herculano Pires.

POR QUE SEXUALIDADE?

Sexualidade é um tema recorrente nas discussões de nossa época. Talvez não fosse assim no tempo em que foi lançado O Livro dos Espíritos. Se fosse, haveria mais perguntas a respeito, provavelmente questões sobre liberação sexual, homossexualidade, DST, provetas, clonagem etc. Mas não, tais temas não são diretamente abordados na codificação espírita. Isso não impede, porém, que reflitamos sobre eles e, debruçados sobre a revelação espírita, cheguemos a algumas conclusões. Jamais conclusões definitivas e dogmáticas, uma vez que somos espíritos em evolução e limitados nas nossas percepções. Conclusões coerentes é o que almejamos e, como dizia Allan Kardec, se adiante ficar provado que nosso pensamento é contrário à verdade, abriremos mão dele, para aceitar o incontestável. Esta é a postura espírita que abraçamos e que nos embasa hoje, nesta palestra.
O SEXO DOS ESPÍRITOS
O sexo sempre foi um tema interessante na História da Humanidade. Já foi julgado por diversos prismas e, na sociedade cristã medieval, alcançou o status de pecado, que até hoje permeia nossas cabeças. Isto causou muitos danos à saúde coletiva, pois adoeceu psicologicamente muitas pessoas pela repressão do instinto sexual, e fomentou ontem e hoje, alguns dramas de proporções gravíssimas, como o incesto e a pedofilia.  No século XIX, quando surgiu a Doutrina Espírita, a sociedade cristã ocidental começava uma grande revolução paradigmática. No campo da sexualidade, a pergunta principal referia à igualdade dos sexos. Por isso, quando o assunto sexo apareceu claramente na primeira obra espírita da História, o que vimos foi a seguinte questão:
“Os Espíritos têm sexo? – Não como o entendeis, porque os sexos dependem da constituição orgânica. Há entre eles amor e simpatia, mas baseados na afinidade de sentimentos. “ (questão 200)
A partir de tal resposta, nas questões 817 a 822 da mesma obra, Kardec procura saber, uma vez que os espíritos não têm sexo, se homem e mulher , sendo espíritos encarnados em corpos de constituições diferentes, possuem os mesmos direitos.
DIFERENÇAS ENTRE HOMENS E MULHERES
Os Espíritos, então, dizem que os direitos são os mesmos, mas as funções não! E ditam uma frase que por muito tempo me incomodou:
 “Que o homem se ocupe do exterior e a mulher do interior, cada um segundo sua aptidão.” (Questão 822)
Como assim?!
Quer dizer que o homem vai trabalhar na rua e a mulher na cozinha? Ah! Não!
Essa afirmação me indignou porque sou uma mulher nascida no Século XX, e já colhi os frutos da revolução sexual, começada na década de 60. Faço parte de uma outra geração de mulheres, que não são as Amélias. Ora, é verdade que o movimento feminista já estava se formando quando surgiu o Espiritismo, mas somente em meados do século XX é que a Ciência presenteou a mulher com a seguinte “prenda”:
A PÍLULA ANTICONCEPCIONAL!!!!!
A REVOLUÇÃO SEXUAL
Daí o movimento de emancipação da mulher ganhou força e uma nova revolução se fez: a revolução sexual. Claro que não foi só isso, o mundo todo convulsionava, tínhamos saído de duas grandes guerras, os paradigmas antigos estavam ameaçados, a Igreja enfraquecida e, com ela, as recomendações de sexo após o casamento, de abstinência etc. Mas sem que nos estendamos na História, porque não é o nosso objetivo aqui, o fato é que, com a pílula anticoncepcional, a mulher pôde finalmente se igualar ao homem não apenas no mundo do trabalho, mas no universo das relações sexuais!
É desta geração que eu venho. E esta geração é a que se choca com resposta dos espíritos. Mas, se tivermos um pouco de boa vontade e nos atermos um mais ao estudo desta questão, com base no conceito de libido, que é a energia sexual, veremos que sim, O Livro dos Espíritos está certo!
SEXO COMO ENERGIA
Vamos entender como. Pensemos o sexo como energia, que podemos chamar libido, que a própria psicologia define como sendo a energia utilizada não apenas na realização do ato sexual, mas em toda ação criadora. Alguns espíritos a definem como energia “desencadeadora de motivações” (Manoel P. de Miranda, em Sexo e Obsessão). Ou ainda como “força de amor” (André Luiz, em Ação e Reação).
Sendo o sexo energia, ele possui polaridades. Na filosofia chinesa do Tao essas polaridades são representadas pelo diagrama do Tao. Segundo os chineses, o Tao é identificado com o absoluto que, por divisão, gerou os opostos/complementares yin e yang, a partir dos quais todas as "dez mil coisas" que existem no Universo foram criadas. O sexo é uma das expressões materiais do Tao, como o Amor é a sua expressão espiritual.
Sexo e amor são movimentos de busca de equilíbrio entre polaridades, como representa o diagrama mencionado. Nele, vemos que os contrários emergem um do outro.  Como espíritos completos que somos, criados à imagem e semelhança do divino, que é o Absoluto, possuímos ambos os pólos sexuais, que no Taoísmo são denominados Yin e Yang, e no mundo ocidental são o feminino e o masculino.
Acreditamos que a idéia dos opostos complementares dos chineses tem muita relação com os ensinamentos dos Espíritos. Quando se afirma que o homem cuida do exterior e a mulher do interior, se pensarmos em termos de polaridades, e substituirmos as palavras homem e mulher por masculino e feminino, constatamos que os espíritos têm razão.
FEMININO X MASCULINO
O masculino é a polaridade energética sexual que habita todos nós, homens e mulheres, e que se volta para o exterior. De forma análoga, o feminino é a polaridade energética sexual que todos possuímos, homens e mulheres, e que se volta para o interior!
Assim concluímos, a partir da Doutrina Espírita, que do ponto de vista espiritual somos femininos e masculinos, podendo reencarnar como homens ou mulheres, segundo as nossas necessidades de desenvolvimento. Entretanto, por experiências nossas, podemos estar atuando mais em um pólo que outro, ser mais Yang ou Yin, e o que determina isso não é o corpo, mas o Espírito. Daí algumas mulheres serem eminentemente Yang ou masculinas, como uma Dilma Roussef, e alguns homens serem eminentemente Yin ou femininos, como foi Chico Xavier.
Entendam, não estamos falando ainda de homossexualidade, mas de expressões da libido. O fato de uma mulher atuar mais no pólo masculino ou um homem atuar mais no pólo feminino não determina a homossexualidade.
HOMOSSEXUALIDADE
Para falar de homossexualidade, temos que ter bem claro o que é ser HOMOSSEXUAL.
O adjetivo homossexual significa literalmente "mesmo sexo", sendo um híbrido formado a partir de Grego homo- (uma forma de homos "mesmo"), e "sexual" do latim medieval sexualis.
Preferimos usar a palavra Homossexualidade no lugar de Homossexualismo porque o sufixo "ismo" é preferencialmente utilizado para referenciar posições filosóficas ou científicas sobre algo. Em alguns dicionários, o homossexualismo aparece definido por prática de atos homossexuais, enquanto o termo homossexualidade é aplicado a atração sentimental e sexual. Também por isso, muitas pessoas consideram que o termo homossexualismo tem um significado pejorativo, e isto tem levado a que o termo seja hoje em dia mais utilizado por pessoas que têm uma visão negativa da homossexualidade.
A homossexualidade, como hoje define a Ciência,  é uma das três orientações sexuais reconhecidas normais:
            - heterossexualidade: atração pelo sexo oposto
- homossexualidade: pelo mesmo sexo
            - bissexualidade: por ambos os sexos

O termo foi criado em 1869, por um psiquiatra húngaro chamado Karoly Benkert, para classificar como doentes e não criminosos – como eram então considerados – , os homens que praticavam sexo com outros homens. Em 1993 a Organização Mundial de Saúde (OMS) retirou a homossexualidade da lista das doenças mentais e hoje qualquer psicólogo ou psiquiatra que se proponha a “curá-la” está ferindo o Código de Ética dos  Profissionais de Saúde e pode cassado no seu direito de exercer a profissão.
Enfim, para todos os efeitos, segundo as leis que regem a atuação dos diversos profissionais de saúde, a HOMOSSEXUALIDADE NÃO É DOENÇA!
ORIENTAÇÃO E COMPORTAMENTO SEXUAL
Prestemos atenção ao seguinte:
ORIENTAÇÃO SEXUAL É DIFERENTE DE COMPORTAMENTO SEXUAL.
Há na Bíblia uma frase fantástica, atribuída à Paulo de Tarso: “Tudo me é lícito, mas nem tudo me convém”.
E o que nos convém sexualmente?
Diz Emmanuel, em Vida e Sexo: “Não proibição, mas educação. Não abstinência imposta, mas emprego digno com devido respeito aos outros e a si mesmo (...).”
O que nos convém é, portanto, um comportamento sexual saudável, seja qual for nossa orientação sexual.
Pedir a um homossexual que se abstenha é a mesma coisa que pedir a um heterossexual. E a abstinência involuntária é porta aberta ao desequilíbrio, como na Idade Média, quando o sexo era sinônimo de pecado e somente devia ser praticado com fins procriativos. Quanto desequilíbrio custou esta visão distorcida do celibato! Quantas mulheres prostituídas, crianças vítimas de pedofilia, por conta de nossa ignorância acerca do sexo!

SEXO SÓ PARA PROCRIAR?
Neste interim, podemos estender nossas reflexões a todas as pessoas, a despeito de sua orientação sexual.
Então, o sexo não existe apenas para fins procriativos?
A relação sexual é uma manifestação da natureza humana, nada possui de impróprio, e pode ser um instrumento maravilhoso de refazimento e reequilíbrio da energia vital, para as lutas do cotidiano. 
Segundo a médium norte-americana Barbara Brennan, em seu livro Luz Emergente, durante o ato sexual há uma intensa troca de energia, que se manifesta aos olhos dos videntes como uma explosão semelhante aos fogos de artifício, que afeta radicalmente o funcionamento dos chakras. Quando feito com amor, tal ato pode recuperar chakras danificados e reabastecer o corpo espiritual de vitalidade, combatendo a depressão e outras doenças, inclusive físicas. Mas se feito de forma irresponsável e descomprometida, o efeito pode ser justamente o contrário, como tão bem ilustra André Luiz nas obras psicografadas por Chico Xavier, especialmente o livro Sexo e Destino. As energias sexuais, manipuladas desordenadamente, podem ser porta aberta ao desequilíbrio e á obsessão.
O problema, porém, não é o sexo, mas como se utiliza o sexo.
BENEFÍCIOS DO SEXO
Meu irmãos, se o sexo é a união criativa, é força de equilíbrio, e detê-la é promover o desequilíbrio. Verdade que, quanto mais desmaterializado o ser, menos material será sua sexualidade, e menos polarizada. São os casos de Jesus, de Francisco de Assis. Não é que eles não tivessem energia sexual, mas neles ela foi sublimada, totalmente sutilizada. Não foi repressão, mas transformação. A energia, que se expressava num nível micro, passou ao macro, o amor deixou de ser unilateral e tornou-se universal! Entretanto, a mudança é natural, jamais forçada. Não se apressa o rio, ele corre por si só, no ritmo que convém.
Por enquanto, se necessitamos do sexo, que seja feito com responsabilidade. Por isso concluímos que não há nada de errado nos métodos anticoncepcionais.
“Ah! Mas não é contrário à Lei natural evitar que nasçam os filhos?”, pode questionar alguém. E responderemos que pentear os cabelos, escovar os dentes, arrumar a casa também não são atitudes naturais. Elas são aprendidas, são culturais. Nem por isso são perniciosas. Nós usamos carros e aviões, que não são produtos da natureza, nem por isso são maus. Então, por que, em matéria de sexo, devemos permanecer como os primatas, em nome da obediência cega à natureza humana? Fosse assim, um homem escolheria sua mulher puxando-a pelos cabelos!
Continuando esta mesma reflexão, levantemos outras perguntas: a relação sexual entre seres do mesmo sexo, não é contrária à Natureza?
Não podemos afirmar que a homossexualidade não seja natural, uma vez que existem relações homossexuais até mesmo entre alguns animais, que são eminentemente instintivos.
Por outro lado, já me questionaram por que, então, se não importa a orientação sexual, nascemos em corpos femininos e masculinos.
AS DIFERENTES EXPERIÊNCIAS DE SER HOMEM E SER MULHER
Ora, ser homem ou mulher envolve experiências que transcendem o ato sexual. Não podemos determinar que um homem é homem apenas porque se relaciona sexualmente com mulheres. Nascer em um corpo masculino, por exemplo,  requer hormônios diferentes dos femininos! A estrutura fisiológica não é a mesma! Culturalmente, ser homem traz uma conotação diferente de ser mulher. Psicologicamente, homens e mulheres funcionam de formas distintas! Isto tudo, sem precisar falar de ato sexual.
Então, nascer mulher ou homem me permite experiências únicas e distintas, mesmo que eu seja homossexual!
Entendam, irmãos, não estou dizendo que nós, espíritas, devemos “tolerar” os homossexuais. Estou dizendo que nossa preocupação não deve ser com a orientação sexual, mas, repito, com o comportamento sexual. Não me preocupa se um filho meu é ou não homossexual, mas se ele é ou não uma pessoa de bem!
O Espiritismo, sobre este assunto, se antecipou em anos ao que a OMS só assumiu recentemente, pois em 1963, no livro Sexo e Destino, do Espírito André Luiz, o benfeitor Félix já dizia:

“(...) no mundo porvindouro os irmãos reencarnados, tanto em condições normais, quanto em condições julgadas anormais segundo os valores da sociedade, serão tratados em pé de igualdade, no mesmo nível da dignidade humana (...)”
A QUESTÃO DO "FICAR"
Mas, sobre o comportamento sexual, importa ainda refletir a respeito de algo muito atual: o “fica” e o sexo antes do casamento.
Eu achava que esta era uma questão ultrapassada, mas como convivo com alguns adolescentes, percebi que ainda é presente nos dias de hoje. E como o comportamento sexual tem sofrido modificações muito rápidas nas últimas décadas, nós, os pais, também ficamos perdidos, sem saber como agir...
Bem, o que percebo é que na minha época já existia o fica, que antecedia o namoro, que antecedia o noivado, que antecedia o casamento. Hoje, talvez, ainda esteja tudo nesta mesma ordem, mas as regras do jogo mudaram.
FICAS: O “fica” se divide entre o ficar fortuito e o ficar continuamente. Aquele com quem se fica continuamente é o “ficante”. Não é namoro porque não há obrigação nenhuma de fidelidade, de satisfação, nem obrigação de colocar “relacionamento sério” no Facebook. Em alguns casos há sexo, em outros não. Quando os ficantes ficam ficando muito tempo (Uau! Que enrolado!), acabam namorando.
NAMORAR E CASAR
Os namoros de hoje em dia são quase casamentos. Já rola tudo. Nem se iludam as mães e os pais. É só uma questão de tempo o sexo acontecer no namoro. E eles viram quase donos uns dos outros. Ai daquele que não publicar fotos do casal nas redes sociais e não divulgar que está namorando! Já podem dormir juntos, viajar juntos, alguns dividem o cartão de crédito e as contas a pagar. Isso, cada um morando na sua casa. Ás vezes noivam, só para colocar uma aliança no dedo e divulgar o compromisso, mas não necessariamente com data para o casório...
O que me admira é que mesmo com todas essas “permissividades”, ainda existam os que noivam e casam!
Pois têm! E o casamento não mudou muito as regras, só mesmo a igualdade entre os cônjuges aumentou, muitas mulheres não sabem cozinhar e os homens conseguem cuidar dos bebês. Nem todos são assim, mas caminhamos para isso...
Bom, mas qual nossa opinião a respeito?
Muito simples: estamos progredindo. Antes, os jovens casavam para sair de casa e, sobretudo as mulheres, para poder se relacionar sexualmente sem temer os pais. Hoje, quando um casal decide casar, é porque está mesmo interessado em se comprometer com algo maior. Eles já têm sexo. Eles estão dispostos a construir uma família juntos!
O SEXO LIVRE E RESPONSABILIDADE
O problema maior é como lidar com a sexualidade exercida sem compromisso, no caso de alguns “ficas”. Como vimos, a união sexual promove uma intensa troca energética, e sem o devido comprometimento, pode ser fator de desequilíbrio. Como pais, não devemos proibir, mas orientar nossos filhos para o sexo responsável. Não só com o uso de contraceptivos, impedindo uma gravidez precoce, mas com o cuidado com o parceiro, com os sentimentos do outro, com o próprio corpo físico e espiritual.
Não devemos fazer isso incutindo culpa nos jovens. Pode acontecer de às vezes o instinto falar mais alto, devemos explicar isso. Mas mesmo assim, é preciso que tentem equilibrar corpo e alma, coração e razão. Este é um exercício para vida toda, sabemos disso!
Não é que a gente precise ter certeza que aquele parceiro é “o escolhido”, para relacionar-se sexualmente com ele. O amor só se revela com a convivência, não dá para medir amor. Mas é necessário perguntar-se: “Estou disposto a assumir todas as consequências, mesmo tentando evitá-las, que podem advir deste encontro? Se eu engravidar? Se o outro me deixar?” Se a resposta for não, talvez não seja a hora.
Mas, não vamos ser hipócritas e condenar quem não consegue. É assim mesmo.  A gente às vezes tropeça e cai, mas sempre poderemos contar com uma mão ao nosso lado, seja visível ou invisível, para nos ajudar a levantar.
Escrito por CAROLINE S.TREIGHER

L/E - Pergunta 16

16. Pretendem os que professam esta doutrina achar nela a demonstração de alguns dos atributos de Deus: Sendo infinitos os mundos, Deus é, por isso mesmo, infinito; não havendo o vazio, ou o nada em parte alguma, Deus está por toda parte; estando Deus em toda parte, pois que tudo é parte integrante de Deus, Ele dá a todos os fenômenos da Natureza uma razão de ser inteligente. Que se pode opor a este raciocínio?
“A razão. Refleti maduramente e não vos será difícil reconhecer-lhe o absurdo.”
A.K.: Esta doutrina faz de Deus um ser material que, embora dotado de suprema inteligência, seria em ponto grande o que somos em ponto pequeno. Ora, ransformando-se a matéria incessantemente, Deus, se fosse assim, nenhuma estabilidade teria; achar-se-ia sujeito a todas as vicissitudes, mesmo a todas as necessidades da Humanidade; faltar-lhe-ia um dos atributos essenciais da Divindade: a imutabilidade. Não se podem aliar as propriedades da matéria à idéia de Deus, sem que Ele fique rebaixado ante a nossa compreensão e não haverá sutilezas de sofismas que cheguem a resolver o problema da Sua natureza íntima. Não sabemos tudo o que Ele é, mas sabemos o que Ele não pode deixar de ser e o sistema de que tratamos está em contradição com as suas mais essenciais propriedades. Ele confunde o Criador com a criatura, exatamente como o faria quem pretendesse que engenhosa máquina fosse parte integrante do mecânico que a imaginou.
A inteligência de Deus se revela em Suas obras como a de um pintor no seu quadro; mas, as obras de Deus não são o próprio Deus, como o quadro não é o pintor que o concebeu e executou.
DEUS É ESPÍRITO
Se Deus é perfeito e é Espírito, não podemos compará-Lo com as formas mutáveis. E sob o empuxo do progresso, tudo que existe na imensidão indescritível do universo, do átomo ao ninho cósmico, é, pois, criação ideada pelo seu poder fantástico, que ainda não podemos perceber, por nos faltarem sentidos para isso. Estamos limitados, ou condicionados, no mínimo das nossas forças, que por enquanto dormem no centro da nossa consciência, sem poder participar dos nossos mais profundos interesses.
Somos crianças em comparação às grandes almas. Crivamos de perguntas, por vezes, de pouco interesse, aqueles que achamos situados em grau mais elevado do que nós, com fome e sede de saber, em se referindo às coisas do Espírito, e nem sempre avaliamos a luz que realmente suportamos, pelas trevas que ainda nos circundam. Se todo pedido é uma oração, na filosofia do Espírito, a resposta não se faz esperar e vem gota a gota para nos conscientizar da existência da bondade divina e do amor que Ele dispensa a todas as criaturas. Já falamos muitas vezes, repetindo a fala dos benfeitores maiores, que Deus é uma personalidade individual, e não o conjunto de todas as coisas criadas por Ele. Entretanto, Ele, a majestosa força divina, está em toda parte por meios que desconheces, por se tratarem de fluidos sutis operando em uma faixa que somente as grandes almas poderão constatar, pelos poderes inerentes às suas perfeições.
A primeira idéia de se comparar a natureza como sendo diretamente Deus, é que ela manifesta em todas as suas nuances, perfeita harmonia em todos os sentidos da sua atuação, porém, cabe a nós pesquisar e entender, descobrir e divulgar, que toda essa simetria é participação das leis criadas por Ele, no vigor da sua mente incomparável. É pois, a sua imagem, como um canal de televisão que reflete no vídeo a perfeita estrutura do real, sendo que, no caso com a Divindade, a perfeição é a tônica do ambiente. As imagens do Senhor são vivas e demonstram os seus mais puros atributos, nunca falhando nos seus mais delicados cinetismos, no sustentar da vida. O visual do infinito não é Deus na sua unidade perfeita, como o quadro não é o pintor. Comparando a obra com o autor, a primeira constitui um pálido reflexo da sua personalidade, viva e distinta no lugar que ocupa. Parece que estamos falando muito sobre o Grande Arquiteto do Universo, mas esse é o nosso interesse, porque falar de Deus e viver na sua vibração constante é a coisa mais sublime da vida. Admiramos muito o Deus lhe pague, o Deus lhe ajude, o vai com Deus e A paz do Senhor seja convosco, muito usados pelos homens. São mantras sagrados que nos cobrem de luz, quando pronunciados com amor e respeito. A Doutrina que faz de Deus um ser material, o faz por falta de notícias do mais além, ou por medo de pesquisar a verdade e seguir as rotas do progresso, que faz caírem os véus na gradação das forças humanas e espirituais Nada devemos temer, desde que estejamos em planos de mutações para o nosso próprio bem. O mundo espiritual que nos dirige, nos atende de acordo com as nossas necessidades, e não deixa de guiar e instruir quem verdadeiramente deseja aprender. Não devemos esquecer que Deus é um sol de vida, que alimenta e dirige todas as vidas saídas das suas mãos luminosas, perfeitas.

L/E – Pergunta 15

15. Que se deve pensar da opinião segundo a qual todos os corpos da Natureza, todos os seres, todos os globos do Universo seriam partes da Divindade e constituiriam, em conjunto, a própria Divindade, ou, por outra, que se deve pensar da doutrina panteísta?
“Não podendo fazer-se Deus, o homem quer ao menos ser uma parte de Deus.”
VISUALIZAÇÃO DO HOMEM
Certos homens vivem visualizando o seu próprio destino, colocando a própria imagem nos caminhos dos deuses, unificando seus desejos para se tomarem um deus. Estes homens estão certificados dos poderes da Divindade, da sua existência e do seu comando sobre todas as coisas, mas partem do princípio errôneo de que poderão algum dia, no tempo que se chama eternidade, ser um Deus, como, e certamente, o Senhor a quem eles respeitam e obedecem. É tempo que se perde, é cogitação vestida de sonhos irrealizáveis. No quadro em que se encontra a humanidade, diante das suas necessidades mais prementes, o dever de cada criatura deveria ser o cultivo das virtudes assinaladas pelo Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo que, mesmo com a sua gradação espiritual elevada, gastará séculos incontáveis para harmonizar o planeta com as leis do Amor, virtudes essas que são reflexos dos atributos de Deus, recolhidas por Jesus pela Sua sapiência, na universalidade iluminada dos céus, e entregue aos homens pela Sua vivência daquilo que ensinou pela misericórdia divina, o que não deixa de ser a materialização do Amor na Terra. Apoiamos e incentivamos a visualização dos poderes espirituais, na escala que iremos mencionar: a alegria nos nossos caminhos, o perdão junto aos que nos ofendem e caluniam, o trabalho na altura das nossas forças, a dignidade na altura dos nossos conhecimentos, a fé que comporta os nossos corações, a caridade bem situada e o amor bem compreendido. Eis o princípio da escala que deverão percorrer as nossas visualizações. Mas, nos compararmos com a Divindade é dar vazão ao orgulho e voar com as falsas asas da vaidade. Mais ainda, estaremos indo de encontro às próprias leis que nos regulam o porte espiritual. É a mesma coisa que pretendermos apagar o brilho de uma estrela com os dois dedos que costumamos segurar um palito de fósforo.Ganhemos tempo! Estamos na era da Luz; busquemo-la em todas as direções para que aquela que o Senhor colocou dentro de nós se acenda em todo o seu esplendor, nos libertando das trevas da ignorância! O pretensioso, quando prepotente, atrofia suas próprias forças e deixa de alcançar no tempo o que deveria: a liberdade de compreender a verdade e viver o ambiente de paz da sua consciência. Sejamos humildes e todos os entendimentos, respeitosos ante as ajudas pá conosco, bons na frente dos que carecem de carinho e justo; com quem caminha conosco, porque aquele que aprimora a si mesmo não tem tempo para devaneios e granjeia amigos pó; onde passa, encontrando amor por onde manifesta seus elevados interesses.
Se os homens desejarem ser parte de Deus, como nos informa "O Livro dos Espíritos", na resposta número quinze, não é muito melhor nos sentirmos sendo os seus filhos? Nunca faltaram, em tempo algum, as respostas às perguntas que formulamos ao Criador. Elas vêm por muitos meios e cada vez que o tempo passa, o intercâmbio se aperfeiçoa, nos colocando com mais segurança a saber da verdade no seu fulgor mais apurado. Quantos livros não existem na Terra, respondendo perguntas de toda a natureza? Basta procurarmos para encontrarmos. Quantos homens dotados de certos valores estão capacitados a responder sobre variados assuntos e coisas do Espírito? Hoje, só não aprende quem não quer. Começa pensando, prossegue orando e avança para o encontro da verdade que ela te aparecerá com os braços abertos para te libertar. Visualiza a Verdade e o Mestre, que Ele te instruirá dentro das tuas necessidades de viver melhor, no ângulo em que podes viver bem.
Comentário do Espírito Miramez.