segunda-feira, 9 de maio de 2011

"O Abismo Provocado pelas Drogas"

Palavras da Autora
     O objetivo de relatar toda minha trajetória, através desta história, é esclarecer aos jovens o quanto é sofrida e dolorosa a vida de pessoas viciadas como eu.
     Cheguei ao “fundo do poço”! Minha encarnação, como Selminha, não pôde ser aproveitada foi uma degradação moral, física e espiritual.
     Tento, através deste relato, resgatar um pouco da minha essência... Emergir do lodaçal em que me meti, fazendo algo de proveitoso em favor de outras pessoas – tirando da dor e do sofrimento exemplos para que tantos jovens não desperdicem suas vidas, como eu fiz com a minha.
     Esta obra é também uma oportunidade de aprendizagem, trabalho e crescimento para mim... É um alerta dirigido a jovens e famílias que  convivem com este mesmo problema – a droga...
     Tive esta grata oportunidade – meu primeiro trabalho em favor do próximo – de participar das reuniões de psicografia na Fraternidade Espírita Irmãos de Cascais, como etapa de meu tratamento, desenvolvendo minha própria história...
     Agradeço muito à FEIC toda a ajuda que me foi proporcionada e a possibilidade de tornar este projeto informativo viável, colaborando, assim, para que eu me sinta útil e um pouco melhor com a divulgação de meus erros, que trouxeram ensinamentos valiosos à minha evolução.
Selma Reis.

As “amizades”...
“Tantos foram os avisos de minha família...
Tantos foram os alertas, mas eu não quis ouvir”.

Capítulo I
     Minha história começou no dia em que conheci alguns rapazes, que julgava serem interessantes, espertos, animados. Logo os considerei como meus melhores amigos... Tantos foram os avisos de minha família... Tantos foram os alertas, mas eu não quis ouvir.
     Passei a conviver com eles dia e noite. Achava legal tudo que eles faziam. Ficava sempre muito “animada”... Até que, um dia, de legal, passou a ser desconfortável. Começou a me ocorrer um certo mal-estar... Precisava cada vez mais me drogar; até que ninguém mais quis me ajudar. Achavam que eu tinha me tornado chata e alucinada; pegava todas as coisas para vender ... Precisava, cada vez mais, de dinheiro. O vício me deixou cega. Minha mãe não sabia mais o que fazer.
     Certa vez, entrei num “barato” acima do que meu corpo podia suportar e não voltei mais... Fiquei vários anos nessa loucura até compreender que havia desencarnado, e escutar aqueles que estavam ao meu lado para me ajudar; mesmo depois da minha morte, procurava as mesmas pessoas, os mesmos locais para continuar me drogando.
     Vou contar para vocês como foi minha insana juventude, para que muitos jovens sejam ajudados e não sofram com o vício da droga como eu...
     Tudo começou quando tinha treze anos e fui a uma comemoração no clube de minha cidade. Minha mãe dizia que eu era muito nova para freqüentar esse tipo de festa, mas minhas amigas pediram muito e ela acabou deixando.
     Meu nome é Selminha, fui à festa com mais duas amigas: a Carla, que tinha a mesma idade que eu, e a Luzia, que era mais velha que a gente – já tinha dezoito anos. Por isso minha mãe deixou que fôssemos, acreditando que ela tomaria conta de nós.
     Chegando lá, conheci alguns amigos mais velhos da Luzia: o Ricardo, o Márcio e o Fábio. Foi aí que tudo começou... O Fábio era muito bonito, louro, de olhos azuis e me encantei por ele.
     Dançamos muito naquela noite e não percebi o que acontecia ao meu redor.
     Toda hora Fábio saía de perto de mim para falar com seus amigos e, cada vez que voltava, vinha mais animado e divertido, e eu ficava cada vez mais encantada com aquele belo rapaz que dançava euforicamente comigo. Quando a festa terminou, ele pediu meu telefone e no outro final de semana nos encontramos.
     Eu achava tudo muito divertido. Carla sempre me acompanhava e logo começou a se interessar por Ricardo. Sempre tínhamos um programa animado para fazer, mas sempre em festas com muita bebida e música. Minha mãe não estava gostando nada daquela situação, cheia de eventos. Dizia que precisava conhecer meus novos amigos e que eu não poderia sair tanto assim, alegando que era muito jovem.
     Comecei a ficar triste e brigamos muito por causa dessa sua decisão.
     Fiquei um tempo sem encontrá-los, mas Carla freqüentava a minha casa e arranjou um jeito de marcarmos um encontro durante o dia, após a escola – assim minha mãe não ficaria sabendo.
     Naquele dia, fui toda feliz e comecei a namorar Fábio. Ele disse que tinha sentido a minha falta e fiquei muito envaidecida. Notei que ele estava um pouco nervoso e não tão animado como quando nos encontrávamos à noite em festas, mas, mesmo assim, achei nosso encontro delicioso...

Do Livro “O Abismo Provocado pelas Drogas”
Psicografado por Soraya de Almeida
Pelo espírito Selma Reis.

Nenhum comentário:

Postar um comentário