quinta-feira, 27 de maio de 2010

Condição de Felicidade

Você define felicidade como sendo fortuna fácil, família bem constituída, saúde impecável, prestígio social, amigos gentis, viagens freqüentes, estações de veraneio em climas doces e, como não pode ainda reunir todos esses ingredientes num prato suculento, queixa-se da vida, relaciona dificuldades, guarda azedume, conserva o cenho carregado.

Todavia, felicidade não é posse externa. É luz íntima.

Todo possuidor é atormentado pela posse.
Quem está saciado sempre busca acepipe exótico e extravagante para o paladar acomodado.
Sem a satisfação interna que nasce do conhecimento que se liberta não há felicidade real.
Com muita propriedade afirma o refrão popular, que “o homem feliz não tinha camisa”.
Não são as posses aparentes que estabelecem as bases da alegria legítima.

Contam, que sábio rei mandou erigir, em terras de árvores frondosas e águas claras, suntuoso palácio para oferecer ao homem que se considerasse feliz.
Depois de examinar por dias-a-fio milhares de candidatos, defrontou-se com um jovem sonhador que se apresentava cioso do prêmio.
A morte nunca lhe visitara a casa; a saúde era como o ar que jamais lhe faltara; possuía uma esposa fiel e filhos robustos; guardava grandes somas e era por todos estimado qual príncipe ansiosamente esperado...
— Tens todos os requisitos do homem feliz, — asseverou o bondoso monarca. — No entanto, não és realmente feliz. Não te poderei doar o palácio...
— Como? — inquiriu o moço.
— O homem feliz não guarda ambição — redargüiu o rei, sereno —. Se a tua felicidade te bastasse meu prêmio não te fascinaria...

Em verdade, os bens aparentes são breves.
A saúde muda facilmente de lugar no domicílio orgânico; a fortuna se gasta rapidamente; a família morre; o prestígio desaparece; os amigos vão adiante; as viagens cansam; os climas se modificam.
Só há um tesouro que realmente felicita sem desaparecer: o conhecimento da verdade e a prática dela através do amor aos semelhantes.
Com muita justeza, portanto, o Mestre Jesus preconizou: “Buscai a verdade e a verdade vos fará livres”.

Pe. Natividade
Manuel da NATIVIDADE de Maria (Pe) nascido em 8 de setembro de 1845 e falecido a 1º de janeiro de 1922. Valoroso sacerdote da Igreja Católica, na cidade do Salvador, caracterizado por um espírito eminentemente cristão, cuja vida de devotamento aos sofredores das zonas dos “alagados”, dele fez um verdadeiro missionário da caridade e do amor. Desencarnou sobre humílimo grabato, em modestíssimo barracão de taboas, aos fundos da Igreja N.S. dos Mares, em extrema pobreza.

(De “Crestomatia da Imortalidade”, de Divaldo Pereira Franco – Diversos Espíritos)

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