domingo, 17 de abril de 2011

O Amparo do Alto

     Atendendo ao pedido de seus apóstolos, Jesus, certa noite, visitou um homem que se achava em situação de muito sofrimento.
     Era um irmão com idade de 32 anos, que morava em humilde choupana, onde se percebia a carência do necessário à sua sobrevivência. Doente e sem ninguém para ajudá-lo, o homem sentiu um grande alívio quando Jesus penetrou o recinto onde se encontrava e o saudou com votos de paz.
     O Mestre, comovido com a situação de penúria daquela casa e diante das rogativas de seus apóstolos, perguntou-lhe:
    - Que queres que te faça?
    - Senhor, tenho sede – disse o homem.
     O Mestre, colhendo uma lágrima que descia dos olhos do doente, transformou-a em um refrescante copo d’água. O homem, avidamente, bebeu.
    - Senhor, tenho fome!
     O Mestre, apanhando uma pedra que se achava no chão, próxima ao enfermo, transformou-a num pão, que foi rapidamente consumido pelo homem.
    - Senhor, perdi minha saúde!
     O Mestre, soprando-lhe o rosto, devolveu-lhe a saúde, e ele imediatamente sentiu-se revigorado e disposto.
    - Senhor, estou nu!
     O Mestre, de posse de uma flor colhida em lugar próximo, ordenou que a mesma se transformasse numa vestimenta, que ofertou ao homem.
     Superados todos os sofrimentos que afligiam aquele homem, Jesus e seus apóstolos abençoaram aquela casa e se dispuseram a sair, quando ele ainda fez um pedido:
    - Senhor, permite que eu vá ao quintal e te traga novas pedras, para que as transformes em pães, pois nada tenho para o meu sustento.
     E assim foi feito, de modo que, ao sair dali, Jesus deixou um enorme cesto repleto de pães. O ex-sofredor teve uma noite de sono reconfortante e feliz.
     Amanheceu o dia e ele, muito disposto, buscou o cesto de pão e se alimentou como quis. Foi até a porta, olhou adiante, viu os seus vizinhos saindo para o trabalho e pensou: “para que trabalhar, se tenho sustento para vários dias?”
     Deitou-se preguiçosamente na rede e dormiu. Dormiu o dia todo, comodamente realizado. Acordou, já alta hora da noite, sentindo muita fome.
     Ao tentar se levantar, sentiu dores profundas, Aturdido, constatou o inesperado: a doença voltara. Quis sair e deparou-se com nova surpresa: estava nu, a vestimenta desaparecera. Com esforço, pegou um pão do cesto e mordeu-o para matar a fome. Uma grande dor maltratou-lhe os dentes. Ao invés de pão, havia mordido uma pedra. Olhou, viu o cesto repleto de pães. Retirou outro, mordeu e a cena se repetiu. Provou todos os pães e todos eram novamente pedras.
     Ele ficou revoltado. Fora enganado, pensou. Entregue ao desespero, lamentou, reclamou, praguejou muito, até que apareceu um Anjo do Senhor e lhe falou:
    - Escuta aqui: Ontem, o Senhor satisfez todas as tuas necessidades. Em troca, que fizeste? Ao passar aqui hoje à tarde e te ver preguiçosamente espojado, sem buscar o trabalho que enobrece e justifica, o Mestre decidiu que voltarias à condição que mereces.

     A culpa de nossos fracassos está em nós mesmos. Olhando o passado, quantas situações desagradáveis teríamos evitado se tivéssemos agido prontamente.
     A negligência, a acomodação, o deixar passar, muitas vezes trazem o infortúnio que não queríamos.
    Se você sofreu algum revés, examine seus passos. O bem temporariamente suprimido é recurso do Alto para melhor nos preparar para conquistas maiores.
     O milagre da transformação de pedras em pães acontece no nosso dia-a-dia. É a natureza produzindo para nos nutrir.
     Escolher entre fazer ou esperar, prosseguir ou desistir, avançar ou recuar é opção livre de cada um.
     Agora, uma coisa é verdadeira e foi muito bem enaltecida por Jesus: “a cada um será dado segundo as suas obras (Mateus 16-27).
 Do Livro: Histórias que ninguém contou - Conselhos que ninguém deu.
(Novos caminhos, Novas descobertas).

Nenhum comentário:

Postar um comentário