quinta-feira, 3 de março de 2011

"A Beleza do Ato Sexual" Continuação do "Livro Obsessão Sexual"

Solicitado a opinar sobre o sexo, Chico, celibatário devido à missão mediúnica que não lhe permitia tempo para uma esposa e filhos, demonstrou o quanto entendia de amor e sexo ao comentar sobre o compromisso amoroso firmado entre duas pessoas.
-“Acredito que o compromisso sexual entre duas pessoas deve ser profundamente respeitado. Uma terceira pessoa em qualquer compromisso sexual é uma dificuldade a superar, porque não podemos esquecer que a lesão sentimental é, talvez, mais traumática do que uma lesão física.
Alguém que prometeu amor a alguém deve se desincumbir deste compromisso com grandeza de pensamento e sem qualquer insegurança. Não compreendo a promiscuidade, mas entendo perfeitamente o relacionamento de alma para alma, com o respeito que nós todos devemos uns aos outros”.

Algumas pessoas consideram o exercício sexual um ato impuro; outras uma distração, uma conquista, um vício, uma obrigação. Mas as que são sábias o elevam ao nível de oração, de poema, de pura troca de sentimentos e emoções.
Não se vai ao encontro de quem se ama sem antes convidar a ternura e o respeito, dois companheiros assíduos do ato sexual saudável, ritual onde se unem corpo e alma para a troca de energias psicofísicas.
Não se inicia o enlevo, obrigatório no ato sexual, sem esta boa lembrança: o sexo fez o lar e criou o belíssimo título de mãe, o mais nobre que uma mulher pode ostentar.
Não se conclui esse ritual delicado sem a certeza do compartilhamento, sem a convicção de acolher com responsabilidade e com afagos, o fruto que dele pode ser gerado.
Por isso pensemos no sexo como o jardineiro pensa em suas roseiras e o pastor em suas ovelhas. Nele o carinho é obrigatório e a vulgaridade deve ser inexistente.
Entendamos que o ato sexual deve ser encarado como um conto de fadas no qual um casal precisa chegar a um castelo onde viverão felizes para sempre. O importante nessa viagem não é apenas a chegada, mas os preparativos, a paisagem, as curvas, os montes, a relva tenra e as fontes que antecedem à chegada. Extasiados com os aromas do caminho, a chegada é o ápice da entrega.
Pode ser pensado também como o trabalho de um confeiteiro, que precisando fazer um bolo especial para matar a fome de alguém muito amado, inicie misturando assim os ingredientes: uma pitada de ousadia, outra de criatividade, três quartos de amor, algumas gotas de deslumbramento, fermento para fazer corar, ternura a gosto, e carinho, muito carinho.
Não se convida para o leito do amor nem a presa nem lembranças amargas. Nele predomina o aqui e o agora, caminho a ser percorrido com passos lentos e suaves. O mundo fica lá fora com suas belezas e agressões. No amor não há eu ou tu, apenas nós, metades que se fundem em um momento mágico.
Ninguém deve se envergonhar por expressar o seu amor no ato sexual. Que se aproveitem os aromas, os toques, os sons, o visual, o calor, o gosto do beijo, os arrepios, os sinos que tocam longe, mas sempre com a devida consideração a si e ao seu parceiro. Às vezes o casal se abraça e fica a sentir o cheiro, a pulsação, a respiração do outro, quietinho, imóvel como se ambos fossem uma só pessoa. Isso é tão gostoso que os enche de felicidade e dá vontade de perpetuar o momento. Para sentir prazer com quem se ama basta às vezes um olhar.
Portanto, não se sinta na obrigação de fazer sexo todos os dias, como se houvesse assinado um contrato, uma obrigação. O amor não escraviza, pelo contrário, liberta. Faça sexo com freqüência e amor sempre. Lembre-se de que a função sexual deve ser presidida pelo amor. E o amor é aconchego de almas.
Um toque no rosto, um “eu te amo”, um verso aconchegante, uma flor, uma música calmante, um filme romântico, um abraço inesperado são, igualmente, maneiras de demonstra amor.
Jamais esqueça de que o ato sexual, mesmo admitindo toda intimidade entre os amantes, é momento sagrado. É um presente que Deus nos deu para que possamos expressar nossa intimidade e amor por quem elegemos como parceiro para uma vida inteira.
Considero prudente, tais lembretes antes de adentrar o drama aqui narrado, a fim de que alguma pessoa, inadvertidamente, venha a formar um conceito errôneo sobre o sexo, fonte de prazer e de vida, devido a equivocados que dele abusam. Que Emmanuel, Espírito que tantas lições nos ministrou sobre a responsabilidade frente às leis universais, possa concluir este pequeno texto.

O instinto sexual, exprimindo amor em expansão incessante, nasce nas profundezas da vida, orientando os processos da evolução. Toda criatura consciente traz consigo, devidamente estratificada, a herança incomensurável das experiências sexuais, vividas nos reinos inferiores da natureza. De existência a existência, de lição em lição e de passo em passo, por séculos e séculos, na esfera animal, a individualidade, erguida à razão, surpreende em si mesma todo um mundo de impulsos genésicos por educar e ajustar às leis superiores que governam a vida. A princípio, exposto aos lances adversos das aventuras poligâmicas, o homem avança, de ensinamento a ensinamento, para a sua própria instalação na monogamia, reconhecendo a necessidade de segurança e equilíbrio, em matéria de amor; no entanto, ainda aí, é impelido naturalmente a carregar o fardo dos estímulos sexuais, muita vez destrambelhados, que lhe enxameiam no sentimento, reclamando educação e sublimação. Diante do sexo, não nos achamos, de nenhum modo, à frente de um despenhadeiro para as trevas, mas perante a fonte viva das energias em que a Sabedoria do Universo situou o laboratório das formas físicas e a usina dos estímulos espirituais mais intensos para a execução das tarefas que esposamos, em regime de colaboração mútua, visando ao rendimento do progresso e do aperfeiçoamento entre os homens (Vida e Sexo).

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