segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

AS DIVERSAS FACES DA OBSESSÃO INFANTIL

FE –1 Quando a obsessão  Infantil se manifesta?
R: A obsessão infantil, como um quadro bem estabelecido, pode manifestar-se em diferentes fases de sua vida. O importante é que tanto o médico, pediatra, o neurologista, os pais e também os trabalhadores da Casa Espírita entendam que é preciso muito cuidado, em primeiro lugar, no diagnóstico do processo obsessivo. É preciso haver muita atenção porque um rótulo desse, de processo obsessivo infantil, é muito sério. Então é preciso cuidado para não confundir a imaginação da criança, fatos emocionais da vida presente que podem eclodir através da própria imaginação, da televisão e outros meios de comunicação com sintomas obsessivos.
FE – 2 Existe um período maior de incidência ou é esporádico?
R: Existe sim. Nós poderíamos dizer que nos primeiros sete anos seria muito difícil caracterizarmos certos comportamentos obsessivos da criança. Podemos dizer que a hiperatividade, o terror noturno, o medo freqüente ou a agressividade encontram causas no próprio relacionamento da criança com seus pais ou com seus irmãos. Já no caso da criança acima de sete anos, principalmente de 7 a 14 anos, nos teríamos alguns comportamentos mais bem relacionados, como a agressividade da criança e atitudes auto-destrutivas, como o uso de faca, objetos, movimento piromaníaco, ou seja, querendo pôr fogo nas coisas dentro de casa, a voz alterada, alguns fenômenos que observamos em que a criança chega até a mudar seu tom de voz. Quando está envolvida por espírito obsessor, agride com palavrões  seus pais e seus irmãos, fato que não é habitual às vezes na própria criança e que leva seus pais a buscarem  psicólogos, neurologistas e pediatras.
FE – 3  Não existe distinção de idades para a obsessão?
R: Como eu disse, evidentemente a criança até os sete anos, goza de mais proteção do plano espiritual, e de 7 a 14 anos já teríamos um componente da própria criança-anímico que, faz com que ela vá colocando suas próprias  impressões, advindas de uma vida passada.
FE –4  Qual o tratamento adequado, quando se descobre esta causa em crianças?
R: O tratamento adequado, sem dúvida nenhuma, deve ser o mais amplo possível. Deve envolver uma avaliação pediátrica do estado de saúde física da  criança; deve ser acompanhado por uma avaliação psicológica ou psiquiátrica da própria criança e, além disso, de uma  avaliação espiritual, num Centro de boa qualidade, em geral por médiuns idôneos. Recomendo que o Grupo de  Diagnóstico Mediúnico nunca tenha menos que quatro médiuns, que trabalhem em conjunto. Eles atendem a criança sem conhecê-la, através de uma ficha, de uma entrevista, para não serem impressionados com reações que a criança possa ter. Então, analisando a ficha de entrevista da criança, os médiuns, na maioria de quatro a seis, em grupo decidem se, envolvidos pelos seus mentores, realmente trata-se de um caso de obsessão infantil.
FE –5 O Sr já se deparou com crianças que estavam sendo tratadas com medicamentos alopáticos e que a causa da doença era obsessiva?
R: Sem dúvida, dentre desses 30 casos que apresentei nesta III Jornada Médico-Espírita aqui em Santos, pelos menos dois casos eram crianças epilépticas que vinham usando anticonvulsivantes sem grande controle de suas convulsões. Desses dois casos mais notadamente um deles, que eu acompanho há mais de treze anos; ele não usa hoje anticonvulsivantes. É um jovem de 18 anos, médium, e que já está trabalhando a sua mediunidade.
FE –6  Há casos, na obsessão infantil, que a criança está sendo o alvo para atingir alguém ou toda a família?
R: Sem dúvida, dentre os 30 casos apresentados, 70% dos processos obsessivos envolviam os pais das crianças e ela estava sendo influenciada, porque era o componente mais vulnerável da família. Os mentores espirituais, quando nos alertaram sobre o processo obsessivo da família, alertaram para a importância do tratamento dos pais, porque o processo obsessivo era, na verdade, deles e atingia indiretamente a criança.
FE -7       Nesse caso, toda a família terá que passar por um tratamento espiritual?
R: Sem dúvida, depois de um diagnóstico complexo quanto este, é necessário o envolvimento de toda a família. Se não for feito, teremos o risco de que o tratamento não venha surtir o efeito desejado.
FE –8  As crianças, no final deste século, apresentam um padrão de comportamento muito avançado, demonstrando várias características de percepção, inteligência, sensibilidade e muito mais. Esse grau evolutivo as torna vulneráveis à aproximação de entidades obsessivas?
R: Essas crianças são verdadeiros gênios já encarnados. Nós, que trabalhamos há vinte anos como pediatra, e trabalho todos os dias com crianças, tendo atendido pelo menos mais de 35.000 pacientes, posso lhe dizer que as crianças são muito mais inteligentes e capazes do que 20 anos atrás; do que toda uma geração. Mas, por outro lado, são inteligentes e competentes apenas no conteúdo do aprendizado e da linguagem, mas no conteúdo emocional todas elas reencarnam com extremas carências e extremos componentes ligados ao seu orgulho e vaidade, resumidos no egoísmo, que precisam ser trabalhados com os seus pais, desde a tenra infância, aparando as pequenas raízes daninhas para que
depois essa erva, essa flor maravilhosa, não venha a ser asfixiada por essas ervas daninhas, que são a inveja, o ciúmes e o egoísmo na alma infantil.
FE –9  O que deve ser feito para protegê-las?
R: Primeiro manter o equilíbrio dos pais. Os pais precisam se amar, ter um relacionamento afetivo muito mais do que sexual, de alma para alma, de espírito para espírito, que aqui vieram para evoluir jun­tos. Hoje, mais do que nunca, precisamos entender que, o outro é imprescindível para a nossa plenitude e que dentro do casamento, um cônjuge necessita do outro na tarefa sublime de serem pais.
FE –10  Há duas décadas passadas, notícias de suicídio infantil era raro de se ouvir! Ultimamente, bem próximo a muitas famílias, ouve-se com mais freqüência essa notícia. A obsessão infantil é a principal causa? Qual alerta o senhor daria aos pais a esse respeito?
R: Em função do suicídio em jovens e mesmo em crianças isso vem apenas reforçar o que eu já disse. São espíritos inteligentes, com grandes condições intelectivas, mas com deficiências emocionais extremamente importantes. Então eu diria aos pais que amem seus filhos, fiquem com eles mais tempo, dediquem aos seus filhos, carinho, afeto, companheirismo; sejam mais próximos, não se preocupem tanto em dar a eles condições sócio-econômico-financeiras; a viagem para os Estados Unidos, roupas caríssimas, colégios muito caros. O espírito que reencarna não pede isso. O que ele pede é amor, companheirismo e orientação espiritual, e se os pais não puderem ajudá-lo, infelizmente, muitas vezes, optará pelo suicídio, tal é o intenso drama moral que ele está vivendo.
Entrevistado: Dr. Marcos  Antonio Pereira dos Santos
Entrevistadora: Solange Mariho
BIBLIOGRAFIA: Folha Espírita “ da Federação Espírita de São Paulo.

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